quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Acaraú - Busca por gás e petróleo atrasa

Se os resultados encontrados forem satisfatórios, área do Ceará pode ser levada aos próximos leilões
image Até dezembro, 65% dos testemunhos em amostras haviam sido adquiridos FOTO: THIAGO 

GASPAR
Programado para o fim do ano passado, o resultado da pesquisa para identificação, ou não, de petróleo e gás na porção ocidental em mar da Bacia do Ceará atrasou, e os trabalhos prosseguem durante 2012. Até dezembro, segundo informa a Agência Nacional de Petróleo (ANP), que contratou o serviço, haviam sido adquiridos 65% dos mil testemunhos em amostras do assoalho oceânico a serem adquiridos.

Atualmente, o órgão está analisando as informações recebidas.
A Bacia do Ceará já é explorada comercialmente, mas somente na área do litoral de Paracuru, através dos campos denominados Xaréu, Atum, Curimã e Espada. A parte ocidental da bacia ainda é desconhecida, e o estudo pretende aumentar o conhecimento sobre a região das sub-bacias de Piauí, Acaraú e Icaraí, em uma área de 9,4 mil quilômetros quadrados. A pesquisa está incluída no Plano Plurianual de Geologia e Geofísica 2007-2014 realizado pela ANP.

Aporte
O projeto foi contratado em dezembro de 2010 e as pesquisas iniciadas em janeiro do ano passado, através do consórcio formado pelas empresas Ipex e Fugro. O relatório completo deveria ter sido entregue à Agência até o último dia 30. O investimento total no estudo é de R$ 12,7 milhões.
Até o fim de 2011, 651 testemunhos haviam sido retirados, por meio do testemunhador "piston core", que é o equipamento usado para proceder este tipo de amostragem.
As amostras estão sendo tiradas em lâminas d´água compreendidas entre 50 e 2.500 metros, atingindo, assim, águas profundas na bacia cearense. Até hoje, só há produção de petróleo em águas rasas, com até 50 metros de profundidade.

A ANP já informou que, no caso de ser detectada presença de hidrocarbonetos em parte significativa das amostras coletadas, haverá uma importante elevação da atratividade da bacia, podendo levá-la a ser oferecida nos próximos leilões a serem promovidos.

Explicação
"Deve-se enfatizar que esta ferramenta exploratória, coleta de amostras e análise geoquímica subsequente não se habilita a detectar ´acumulações´ de hidrocarbonetos, mas tão somente verificar a presença de indícios, ou seja, indicações de possíveis ocorrências, principalmente de gás, porventura migrado de zonas mais profundas da bacia. Trata-se de um método de investigação muito preliminar, o qual, evidenciando anomalias positivas encorajaria a obtenção de novos dados através de ferramentas mais apropriadas para a detecção de acumulações de hidrocarboneto, como a sísmica de reflexão por exemplo", esclarecera anteriormente o órgão.

Além da Bacia do Ceará, a Bacia do Araripe, na região do Cariri também foi pesquisada pela ANP. Contudo, após quase um ano de estudos, a Agência especializada concluiu que não existe petróleo para comercialização na localidade.

Cifra
12,7
milhões de reais é o valor do investimento do projeto que pretende avaliar a possibilidade de exploração de petróleo na parte ocidental da Bacia do Ceará

SÉRGIO DE SOUSA
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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