sexta-feira, 15 de julho de 2011

O historiador de Brasília

Foi historiando a vida de Brasília e comunidades circunvizinhas que Adirson Vasconcelos construiu sua obra maior

João Adeodato de Vasconcelos, comerciante, juiz de paz, promotor auxiliar, delegado civil, inspetor de ensino e prefeito municipal era um homem de bem, abastado, de ampla visão e formação católica. Conduziu os filhos até Recife, um para tornar-se doutor, outro, religioso. Francisco Ayrton cumpriu o desejo paterno, fez-se médico. José Adirson, nascido a 16 de julho de 1936, abençoado no batismo pelo padre-poeta Antonio Tomás, estudou no colégio dos Irmãos Maristas de Apipucos, porém abandonou claustros e batinas e enveredou pelo jornalismo. E foi nessa condição que o destino o conduziu ao Planalto Central, pedaço do Brasil que escolheu para viver, amor à primeira vista.

Escalado pelo jornal Correio do Povo para cobrir a primeira missa celebrada em Brasília seguiu para o Rio de Janeiro e de lá, em um precário Douglas, voou para Goiânia. Dali em diante, um dia inteiro numa jardineira até a cidade que fervilhava de candangos na maratona da construção monumental. Era o dia do trabalho, 1º de maio de 1957. Desde então o jovem cearense de Santana do Acaraú tornou-se cidadão brasiliense com uma firme promessa no peito: ser seu historiador.

Adirson Vasconcelos acompanhava o presidente Juscelino Kubitscheck passo a passo, como repórter do Correio Brasiliense, órgão dos Diários Associados de Assis Chateaubriand, sobre o qual escreveu recentemente um roteiro biográfico chamado Chatô e seu tempo. Como assessor da presidência da fundação que leva o nome do famoso jornalista organizou uma série de cinquenta volumes contendo os combativos artigos do velho jagunço: O pensamento de Assis Chateaubriand.

Nas foi historiando a vida de Brasília e comunidades circunvizinhas que Adirson construiu sua obra maior. Escreveu mais de trinta livros em torno do assunto começando por O homem e a cidade. Seguiram-se: Um sonho que se fez realidade, A primeira viagem, Núcleo Bandeirante, Curls e o Planalto Central e mais uma coleção narrando a trajetória de cada uma das cidades satélites e sobre o núcleo, o Distrito Federal. Além de biografar o presidente JK e sua visão futurista.

Este amor por Brasília levou Adirson Vasconcelos a fundar o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, órgão que mantém o Museu da Imagem e do Som, guardião da memória da cidade de Lúcio Costa e Niemeyer. Contudo, Adirson não esquece o berço, escreveu uma memória quando do centenário do pai, João Adeodato e, sempre que pode, retorna a Santana. Conheci-o numa dessas viagens. Viera com a família para inaugurar rua com o nome do genitor ex-prefeito e placa no casarão onde residiu na Avenida São João, fato ocorrido em 1994 na gestão de Ari Fonteles. A rua João Adeodato corta a 3 de Novembro, data da fundação do Município e esbarra na Manoel Joaquim, homenagem ao primeiro presidente da Câmara Municipal. Mais sintomático não poderia ser. E a placa comemorativa ao centenário ainda permanece no casarão que, graças, está bem preservado.

Colocação das quadrilhas no Festival Junino de Acaraú

Como todos sabem, no último final de semana, ocorreu, na Praça do Centenário, no Centro de Acaraú, o Festival de Quadrilhas Juninas do Município, situado na zona Norte do Ceará. O evento, promovido pela Prefeitura Municipal, juntamente com a Federação das Quadrilhas Juninas do Ceará (Fequajuce) contou com a apresentação de quadrilhas juninas de vários municípios cearenses: Camocim, Hidrolândia, Sobral, Acaraú, Fortaleza, Cruz, Tianguá, entre outros. Confira a colocação das quadrilhas:

1º - Grupo Esperança (Camocim) 178,40
2º - Estrela Branca (Hidrolândia) 177,70
3º - Queima Fogueira (Itapiúna) 176,40
4º - Pisa na Fulô (Sobral) 176,40
5º - União Junina (Sobral) 175,20
6º - Coração da Terra (Acaraú) 174,50
7º - Explosão na Roça (Acaraú) 174,40
8º - Explosão na Roça (Fortaleza) 166,70
9º - Paixão do Sertão (Jaibara) 165,40
10º - Emoção Junina (Cruz) 163,00
11º - Arraiá dos Apaixonados (Groaíras) 157,60
12º - Grupo Junino Girassol ( Tianguá) 155,10

Fonte: Blog Vale do Acaraú Noticias

Arraiá do Patativa é bicampeão

O grupo de Assaré volta à Fortaleza para representar o Ceará no Festival Nordestino de Quadrilhas Juninas

A quadrilha tem 60 jovens com idade entre 15 e 30 anos, oriundos de bairros pobres da cidade de Assaré
DIVULGAÇÃO
Crato. A quadrilha "Arraiá do Patativa" conquistou Bicampeonato Estadual do XIII Festejo Ceará Junino, promovido pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará em parceria com a Federação das Quadrilhas Juninas do Ceará. O grupo volta à Fortaleza, no dia 31 de julho, para representar o Estado do Ceará no Festival Nordestino de Quadrilhas Juninas, evento que contará com as 10 melhores quadrilhas do Nordeste.

Este ano, o grupo de Assaré levou para a Capital o tema "Um Saboroso Doce do Sertão, Encantando as Noites de São João", que aborda a agroindústria açucareira, com a fabricação do doce mais popular do sertão, a rapadura.

Dentro desse contexto, os representantes de Assaré dramatizaram a quadrilha com diálogo dos figurinos, marchas juninas, casamento matuto, coreografia com o imaginário popular, ao redor dos engenhos de rapadura do Cariri, a literatura de cordel, a dança de coco, com as emboladas elementos que compõem o universo cotidiano das comunidades e povos que vivem dos canaviais.

O grupo apresenta desde o processo de colheita da cana-de-açúcar, passando pela preparação do mel nas caldeiras, a produção do alfenim, até a produção e, ainda, distribuição da rapadura para todo o público que os assistem.

Para o secretário de Cultura de Assaré, Marcos Salmo, a conquista do título foi um grande estímulo para o grupo de jovens que participa da quadrilha. Ele lembra que são 60 jovens com idade entre 15 e 30 anos, oriundos de bairros pobres que enfrentam limitações culturais. Os figurinistas, compositores, diretores, coreógrafos são pessoas formadas no próprio grupo, através de oficinas e cursos.

Linguagens
O grupo, nos seus desdobramentos, utiliza-se de outras linguagens artísticas para promover as tradições juninas, como pesquisa e mapeamentos, publicação de cordéis e produção de filmes. Ações estas que só foram possíveis com as parcerias de várias instituições públicas e privadas, ressalto Marcos Salmo.

O secretário de Cultura lembra também que, ao longo dos anos, os coordenadores da quadrilha se inspiram na obra do filho mais ilustre da cidade, Patativa do Assaré, autor da poesia "Ingém de Ferro", um clássico dos poemas populares.

Dentre os diversos temas apresentados estão: "A mala do folheteiro", "Cariri de Cultura e Tradição", "Contribuição Cultural do Cangaço para o Nordeste", "Luiz Lua Gonzaga", "o Centenário Patativa do Assaré". No ano passado, o tema foi "Os vaqueiros do Sertão".

Alunos visitam locais históricos

O City Tour, realizado pela Secretaria de Educação, faz parte da programação dos 100 anos de Crateús

Padre Helênio relembra fatos históricos de Crateús para os alunos que participam do City Tour Crateús
SILVANIA CLAUDINO

Crateús. Igreja Matriz Senhor do Bonfim, Teatro Rosa Moraes, Coluna Prestes, Arco de Nossa Senhora de Fátima, obra em construção do Abatedouro Público, Instituto Federal de Educação do Ceará Campus Crateús, com parada para lanche na Cozinha Comunitária. Este foi o roteiro do City Tour realizado pela Secretaria de Educação deste Município em três ônibus, contemplando cerca de 480 estudantes de quatro escolas da rede municipal de ensino, nos últimos quatro dias, no período da manhã.

A ação faz parte da programação do Centenário de Crateús, que ocorrerá no dia 15 de novembro. A partir das 7h30, os alunos foram recebidos na escola e daí iniciaram o passeio, retornando às 11 horas. Na primeira parada, a Igreja Matriz Senhor do Bonfim, no Centro da cidade. Eles foram recebidos pelo padre Helênio Oliveira, que foi vigário de Crateús durante cinco anos, de 1974 a 1979, e relembrou fatos históricos deste período, bem como do surgimento da Diocese de Crateús e do bispado de dom Antônio Fragoso, primeiro bispo de Crateús. Parada também no Teatro Rosa Moraes, com apresentação de peça teatral.

Conhecimento
"O objetivo do passeio no período das férias é aliar conhecimento e entretenimento, aproveitamos para enfatizar fatos históricos de nossa cidade e apresentar aos nossos estudantes obras arquitetônicas que compõem Crateús ontem e hoje", ressaltou o secretário municipal de Educação, Mauro Soares.

Para ele, o passeio realizado nesse período se torna um atrativo para os estudantes. "É uma forma criativa de ensinar e solidificar nos estudantes o conhecimento e amor pela cidade", explicou o secretário.

Neste período das férias escolares foram contempladas as Escolas José Freire Filho, cujo passeio ocorreu no dia 12, Anízio da Frota, no dia 13, Maria José dia 14 e, por último, Airam Veras. A ideia é expandir o projeto para as demais comunidades escolares do Município em outro momento de férias escolares.

Além dos alunos, alguns pais participaram do passeio. Educadores acompanharam os estudantes fazendo às vezes de guias, com o papel de destacar a história da cidade.

Diversão
Para os estudantes, o passeio pelos diversos pontos turísticos e históricos da cidade, veio em uma ótima hora e aliou diversão e mais conhecimento sobre o Município de Crateús. Janiele Vieira, de 11 anos, da Escola Maria José, gostou do passeio, especialmente da peça teatral. "Gostei muito do tema da peça e de conhecer mais locais da minha cidade", disse. Juliana Costa, 14 anos, conheceu locais novos para ela. "Adorei porque não conhecia a Igreja Matriz e a Cozinha Comunitária".

Já o adolescente Bruno Rodrigues, estudante do 9º ano da Escola Maria José disse que "é muito bom passear nas férias, conheci locais que não conhecia e vi que a cidade está se desenvolvendo".

MAIS INFORMAÇÕES:
Secretaria Municipal de Educação - Centro Administrativo
Rua Cel. Totó, S/N - Crateús (CE)
Telefone: (88) 3692.3311

Cruz delimitava propriedade do Padim

No ano do Centenário de Juazeiro do Norte, várias descobertas relacionadas ao Padre Cícero foram feitas



Fernando Arrais Maia, proprietário da cruz de bronze que delimitava as terras do Padre Cícero, no Município de Missão Velha. Ele mostra o objeto que mede quase meio metro
ANTÔNIO VICELMO
Missão Velha. O Centenário de Juazeiro do Norte suscitou uma série de pesquisas que resultou na descoberta de alguns objetos e documentos que fizeram parte da vida do Padre Cícero. No Sítio Lameiro, situado no Município de Missão Velha, foi localizada uma cruz de bronze que era utilizada como marco de uma das propriedades rurais dele. Na cruz, que mede quase meio metro e pesa dois quilos, está esculpida a seguinte mensagem: "Glória ao Pai, que nos criou. Glória ao filho, que nos remiu. Glória ao Espírito Santo, que nos santifica. Amém".

No verso, a indicação mística: "Viva Jesus, Maria e José. Marco do Padre Cícero Romão Baptista do sítio Lameiro de Missão Velha, 1909".

Proprietário
O marco pertence ao agropecuarista Fernando Arrais Maia, que recebeu de presente do seu tio, Luiz Maia, proprietário do terreno que pertenceu ao Padre Cícero. Para Fernando, o objeto é mais do que uma lembrança familiar. É uma peça valiosa que faz parte da história de um Padre que foi eleito "Cearense do Século", em razão de sua liderança política e religiosa em todo o Nordeste.

Para o historiador Daniel Walker, o marco não é o único encontrado na região. Existem outros marcos de madeira com os quais o sacerdote delimitava suas propriedades.

A novidade é que este, em forma de cruz, traz duas mensagens. O marco em questão já foi apresentado ao secretário de Cultura e Turismo de Juazeiro do Norte, José Carlos dos Santos, que está tentando adquiri-lo. A aquisição está na dependência de comprovação da autenticidade da peça.

Autêntico
De acordo com informações de José Carlos, existe um forte indício de que o objeto é autêntico. O professor Renato Casemiro já comprovou, com documentos, que o terreno onde foi encontrado o marco pertencia realmente ao Padre Cícero.

O secretário lembra outro marco importante que foi localizado na Estação Ferroviária de Juazeiro do Norte que, além de assinalar a inauguração da chegado do trem no Cariri, tem o nome do Padre Cícero como prefeito de Juazeiro.

Proprietário de terras, gado e dono de diversos imóveis no Estado do Ceará e em outros Estados do Nordeste, o Padre Cícero costumava delimitar e acompanhar a administração de suas propriedades. O livro "Cartas do Padre Cícero", de autoria do padre Antenor de Andrade e Silva, publica várias cartas do patriarca de Juazeiro do Norte falando nos marcos de suas fazendas.

MAIS INFORMAÇÕES
Fernando Arrais Maia
Município de Missão Velha
Região do Cariri
Telefone: (88) 9969.5944


Antônio Vicelmo 
Repórter

Secult anuncia novos Pontos de Cultura

Na manhã de ontem, o secretário de Cultu- ra, Professor Pinheiro, anunciou 100 novos projetos contemplados com o II Edital de Pon- tos de Cultura, que agora passa a alcançar 131 cidades cearenses

O maracatu Nação Fortaleza foi um dos projetos da capital atendidos neste segundo ano do edital
WALESKA SANTIAGO
Instituído como instrumento de apoio para projetos que talvez não tivessem acesso a editais federais, provenientes do Ministério da Cultura, o Programa Pontos de Cultura do Estado do Ceará lançou, em novembro do ano passado, sua segunda edição. Ontem, o secretário de cultura Francisco Pinheiro anunciou os novos projetos que deverão ser atendidos por esta política de financiamento, recebendo individualmente R$ 60 mil anuais durante três anos.

Segundo Isabel Almeida, Assessora Técnica do projeto Pontos de Cultura no Estado, para concorrer ao edital, além da comprovação como ONG, a instituição precisa ter um histórico de pelo menos dois anos de atuação no setor cultural, não necessariamente comprovado pelo tempo de CNPJ. "As instituições poderiam comprovar suas atividades por meio de matérias de jornais, fotografias...", explica.

As ações culturais contempladas passam a obter o reconhecimento e o apoio público, devendo ofertar como contrapartida a elaboração de produtos culturais ou mesmo de formações, oficinas e outras séries de bens intangíveis, que vão sendo assessorados pelos Pontões de Cultura, órgãos responsáveis por fiscalizá-los.

Nesta edição, cerca de 400 entidades se inscreveram. "No primeiro prazo, obtivemos apenas em torno de 100 inscritos para as 100 vagas, mas não quisemos fazer uma seleção sem concorrência. Por isso, investimos em maior divulgação, ampliamos o prazo e finalizamos com uma estatística de quatro projetos para cada vaga, um número interessante para que pudéssemos, de fato, discutir o nível dos projetos apresentados", comentou o secretário. A maior parte dos selecionados trabalham com as chamadas "Artes Integradas", que combinam linguagens artísticas como dança teatro e música; em segundo lugar, constam as Manifestações e Culturas Populares. De acordo com Professor Pinheiro, não houve por parte da Secult nenhum privilégio a determinados projetos.

"A única interferência da seleção acontece em um critério de desempate prescrito por lei, que deve privilegiar grupos quilombolas e indígenas. O que se pode concluir diante do panorama dos selecionados por linguagens é que as ações culturais do Estado tem caminhado sobretudo para esses dois formatos: artes integradas e projetos ligados à tradição", conclui Pinheiro.

Até 2010, apenas 77 cidades cearenses possuíam Pontos de Cultura, financiados por recursos federais ou estaduais. Agora, 131 cidades deverão ser contempladas e a meta do governo é que, até 2014, todos os municípios cearenses sejam contemplados. Analisando a trajetória percorrida pelo Programa, Pinheiro acredita que os primeiros Pontos de Cultura aprovados tem deixado sua contribuição para a cultura local. O maior "gargalo", no entanto, ainda continua sendo a dificuldade dos gestores dos projetos em lidar com as burocracias inerentes ao repasse dos recursos.

"Estamos pensando em fazer formações com os gestores sobre elaboração de projetos, por que ainda temos muita dificuldade com os prazos e prestações de contas. Nem todos os envolvidos com cultura sabem resolver essas questões típicas de administração", ressaltou o secretário. Durante a coletiva, Pinheiro comentou ainda o retorno de sua gestão apesar do conturbado início.

"Estamos trocando o pneu do carro com ele em movimento. Toda gestão tem esse tempo normal de maturação, que leva cerca de seis meses, mas apesar disso, não deixamos de lançar nenhum dos editais da Secult, então creio que estamos com tudo sob controle", justifica.

MAYARA DE ARAÚJO
REPÓRTER

Teatro José de Alencar é o berço da arte em Fortaleza


Espaço para convivência, criação artística e divulgação da cultura, o Teatro José de Alencar, em Fortaleza, é um belíssimo exemplo da arquitetura eclética.

No livro Brasil Imperdível, o músico e compositor Raimundo Fagner, morador ilustre da capital cearense, resgata um fato curioso em relação à sua construção: 

Isso mesmo. O Teatro José de Alencar precisou de matéria-prima importada para ser construído.




"Uma exuberante e caprichosa estrutura de metal vinda da Escócia originou o teatro, inaugurado em 1910″.

De lá para cá, o espaço passou por momentos distintos: da glória inicial até um período de esvaziamento, quando cogitou-se transformá-lo em um estacionamento (veja vídeo ao lado).

Porém, o teatro (cujo nome é inspirado no grande escritor cearense) se manteve firme. Após fechar as portas para uma grande reforma, no final da década de 1980, teve sua área ampliada. Atualmente, conta com outros três palcos menores, além do principal, e possui biblioteca, Centro de Artes Cênicas e salas de ensaios.

O Teatro José de Alencar possui, ainda, um espaço para apresentações ao ar livre em seu jardim, projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx.

Fonte: Blog Brasil Imperdível

Fortaleza apresenta-se como ‘Capital dos Eventos’

A prefeita Luizianne Lins foi homenageada pelo trade cearense, com a comenda entregue pelo presidente do Fortaleza Convention e Abav-CE, Colombo Cialdini

Com a ação integrada do poder público e iniciativa privada, mais a participação efetiva do trade turístico, a capital do Ceará segue desenvolvendo um intenso trabalho promocional em sua projeção de destino onde todos os atrativos de lazer  também encaminham para a contínua prospecção de segmentos importantes, como na área de eventos.

Através da sua secretaria de turismo, a prefeitura municipal de Fortaleza em parceria com o Convention Bureau e com o apoio da TAM Linhas Aéreas promoveu nesta quinta (14), a ‘Noite de Fortaleza em São Paulo’, reunindo mais de 500 convidados em uma casa de shows em Pinheiros, zona sul da capital paulista.

Para se mostrar como a quinta capital mais populosa do país, com verão durante a maior parte do ano, hotelaria de destaque, uma ampla e alegre agenda cultural, vida noturna agitada e gastronomia reconhecida, e localidade apta cada vez mais na prospecção de eventos – o setor mais rentável da indústria turística –, o evento de lançamento deste projeto veio direto ao principal emissor de turismo para o Ceará.

‘Fortaleza Capital dos Eventos’ terá uma série sincronizada, um evento a cada mês, por várias capitais – ainda neste ano com o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia e Brasília (em novembro), aí vem a pausa da temporada de verão e reinicia em 2012, Manaus e Belém, Curitiba e Porto Alegre, completando-se em Campinas, com atenção para a região do rico interior paulista. A típica comida regional  do ‘Colher de Pau’ e a música com animação certa da famosa ‘Banda do Pirata’.

Reafirmando que o evento tem direcionamento objetivo para o mercado corporativo, o presidente do Fortaleza Convention Bureau, Colombo Cialdini, destacou que este modelo de evento – coordenado pelo diretor executivo Airton Cabral – tem o perfil com todos os componentes para mostrar o clima de alegria e bem receber que a cidade realça. ‘Apresentando as potencialidades e os novos projetos de modernidade executados pela administração municipal – como a nova  avenida Beira-Mar, a remodelação da praia do Futuro, e do pólo gastronômico do Morro de Santa Terezinha – e no setor estadual, onde os grandes destaques são o centro de eventos da ExpoCeará e o Acquario.

A prefeita Luizianne Lins não escondia sua felicidade pela 'Noite de Fortaleza' e sua repercussão, acrescentando o recebimento da comenda ‘Vela do Mucuripe’, entregue por Colombo Cialdini em nome do Convention e da Abav-CE, bem como dos representados Abih-CE, Skal-CE e Abrasel. A comenda simbolizou o agradecimento do trade  nas parcerias realizadas e executadas pela prefeita em favor do progresso da cidade.

Antonio Euryco

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Uma vida feita à mão

A artista cearense Nice Firmeza chega aos 90 anos e celebra a data com a abertura de uma exposição e com o lançamento de um livro de memórias. O evento acontece, hoje, às 18 horas, no Museu do Ceará


Nice Firmeza é um bom exemplo para desvelar o machismo dissimulado na velha máxima de que, "por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher". Companheira de Estrigas (Nilo Firmeza, artista plástico e crítico de arte), há mais de 50 anos, ela está ao seu lado, compartilhando projetos e ombreando-o em sensibilidade.

No próximo dia 18, ela chega aos seus 90 anos. E comemora da mesma maneira que seu companheiro o fez, há dois anos: com a abertura de uma nova exposição e com o lançamento de um livro de memórias. A comemoração é antecipada, para prolongar a festa. Às 18 horas, no Museu do Ceará, a artista abre a mostra "Bandeiras da Nice" e participa do lançamento de "Conversas com Nice", livro de Alberto Rodrigues Soeiro, escrito a partir de entrevistas feitas com a homenageada.

Bandeira
Ao celebrar seus 90 anos, Nice firmeza comprova sua discrição. O conjunto de pinturas exposto é, ele mesmo, uma homenagem: ao pintor cearense Antonio Bandeira (1922 - 1967).

São 28 trabalhos inéditos, produzidos a partir de 1994. Nessa época, Nice decidiu experimentar uma criação que partisse de uma obra já existente - no caso, um quadro de Bandeira, que consta no acervo do Mini-Museu Firmeza, galeria particular dedicada às artes cearenses, aberta ao público, mantida pela artista e pelo marido, no sítio onde vivem, no Mondubim. Os trabalhos recriam e reinventam as imagens não-figurativas de Bandeira, com a delicadeza do uso de cores que marca o trabalho de Nice Firmeza.

Trajetória
Nice Firmeza nasceu em 1921, em Aracati. O padre a batizou apenas com o nome de Maria (só aceitava nomes de santos), mas o Nice que a mãe tanto queria imperou em casa. Mudou-se ainda jovem para a Capital, onde se interessou pela arte. Em 1950, iniciou seus estudos no curso livre de desenho e pintura da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), quando conheceu seu companheiro de longa data, o então odontólogo Estrigas.

Delicada e inquieta, Nice não se contentou com os gêneros das artes plásticas. Se fez artista, também, a partir dos saberes da tradição popular. Doceira e bordadeira (faz "pinturas" com formas e cores ricas de suas linhas), foi nomeada Tesouro Vivo/Mestre da Cultura, pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult).

Memórias Conversas com Nice Alberto R. Soeiro
LCR Gráfica
2011
76 páginas
R$ 20

Lançamento do livro e abertura da exposição "Bandeiras da Nice". Às 18 horas, no Museu do Ceará (Rua São Paulo, 51, Centro). Contato: (85) 3101.2606

Reforma do teatro sem previsão de término

Há 15 anos fechado, o espaço está em obras desde o início do ano passado. Está prevista construção de praça

Polo cultural: localizado em um prédio ao lado da Emcetur, o equipamento já foi importante espaço de movimentos em Fortaleza nos idos de 1970. A reforma no prédio é lenta
LIANA SAMPAIO
Importante polo cultural que movimentava a Fortaleza da década de 1970, o Teatro Carlos Câmara, do Centro de Turismo do Ceará (antiga Emcetur), está desativado há 15 anos.

Fundado em 1974 e fechado cerca de 20 anos depois por falta de manutenção, o equipamento hoje está em obras desde o início de 2010. Não há previsão para o término dos serviços.

Laete Fernandes, administrador do Centro de Turismo, afirma que os atrasos se devem ao processo de desapropriação de terrenos vizinhos para que seja feita a reforma do espaço. "O terreno ao lado do teatro, que pertencia a Santa Casa de Misericórdia, está sendo desapropriado para que possamos continuar com as reformas, o que tem levado tempo, por isso ainda não sabemos quando tudo será concluído", explica.

Localizado em um prédio ao lado da Emcetur, na Rua Senador Pompeu, o teatro, além de reformado, será também ampliado com a criação de uma praça e um estacionamento no local. O Museu de Arte e Cultura Popular, que funciona na sede do Centro de Turismo, também passará por mudanças. As intervenções no espaço ainda não têm previsão de início.

Preservação
O Centro de Turismo foi reinaugurado em 2010, pela Secretaria de Turismo do Estado (Setur). Todo o entorno do local está passando por intervenções para formar, junto com a Estação João Felipe, Santa Casa de Misericórdia e Passeio Público, um dos mais importantes corredores arquitetônicos e históricos preservados na Capital.

Esta foi a primeira reforma realizada no Centro de Turismo do Ceará desde o início do seu funcionamento, em 1973. As obras de melhoria foram iniciadas em janeiro de 2008 e receberam investimentos de R$ 1.976.640, do Tesouro Estadual e Ministério do Turismo.

A reforma incluiu a reestruturação das 104 lojas que funcionam no Centro, além da instalação de um elevador panorâmico no local. Novas estruturas elétricas, hidráulicas, de refrigeração, banheiros, restaurante, lanchonete e quiosque também foram instalados durante as obras.

Embora julho seja um mês de alta estação, o movimento de turistas no polo cultural, nesta temporada, está abaixo do previsto. É o que observa o conselheiro da Associação dos Comerciários do Centro de Turismo (Acentur), Raimundo Quixadá. "Pelo que venho notando, diria que o movimento está cerca de 60% menor do que o esperado".

Esse é também o sentimento de muitos dos lojistas do local. A comerciante Tarcila Silveira, 52 anos, ainda mantém o otimismo e espera que a segunda quinzena do mês seja melhor. "Por enquanto está igual a outras épocas do ano, de baixa temporada. A gente ainda está na expectativa de uma melhora até o fim das férias", diz.

Segundo a Acentur, uma média de dez ônibus de turistas passam por dia pelo local. Raimundo Quixadá acredita que um maior conhecimento da população sobre o espaço é uma das saídas para fomentar as visitas ao Centro.

"Tem que divulgar primeiro para as pessoas da terra para poder trazer turistas aqui. Frequentam muito o Mercado Central e não vêm aqui, que é do lado e tem a mesma variedade e qualidade de serviços. Somos um polo cultural, histórico e comercial que merece mais destaque", afirma Quixadá.

Com o intuito de promover ainda mais Centro de Turismo e aquecer as vendas e visitas ao local, a Acentur realiza apresentações artísticas e culturais, além de passeios por Fortaleza até o final de julho.

Outros projetos para a promoção de festivais artísticos durante todo o ano também foram encaminhados para a Setur para aprovação. O objetivo das ações é movimentar as atividades do Centro de Turismo, estimulando as visitas e as vendas.

"Queremos que o Centro volte a ser um polo cultural e econômico forte no Estado, como foi no início de seu funcionamento, na década de 1970", finaliza o conselheiro da Acentur, Raimundo Quixadá.

FIQUE POR DENTRO
História do Teatro
O Centro de Turismo do Ceará (Emcetur) foi fundado em 1973, pelo então governador César Cals, no prédio da antiga Cadeia Pública, no Centro da cidade. A criação do teatro veio um ano depois, em 1974. O espaço ocupava uma das alas do Centro e, posteriormente, passou a chamar-se Teatro Carlos Câmara, em homenagem ao dramaturgo. Durante a década de 1970, o equipamento era um dos polos culturais mais ativos de Fortaleza. Há 15 anos desativado, o espaço passa agora por reformas.

REGINA PAZ 
ESPECIAL PARA CIDADE

domingo, 10 de julho de 2011

Livro reúne ícones do Cariri

Obra infantil aborda tradições e histórias que povoaram a região, enfatizada por apresentar-se em áudio

Lançamento do livro ofereceu uma identificação com o público infantil, envolvido com as tradições do lugar
Crato. Lançado, nesta cidade, o livro "O Mistério das 13 Portas no Castelo Encantado da Ponte Fantástica", de autoria do médico José Flávio Vieira, com Ilustrações de Reginaldo Farias. A solenidade de lançamento aconteceu no Cine Teatro Salviano Arraes, antigo Cine Moderno, localizado no calçadão da Rua Bárbara de Alencar.

O livro, engenhosamente, faz uma tessitura dos mitos caririenses e acompanha um CD com 15 Músicas e um Áudio-Livro com a exposição da história. A narração do livro na voz de Luiz Carlos Salatiel é destinada a deficientes visuais, justifica o autor, destacando que é o primeiro livro cearense com áudio.

O projeto foi vencedor do I Prêmio Rachel de Queiroz da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult). Na oportunidade, foi promovido um show com a presença de vários músicos e compositores cearenses que participaram do projeto, entre os quais Luiz Carlos Salatiel, Lifanco, Ibbertson Nobre, Luiz Fidelis, Pachelly Jamacaru, Amélia Coelho, Ulisses Germano, Zé Nilton Figueiredo, João do Crato, Leninha Linard, Abidoral Jamacaru, Fatinha Gomes, André Saraiva, Elisa Moura, João Neto, Bonifácio Salvador, Rodrigo e o Coral Mensageiros de Cristo.

Alusão

Zé Flávio faz questão de dizer que a produção contou com a participação de mais de 60 pessoas que deram sua colaboração, a partir de sua neta, Thais, de 13 anos de idade, que leu o livro com o objetivo de indicar se o texto estava à altura do público infantil. Com base nesta leitura, o autor teve que fazer algumas correções antes de liberar o trabalho para impressão.

A obra destinada ao público infantil trata de um Reino Encantado com o nome de Aimará, localizado no pé de uma serra, com árvores grandes e frondosas, cercado de fontes perenes que banhavam o vale. Ali, nasciam flores e cresciam muitas fruteiras. Era o paraíso dos pássaros, entre eles uma ave especial que era o guardiã do Reino e se chamava Soldadinho. Aimará era governada pelo Rei Tristão e a Rainha Bárbara. Com tantas fruteiras e caças, os habitantes não precisavam trabalhar muito. O Reino criado pelo autor é uma alusão à região do Cariri.

Ao lado, havia outro Reino com o nome de "Trono do Altar", governado pelo Rei Joaquim que, ao contrário do Rei Tristão, era guerreiro, perverso e invejoso. Terminou invadindo o Reino de Aimará. Com o tempo, o Reino foi destruído em consequência do pipoco da pedra da Batateira que inundou a região. Os sobreviventes se refugiaram na serra do Horto, onde se encontra a estátua do Padre Cícero, fundador de Juazeiro.

Ao longo da história, o autor lembra as lendas que povoam o imaginário popular do Cariri. Entre elas, uma baleia que morava embaixo da Igreja da Sé, o boi misterioso, a cobra da lagoa encantada, a pedra de Nova Olinda e outras crendices que construíram e povoaram o mundo do Cariri encantado. No trajeto místico em busca de decifrar o mistério que envolveu a destruição do Reino, o autor denuncia os crimes ambientais, o progresso avassalador e a ganância do homem. Por fim, depois de uma longa caminhada, um dos personagens encontra as 13 portas do Castelo Encantado, que são representadas por 13 mitos que escreveram com o seu jeito de ser a história do Cariri.

Maldição

Uma história construída por gente simples como Canena, uma mulher que vendia tapioca com fígado no Crato antigo. Tandô, um moreno metido a cangaceiro que carregava na cartucheira, ao invés de balas, fragrâncias dos mais diversos perfumes silvestres do Reino.

O Rei da Serra, um ermitão que fez da floresta do Araripe a sua morada e única propriedade. Capela, um travesti valente que se tornou o defensor dos injustiçados. Vicente Finim, o filho ingrato que, por maldição da mãe, virava lobisomem nas noites de lua cheia. Maria Caboré, uma serviçal que morreu de peste bubônica, enquanto tratava dos pais. O Príncipe Ribamar da Beira Fresca, que inventou uma fábrica de descaroçar fumaça. Noventa, um chapeado, um profeta que foi alfabetizado enquanto trabalhava. Zé Bedeu, um boêmio que fez das praças do Crato o seu lar. Padre Verdeixa, um missionário irreverente que arranjava um pé-de-briga por onde passava. Zé de Matos, um poeta que vagava, fazendo poesias nas feiras do Crato. O Beato Zé Lourenço, um líder espiritual que foi perseguido pelos poderosos e Jeferson da Franca Alencar, o ecologista que conseguiu salvar alguma coisa do Reio Encantado.

Identidade

O autor justifica que a história de uma região nem sempre é escrita por nobres. Estes mitos que alimentam conversas de mesas de bares, nos alpendres das fazendas e nos terreiros das casas sertanejas são os verdadeiros símbolos da identidade da Nação Cariri.

Com estes personagens, mitos e crendices, o médio José Flávio com a ajuda de músicos e intérpretes regionais, consegue transformar um elenco de lendas numa denúncia contra a devastação da natureza, alimentada pela ignorância de muitos, pela ganância especulativa ou pela cegueira política.

MAIS INFORMAÇÕES
Secretária de Cultura, Esporte e Juventude do Crato
Centro Cultural do Araripe
Telefone: (88) 3523.2365


ANTONIO VICELMO 
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste