terça-feira, 13 de março de 2012

Acaraú, o Rio das Garças

Foto: Divulgação
 
“Acaraú, o Rio das Garças”. Este é o título do documentário, que será lançado na próxima quarta-feira (14), às 19h30, na Universidade de Fortaleza (Unifor). O filme de 50 minutos conta a história do Rio Acaraú, que corta a Zona Norte cearense. “Percorremos cerca de 320 quilômetros para mostrar o Acaraú como um rio de pertencimento da população ribeirinha de muitas cidades cearenses”, afirma o pesquisador e documentarista, Roberto Bomfim, que dirigiu o filme.
 
O produção do documentário chegou a gravar mais de 50 horas de imagens e depoimentos para selecionar os 50 minutos. Bomfim conta que utilizou a história oral e documental para montar o documentário. “São historiadores, habitantes da ribeira, produtores culturais e escritores que contam a história do Acaraú, trazendo o sentimento de pertença a tradições culturais e folclóricas vitalmente importantes na formação e povoamento da Zona Norte do Ceará”, diz Roberto Bomfim.
 
Feito pela Setoceano Filmes, o documentário mostra as várias facetas do Acaraú. “Discutimos no documentário a preservação do rio, de sua mata ciliar e a degradação que ele está sofrendo em alguns municípios”, relata Bomfim.
 
Outra faceta retratada no filme é que o Acaraú tem garças em sua voz e apresenta desenvolvimento com a criação de camarão e peixe. “É um rio que move também a economia da Zona Norte”, cita Bomfim.
 
O Acaraú começa a ter uma importância maior para Zona Norte a partir do Século XVIII. O documentário exibe isso através de depoimentos de pesquisadores. “Nossos depoimentos mostram que estes objetos materiais e imateriais estão cristalizados elementos relevantes à memória do povo cearense”, destaca Bomfim.
 
Passando por Tamboril, Varjota, Cariré, Groaíras, Sobral, Santana do Acaraú, Morrinhos, Marco, Bela Cruz, Cruz e Acaraú. O filme traz depoimentos apaixonados e denunciadores de Lustosa da Costa, Juarez Leitão, Batista de Lima, Francisco Pinheiro e Audifax Rios.
 
O documentário mostra um pouco da história de cada uma das cidades onde foi filmado. “Tivemos esta preocupação de documentar também a história breve de cada um desses municípios onde filmamos. É uma contribuição para destacar a história dessas cidades que o Acaraú corta”, lembra Bomfim.
 
O aproveitamento do Acaraú para as populações ribeirinhas é um ponto que o documentário explora. “Todos dependem do Acaraú, quer do uso de suas águas, quer da produção de peixes ou de camarão ou para manifestar sua cultura através de tradições folclóricas que ainda hoje são preservadas por gerações”, revela Roberto Bomfim.
 
O documentário resgata manifestações como reisados, grupos quilombolas e mestres da cultura. “Resgatamos esta memória imaterial do Acaraú”, festeja Roberto Bomfim.
 
O filme, após o lançamento de Fortaleza será levado até o final do ano para exibição nas cidades onde foi filmado. “Pretendemos exibir o documentário por toda ribeira do Acaraú mediante a convênio e patrocínios. Vamos também distribuir cópias do documentário para bibliotecas, escolas, universidades, entidades culturais, prefeituras e organizações não governamentais”, informa Roberto Bomfim.
 
Depois a idéia é de exibição do documentário mediante convênio com tevês abertas e fechadas. Temos ainda o projeto de tradução para inglês, espanhol e francês para exibição em ONGs da França, Espanha e Portugal.
 
O documentário foi patrocinado pela Fundação Presidente Kennedy por convênio junto à Casa Civil do Estado do Ceará. Ele derivou do projeto “Rio Acaraú, o Gigante do Norte”.
 
 “Este projeto, que teve a chancela da Fundação Educacional Presidente Kennend, de Guaraciaba do Norte; quis dar uma lição da inteligência dos bravos sertanistas, índios e estrangeiros, que conquistaram e valorizaram o Norte do Ceará com suas tradições, costumes e culturas”, finaliza Roberto Bomfim.

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