sábado, 21 de maio de 2011

Morre por inteiro... poesia Luciano Brasileiro Spagnol

Laurentino Gomes prepara, livro para fechar triologia de sucesso sobre a Independência do Brasil


Com 1 milhão e 100 mil livros vendidos com as obras "1808" e "1822", o jornalista e escritor Laurentino Gomes participa nesta segunda-feira à noite do projeto “Sempre um Papo” na Faculdade São Lucas. Apreciando desde a sexta-feira passada a cidade de Porto Velho, o autor de "1808" e "1822" retrata a fuga da Família Real Portuguesa para o Brasil e o processo de independência brasileiro. Uma terceira obra, 1889, sobre o terceiro reinado fecha a triologia de sucesso, que elevou Laurentino Gomes a categoria de escritores mais lidos e prestigiados do Brasil. O lançamento deve acontecer em 2013. O escritor recebeu o Rondoniagora na manhã de hoje e falou sobre pontos curiosos sobre os dois livros.

Rondoniagora – Enquanto a maioria dos alunos aprende nas escolas que Dom Pedro se apresentou como herói, inclusive com indumentária apropriada, no momento do grito de independência, o senhor desnuda o mito, provando que na verdade, ele tava com dor de barriga e montado em uma égua, sem valor comercial, naquele ato tão solene.

Laurentino Gomes – A História é uma disciplina fascinante porque os acontecimentos e os personagens do passado são reais, não mudam mais. Mas a História continua a mudar o tempo todo da forma como nós olhamos esse passado. Existe uma manipulação do passado, construção e desconstrução que geralmente obedece a necessidade político-ideológica de cada momento que vem em seguida. Dom Pedro I é um caso típico  de manipulação do passado. No final da Monarquia, era apresentado como herói épico, pai do D. Pedro II. Depois na época da República, começa o trabalho de desqualificação do personagem, um herói mulherengo e boêmio. Na História recente, o Dom Pedro aparece na pele de Tarcísio Meira (Independência ou Morte) como um herói marcial. Na redemocratização, de novo uma reconstrução do personagem com Marcos Pasquim (Quinto dos Infernos), um inconseqüente, boêmio, etc.. Para o jornalista, o desafio é tirar esse cipoal, as camadas geológicas que se sobrepõe ao personagem real. Observar que existe um mito, como e porque é um mito.

Rondoniagora – O senhor conta com riqueza de detalhes cada aspecto daqueles momentos de libertação do País.

Laurentino Gomes - Sou jornalista há mais de 30 anos de profissão. Tenho experiência em jornais e revistas. Claro que chegar a verdade absoluta dos fatos é complicado. É até uma questão filosófica. O que é a verdade, até Pôncio Pilatos perguntou a Cristo. A reportagem quando consulta vários nomes e documentos, usa o bom senso, o jornalista tem que ser sensato, para não embarcar em canoas furadas. Quanto mais pesquisa, mais perto da verdade você chega. Você precisa ser transparente com o leitor, internauta, revelar quais fontes e métodos da pesquisa. Já existe um estudo grande da academia e universidades sobre fontes. É preciso usar o bom senso e usar como baliza o conhecimento que a academia já produziu sobre o assunto.

Rondoniagora – A sua pesquisa foi tão minuciosa, talvez venha daí a explosão de vendas.

Laurentino Gomes – Verdade. O ‘1808’ vendeu 750 mil exemplares. E o ‘1822’ outros 350 mil.

Rondoniagora - Como chegou a essas fontes? E é possível observar uma diferença entre o primeiro e o segundo.

Laurentino Gomes -
Esses detalhes apuramos em cartas e documentos originais da época, além de livros de História de outros escritores. Extraímos informações das cartas do arquivista Real (Luis Joaquim dos Santos Marrocos). Não misturo ficção com não-ficção. É um livro de História do Brasil pela perspectiva do Brasil, uma linguagem mais acessível, explico até números. Quando Joaquim (arquivista Real) fala que comprou um escravo por 98 mil réis, não posso deixar esse número para o leitor decifrar, faço uma comparação com a paridade da Libra Esterlina, que dá entre 10 a 12 mil reais. Em ‘1822’ quando falo da festa de casamento com Leopoldina, que custou 1 milhão de Florins, descobri que um par de sapatos em Viena custava 5 Florins. Com esse dinheiro daria para calçar toda população de 200 mil habitantes. Agora você tem razão. Tem diferença entre os dois livros. O primeiro é bem mais humorado, pitoresco, mais engraçado; o segundo é mais crítico até porque o Brasil ficou mais complexo, polêmico, poderia ter abolido a escravidão, mas não o fez. Dom Pedro tinha um discurso liberal, mas na prática era autoritário, fora os escândalos com a Marquesa de Santos.

Rondoniagora – Inclusive, o senhor faz uma crítica em relação ao analfabetismo que era imposto a grande parte da população.

Laurentino Gomes -
São Paulo, por incrível que pareça, o número de pessoas alfabetizadas chegava a 2,5% dos homens adultos. Se extrapolar para população brasileira inteira, 99% do povo era analfabeto naquela época. Enquanto os Estados Unidos até os negros já sabiam ler porque eram obrigados a freqüentar a igreja protestante e ler a Bíblia.

Rondoniagora – E há uma diferença descomunal entre o processo de independência norte-americano e o brasileiro.

Laurentino Gomes – O processo de liberdade dos Estados Unidos é o inverso do nosso. O povo era alfabetizado por causa da Igreja Protestante, que obrigava as pessoas a lerem a Bíblia, inclusive os escravos. As 7 principais universidades já existiam. E tinha a herança anglo-saxônica, acostumada a enfrentar o rei. Foi uma sociedade organizada que rompeu com a metrópole e criou o estado debaixo pra cima. Enquanto no Brasil, 99% do povo é analfabeto, formada por escravos e negros completamente a margem de qualquer oportunidade num cenário de completa dominância do latifúndio com provinciais rivais entre si.

Rondoniagora – Some-se esse quadro nebuloso, a ânsia voraz por riqueza de Portugal.

Laurentino Gomes – Saiu um livro do jornalista mineiro Lucas Figueira, chamado Boa Ventura, a Correria do Ouro no Brasil, que o ouro e o diamante nos transformaria na época numa das nações mais ricas do mundo. Mais de 1mil toneladas de ouro foram levadas daqui. E o curioso é que não ficou em Portugal, comprou com esse ouro riqueza e luxo para uma Corte que queria se parecer com a Corte de Paris e Madri. Esse ouro passou por Portugal e foi para França e Holanda. A coroa Portuguesas, tentando mostrar prestígio, comprou mármore carrara e fez um dos maiores palácios do mundo, o Palácio de Mafre.

Rondoniagora – E o terceiro livro, do que se trata?

Laurentino Gomes - Estou agora pesquisando para lançar o livro ‘1889’ sobre o Segundo Reinando. Pretendo fechar uma triologia de datas para explicar a construção do estado brasileiro no século 19. A conseqüência é ‘1822’, é quase impossível entender a independência do Brasil sem estudar a corte no Rio de Janeiro. A partir daí começa a República. O encontro do discurso com a prática é de 26 anos para cá. É uma república muito jovem. Tenho 2 anos para pesquisar, devo lançar o livro em 2013.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Projeto Lamparina de Histórias em Itarema

No dia 18 de maio, o Projeto Lamparina de Histórias esteve no Centro Cultural de Itarema, a abertura  pela Banda de Música de Itarema, em seguida Alexandre Mulato-artista plástico falou sobre o evento,  foram realizadas apresentaçoes de contadores de histórias, recitação de poesias, cantos, danças, músicas.

Realmente foi uma ocasião de revermos os contadores de histórias e de recordarmos do tempo em que as pessoas sentavam no terreiro de areia branca em frente a casa e ouvia-se histórias diversas, inclusive de trancoso (mal assombradas) que muitas vezes as crianças tinha dificuldades de dormir com medo de alma.

Tempo bom de pureza e inocência, que nos restam agora só lembranças.

Evento realizado pela equipe do Lamparinas de Histórias, Júlia Barros-autora do projeto e dos membros do centro cultural, entre eles Alendre Mulato, Marli Batalha  e Sirlândia.Com o apoio da Prefeitura Municipal de Itarema

por Totó Rios

O Projeto

O "Lamparina de História" nasceu a partir de uma experiência da autora. Em uma ida ao sertão, Júlia Barros conta que viu várias lamparinas indo na mesma direção, durante uma noite. Aquela imagem ficou na sua mente martelando e fazendo-a lembrar das noites de debulha, de lua cheia, em que famílias inteiras compartilhavam do momento com muitas histórias, principalmente, as de assombração. Após manter contato com um grupo de idosos, despertou para a necessidade que estes têm em contar o que viveram, partilharam ou inventaram. A partir daí, criou o projeto. "Nasceu justamente da necessidade de conhecer os contadores de histórias tradicionais em cidades cearenses", conta. Fonte: Diário do Nordeste 

Banda de Mísica de Itarema




Alexandre Mulato-Abertura
Contando histórias
Recitação de poesia
Grupo de Dança de Itarema
Grupo Musical de Itarema
Cantando
Dança Preservação meio ambiente
Poesia
Reizado de Varjota
Contando história

Julia Barros-Autora do Projeto (centro)

Arte-Alexandre Mulato

Centro Cultural de Itarema

Centro Cultural de Itarema

Equipe do Centro Cultural

Museu Histórico e Memorial da Liberdade ganha catálogo


O exemplar proporcionará a apresentação de vários objetos que perderam sua função de uso para ganhar o valor de documento.

Por: Roberta Farias

O lançamento do catálogo do Museu Histórico e Memorial da Liberdade, em Redenção, intitulado “Africania e Cearensidade”, aconteceu na sede da Secretaria de Cultura do município. A edição do catálogo teve o apoio da Associação dos Municípios do Maciço de Baturité (AMAB), uma realização do Instituto Olhar Aprendiz e patrocínio do Governo do Estado do Ceará.

O objetivo da obra não é o de simplesmente cumprir uma formalidade imposta por lei (Lei Federal nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009 – que diz respeito às diretrizes do Estatuto dos Museus). A ideia é mostrar a diversidade de peças sob a guarda do Museu, integrando a diversidade museológica do Ceará, ainda pouco conhecida pelos cearenses.

Além disso, o catálogo irá proporcionar a apresentação de vários objetos que perderam sua função de uso para ganhar o valor de documento. Desta forma, a população passa a adquirir uma reflexão sobre os modos de vida de gerações antigas e atuais para, assim, fortalecer vínculos com a história do Ceará.

A solenidade contou com a presença da secretária de Cultura da cidade, Lisiê Freire, que também atuou como oradora da solenidade; a Secretária Adjunta de Cultura do Ceará, Maninha Morais; a pró-reitora de graduação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Jacqueline Freire; o vereador Paulo Marcelo, representando a Câmara Municipal de Redenção; a secretária de Ação Social do município, Yolanda Bezerra, representando os secretários municipais; Chiquinho Tavares, representando a AMAB; Roberto Galvão, presidente do Instituto Olhar Aprendiz e mestre em História Social; e a diretora do Centro Educacional Perboyre e Silva, Maria Helena Russo, representando as escolas do município.

Durante o encontro foi destacada a importância do Museu para a cidade, assim como a difícil luta dos líderes abolicionistas do século XVII, para se conseguir a libertação da escravatura. A prefeita Cimar abriu o seu discurso com a seguinte frase “uma cidade sem passado é uma cidade sem futuro”, cuja menção foi direcionada ao destaque histórico e cultural que Redenção possui em relação aos demais municípios brasileiros, e reforçou o pioneirismo da libertação da escravatura no Brasil.

Maninha Morais, em seu discurso, falou da importância dos avanços democráticos dos acervos para se trabalhar a cultura no Ceará. Ela disse ainda que o momento é propício para tratar a memória e identidade do povo cearense. A secretária adjunta aproveitou a oportunidade para anunciar um convite a prefeita Cimar e a secretária Lisiê Freira, para participarem do I Encontro de Gestores Municipais da Cultura, no próximo dia 1 de junho. A reunião visa uma aproximação entre as culturas de cada localidade. Ela conta que no encontro será abordado o Plano Estadual de Cultura, um projeto de autoria da Secult.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Recuso a liquidez


Termino de ler “Amores líquidos”, do sociólogo polonês Zigmunt Bauman, de quem já havia lido “Modernidade líquida”, e uma lágrima escorrega vadia dos meus olhos. É que toda fragilidade me comove. Sempre fui intensa e verdadeira nos sentimentos, e vê-los, de repente, feitos laços frouxos, que se desatam à toa, me deu uma imensa tristeza. Ter como estranha uma pessoa com que já se teve muita intimidade é muito doloroso.

Nasci numa época em que se comprava nas bodegas e tudo era anotado num caderninho. A garantia era a palavra. Amizade era uma relação séria, atávica até. Hoje tudo se dissolve num piscar de olhos, por motivos quase sempre banais (ou contornáveis com o diálogo e a compreensão mútua)... ficou machucada essa flor – a amizade – exposta aos espinhos da vaidade, do egoísmo, da incompreensão.

Viver num mundo líquido, quando não se sabe nadar, é dilacerante. Ninguém, ou quase ninguém, escapa do risco de escorrer entre os dedos dos outros, pois estamos todos globalizados na fluidez. Aprendemos, inclusive, a viver de modo estranho, protegidos por relacionamentos a distância. Não gostamos mais tanto de sair nem de receber visitas em casa... dá trabalho!

O que determina essa resistência ao contato físico com o outro? Bauman diz: “seria tolo e irresponsável culpar as engenhocas eletrônicas pelo lento, mas constante recuo da proximidade contínua, pessoal, direta, face a face, multifacetada e multiuso”. Fugimos, na verdade, dos nós apertados, temos medo de nos mostrar em nossas fragilidades, preferimos nos esconder atrás da imagem que criamos.

Sou real, talvez por isso não aceite conviver com a ideia de que somos ‘descartáveis’ como um objeto qualquer. Impressiona-me como as pessoas, com facilidade, perdem o espaço que ocupam na vida do outro, como abrem mão tão simplesmente do que cativaram... (não leram certamente “O pequeno príncipe”)! Recuso-me à liquidez, sobretudo recuso-me a aceitar perder as pessoas que em algum momento da minha vida foram importantes e, por uma circunstância qualquer, deixaram de ser (ou tiveram que deixar de ser). Não as elimino da minha vida como se extirpa um tumor, sem antes tê-lo diagnosticado como maligno. Não tenho a frieza dos sórdidos nem a dos fracos.

De acordo com as circunstâncias, seguro a impulsividade (benesse da maturidade), reorganizo as posições que as pessoas ocupam na minha vida, inverto as prioridades e fico esperando o mundo dá voltas. Calada. Quieta. Certa de que a vida deve ser reinventada todos os dias, mas o essencial deve permanecer intacto: o amor e a consideração aos sentimentos dos outros, independente do que tenha havido, pois, nesse, às vezes, injusto jogo da vida, nós, os delicados e aparentemente normais, sabemos quem é quem. Eu ainda acredito no ser humano, ainda acredito que nem tudo o que é sólido se desmancha facilmente no ar... definitivamente, recuso a vida líquida!

por Aíla Sampaio

Fonte: Literaila

Uece lança livro em comemoração aos 60 anos de Serviço Social no Ceará

A Universidade Estadual do Ceará (UECE) encerra, nesta quinta-feira (19), as comemorações dos 60 anos do curso de Serviço Social da Universidade com o lançamento do livro “Fragmentos do Passado e do Presente: 60 anos de Serviço Social no Ceará”. A solenidade de lançamento acontece na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE), às 15h. O livro é organizado pelas assistentes sociais e professoras da UECE, Liduina Farias Almeida, Maria da Conceição Pio e Leila Maria Passos de Souza.

O livro e suas organizadoras serão apresentados pela professora Maria do Socorro Ferreira Osterne, doutora em serviço social, líder do grupo de pesquisa família, gênero e geração nas políticas sociais e integrante do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Sociedade. Para a Professora, a obra, que contém 540 páginas, “é resultado de um esforço concentrado de pesquisa levado a efeito por suas autoras, professoras e assistentes sociais, que tiveram a feliz idéia de brindar essa categoria com a emersão de importantes recortes de seu passado. “Trata-se de uma notável contribuição ao entendimento da história das relações e contradições de classes da sociedade cearense, uma vez que não se limita à retratação da cronologia dos fatos que as autoras puderam resgatar”, destacou.

O Serviço Social legitima-se como prática institucionalizada na sociedade, na medida em que tenta responder às necessidades sociais advindas da histórica prática das classes sociais, na produção e reprodução dos meios de vida e de trabalho socialmente determinados. Assim sendo, poderá constituir assunto do interesse de outras categorias e áreas afins.

A obra

A realidade social garante inteligibilidade ao Serviço Social, tornando-o possível e necessário como profissão situada na divisão social e técnica do trabalho. As autoras cumprem, portanto, a tarefa de recompor essa história, cujo início precede ao da Uece. Seja reorganizando fragmentos biográficos dos segmentos sociais cearenses que deram suporte a antiga Escola de Serviço Social, seja colocando à mostra o contexto sociopolítico, cultural e econômico da década de 1950, ou, ainda, retratando os trabalhos do primeiro núcleo de pesquisas, o NUPEDESS, além de recuperar produções monográficas dos períodos focados.

Essa é mais uma obra de responsabilidade da Editora do UECE (EdUECE).

Assessoria de Imprensa da UECE
Fátima Serpa ( mfserpa@uece.br / 85 3101.9605)

Fonte: UECE

Cemitério vira atração turística em Fortaleza

Apesar de alguns estarem abandonados, mausoléus do campo santo fazem parte da memória da cidade

A beleza arquitetônica dos mausoléus chama a atenção dos visitantes. Há visitas guiadas no São João Batista
FOTO: BRUNO GOMES
A ideia é antiga, mas somente agora vem ganhando corpo nas escolas por iniciativa dos próprios estudantes. Tratam-se das visitas ao Cemitério São João Batista, que fica no Centro de Fortaleza, e seus mausoléus, que fazem parte da memória da cidade. Através deles, se conta a história do apogeu das classes ricas, sendo que alguns se encontram abandonados.

Boa parte das edificações, construídas para reverenciar os mortos, são datadas de 1860, quando o local foi inaugurado. Na arquitetura dos jazigos, vários estilos se misturam, com destaque para o neo clássico e o barroco. A ideia da administração do equipamento é fazer com que o local passe a ser frequentado pelos visitantes, fazendo com que esteja integrado ao roteiro turístico da Capital.

O administrador Antônio Carvalho informou que já há entendimentos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), através da Santa Casa de Misericórdia, administradora do local, com vista a se chegar a um termo como o Governo Federal. Assim, seria possível ajudar o São João Batista e inseri-lo como um destino turístico do Centro.

"Por enquanto, estamos aguardando uma vista de técnicos do órgão. O objetivo é no sentido de reabilitar o cemitério para a visitação de turistas", ressaltou o administrador.

No entanto, a expectativa maior é no sentido de que haja repasse de recursos com vistas ao restauro dos mausoléus, que estão, há vários anos, sem que passar por reformas.

Antônio Carvalho explica que é esse o mais sério gargalo, já que o São João Batista não recebe recursos dos governos estadual e municipal e está vinculado à Santa Casa de Misericórdia, entidade filantrópica.

Apesar da indefinição de apoio de verba pública, o cemitério, curiosamente vem sendo visitado por grupos de estudantes, de forma voluntária ou por iniciativa de entidades, como a Terra da Luz.

Guias

A estudante de turismo e funcionária do cemitério Layane Gadelha, diz que os grupos têm aumentado a cada dia. Ontem, por exemplo, grupo de estudantes do Liceu do Ceará estiveram no local e aproveitaram para conhecer a história das personalidades sepultadas e com forte ligação com a história do Ceará.

"Muitas pessoas chegam aqui sem sequer saber que temos um serviço de guia. Somos treinados para prestar informações sobre a história do cemitério das principais personalidades sepultadas", disse Layane.

Para ela, esse serviço é importante para os estudantes, porque são repassadas informações importantes sobre figuras históricas, antes somente conhecidas pelos nomes de ruas e avenidas.

No caso do São João Batista, Layane lembra que há uma arquitetura muito expressiva, onde se mesclam várias tendências, umas com muitas ostentação e outras nem tanto, mas sempre transmitindo o sentimento de pesar pela morte dos entes queridos.

Ela lamenta, no entanto, que muitos mausoléus se encontrem abandonados. O principal deles é onde estão os restos mortais do Barão de Aratanha, homem importante que residia na Parangaba e grande proprietário de imóveis no Centro. No seu mausoléu estão sepultados outros membros da família Albano. "Há vários mausoléus abandonados, por não mais existir descendentes ou por decisão dos herdeiros", ressaltou

Segundo a Coordenação de Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) não existe nenhum projeto de proteção ou restauro do São João Batista, No entanto, qualquer cidadão ou entidade pode solicitar um pedido formal nesse sentido para o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic). Mais informações 3105.1291.

ARTE
Barroco e o neoclássico predominam no local

Enquanto o Mausoléu do Barão de Aratanha traz lembranças do período barroco, pela religiosidade e pela expressão dos rostos das imagens, há uma predominância do neoclássico, onde há uma repaginação da arquitetura greco-romana.

O memorialista Marciano Lopes destaca esse mausoléu pela imponência. Elaborado em cobre, tem imagens com tamanho real e está desde o final da década de 90 sem receber serviços de manutenção.

Outro ícone de arquitetura e arte é o mausoléu da família Ferreira Fontenele. O mais importante foi construído para Joana Cabral da Mota. Erguido com mármore, há imagens de ninfas. Recentemente, foram instaladas placas de granito. A obra teve assinatura do artista plástico Frederico Skinner.

Exemplo de esquecimento é do estudante João Nogueira. Para a administração do São João Batista é o mausoléu com maior diversidade de detalhes e símbolos. Trata de um jovem de 22 anos que foi morto à queima roupa, no chamado crime movido pela defesa da honra. Ele havia esmurrado um cobrador de seu pai, e depois foi vingado com a execução em frente ao Clube dos Diários, em 1912.

Justiça

O mausoléu traz a expressão latina ´Justus Deus´ (Justiça de Deus), numa alusão, a falta de punição ao autor do assassinato (absolvido em três julgamentos). Há também imagens dos pais chorando sobre o caixão e dois corações com uma flecha transpassando, numa imagem de dor pela perda.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Aniceto's - Banda Cabaçal faz apresentação


Depois de inúmeras participações em diversos eventos pelo Brasil, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto fará a sua primeira apresentação completa em Fortaleza. O evento cultural, que tem o patrocínio da Petrobras, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), acontecerá no próximo dia 27 de maio, às 19 horas, na Praça José de Alencar. Para os apreciadores das variadas formas de manifestação da cultura tradicional popular, trata-se de uma oportunidade especial, já que até então o espetáculo foi visto na íntegra apenas pelos europeus.

O conjunto musical surgiu ainda no século XIX, mais precisamente em 10 de maio de 1835, tendo como idealizador José Lourenço da Silva (José Aniceto). Nos seus primórdios, os tambores (zabumbas e “caixas” ou taróis) eram confeccionados com peles de bode ou carneiro esticadas sobre enormes cascas de cabaças secas e cortadas. Atualmente, a banda é composta por seis descendentes dos índios Cariri, todos eles agricultores do Crato.
Os irmãos Aniceto não se destacam apenas como músicos. Na verdade, eles se colocam também como atores que desempenham uma performance única, onde cada um se utiliza de passos matreiros e intuitivos, amparados pelos modelos ancestrais de dançar e imitar animais. Tal apresentação ainda evolui em danças e coreografias particulares, diferenciado-a de qualquer outra banda. Em geral, são utilizados instrumentos de percussão e sopro, dois pifes (pífanos e flautas rústicas de madeira), um zabumba e uma “caixa”.
Considerado um grupo mantenedor da tradição popular e portador de legítima autenticidade folclórica, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto já alcançou considerável projeção regional, nacional e européia, inclusive brilhando ao lado de Hermeto Pascoal e do Quinteto Violado. Em 1998, participou de uma temporada de um mês e quatro dias no espetáculo “Ciranda dos Homens, Carnaval dos Animais”, do coreógrafo Ivaldo Bertazzo, no Teatro do SESC Pompéia (SP).

A obra dos protagonistas cratenses já foi contemplada com três registros fonográficos: um disco compacto pelo Ministério da Educação e Cultura (1978); um CD lançado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, através do Projeto Memória do Povo Cearense, produzido pela Equatorial Produções e Cariri Discos (1999); e o “Forró no Cariri” (2004), novamente pela Equatorial Produções e Cariri Discos. Além desta visibilidade, a Banda Cabaçal também participou de filmes e documentários para TV.

Antes de passar pela capital cearense, o conjunto musical abre a turnê de seis apresentações pelas regiões Nordeste e Sudeste no município do Crato, no dia 20 de maio. Em seguida, o espetáculo popular poderá ser visto no Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Santos (SP) e em São Paulo (SP), em datas a serem definidas. Todos os shows serão gratuitos, o que possibilitará a população das cidades visitadas terem contato direto com o sexteto, considerado patrimônio da cultura tradicional nordestina.

SERVIÇO
Apresentação da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto em Fortaleza. Local: Praça José de Alencar. Data: 27 de maio de 2011. Horário: 19h00min. Duração: 60 minutos. Informações: (85) 3082.6311 / flexos@flexos.com.br (Flexos Artes).
Fonte: O Estado

Sobre imagens e narrativas

Reunindo pesquisadores, estudantes e profissionais, o I Colóquio de Pesquisas em Narrativas Audiovisuais tem início hoje em Fortaleza
Afamada pelo trabalho com os Yanomami, a fotógrafa sueca radicada no Brasil, Claudia Andujar, será destaque no evento (CLAUDIA ANDUJAR/DIVULGAÇÃO
Debruçando-se sobre a relação entre imagem e pesquisa acadêmica em ciências humanas, entre desafios e dilemas que esse processo impõe a pesquisadores na prática, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) promove hoje e amanhã o I Colóquio de Pesquisas em Narrativas Audiovisuais. O evento tem início a partir das 10h30min na Livraria Cultura.

Segundo a coordenadora do evento, Danielle Araújo, o objetivo do colóquio é debater a questão do uso da imagem na composição de pesquisas acadêmicas em ciências humanas. “Muitas vezes, o uso dessa imagem não fica muito claro para o pesquisador, que frequentemente a utiliza baseado na emoção. A proposta é pensar metodologicamente o seu uso em diferentes atuações”, afirma a coordenadora.

Nesse contexto de apropriação da imagem, outro aspecto a ser discutido no colóquio é a sua articulação com o texto em trabalhos acadêmicos. “Um ponto a ser destacado é que o texto também é imagético. Sendo assim, o que o pesquisador pretende ao acrescentar uma imagem à pesquisa? É importante pensar suas possibilidades e como se dá esse processo de construção muito particular.”, destaca a pesquisadora.

Apesar de considerar todos os nomes do evento “absolutamente destacáveis” - entre pesquisadores, fotógrafos, realizadores em audiovisual, entre outros profissionais -, a coordenadora ressalta as presenças do antropólogo e fotógrafo carioca Milton Guran e da fotógrafa Claudia Andujar. “Por serem dois nomes de fora do Estado, existe todo um carinho pela vinda deles. No caso da Claudia, vale lembrar que é a primeira vez que ela vem a Fortaleza. É uma oportunidade especial”, disse Danielle.

Para ela, a importância de Claudia Andujar no evento consiste “exatamente por ela ser a principal fotógrafa a articular imagem, comunicação e grupos indígenas”. “Ela dedicou toda uma vida a esse propósito, em completa imersão no campo da imagem como meio para dialogar tanto com os índios Yanomami como com a sociedade ‘externa’”, afirmou.

A pesquisadora ainda ressaltou a importância da pesquisa sobre imagem e a emergência de grupos indígenas no Nordeste, reivindicando propriedade de terras e “se reconhecendo” etnicamente. “Há vinte anos nós não tínhamos essa discussão como está posta. E a Claudia (Andujar) tem registro de parte disso, por meio da experiência com os índios Yanomami. Tudo com um olhar muito lapidado e apurado para captar aquela realidade.

A programação do evento é aberta ao público. Os interessados em receber certificado de participação podem realizar as inscrições ainda hoje, pela manhã, na Livraria Cultura. Os valores variam de R$10 a R$35, com preços para estudantes e professores.

SERVIÇO

I COLÓQUIO DE PESQUISAS EM NARRATIVAS AUDIOVISUAIS
Quando: hoje (19) e amanhã (20).
Onde: Livraria Cultura / Shopping Varanda Mall (Av. Dom Luis, 1010)
Mais informações: (85) 4008 0800

Yuri Tavares

Fonte: O Povo

Costumes vintage

Jovens resolvem resgatar objetos antigos e reencontram a beleza de curtir certos hábitos de outros tempos. Câmeras analógicas, máquinas de escrever, vitrola, discos de vinil e videogames são alguns dos objetos que essa galera não abandona

É bem difícil se imaginar hoje sem as facilidades da tecnologia. Ainda que se tenha mais de vinte anos, parece impossível lembrar como era o mundo sem celular, sem mp3, com pouca acessibilidade à internet e, menos ainda, tirar fotos sem ver na mesma hora o resultado. Mais ainda, tirar fotos contando que vai poder, no máximo, usar 36 poses em um filme. Aliás, filme, revelar? O que era isso mesmo?

O fotógrafo e designer Filipe Acácio, 25 anos, lembra bem desse processo. Isso porque resolveu resgatar uma câmera analógica da família e voltar a usá-la. Apesar de formado como fotógrafo na era digital, Filipe reencontrou a beleza do analógico. "O mais legal dessa câmera é o tempo que ela te dá. O tempo de pensar na foto, de esperar a revelação, de refletir se vale a pena gastar uma pose com aquela foto...", reflete.

O FOTÓGRAFO Filipe Acácio encontrou uma antiga câmera da família e voltou a fotografar
FOTOS: GEORGIA SANTIAGO
Filipe diz que até os efeitos do tempo no equipamento dão beleza à foto. "A poeira, o mofo, isso gera um estética na imagem", comenta o designer que voltou a usar o analógico em 2008, após cerca de cinco anos sem nem encostar em um filme.

Para ele, essa experiência não é encarada com nostalgia, e sim mostra o que esses costumes trazem para os dias de hoje. "Me encanta essa pluralidade, a mistura de costumes antigos com a realidade de hoje. A gente vive em uma loucura de tempo tão grande que esses processos antigos nos trazem um descanso, uma pausa para respirar", reflete Filipe, que também gosta de roupas de brechó e decoração com cara de antiguinha, como o piso do estúdio em que trabalha.

Vitrolas e vinis
Outros que se encantam pela decoração antiga é o casal Lina Cavalcante, 29 anos, e Julio Temporal, 28. Os dois herdaram os móveis da família que, junto com a beleza, carregam várias histórias. "Eu olho para esses móveis e vem a lembrança da minha casa, de como e onde eles foram comprados", comenta a jornalista e estudante de psicologia.

JULIO TEMPORAL e Lina Cavalcante herdaram móveis antigos e costumam ouvir discos de vinil com os amigos
FOTO: JOSE LEOMAR
Além da decoração, o casal também é apaixonado por discos de vinil, ouvidos em sua vitrola portátil. Comprada em uma loja do centro de Fortaleza, a radiola hoje é a principal responsável por encontros de amigos da casa de Lina e Julio, além de momentos a dois escutando seus vinis favoritos. "Nossos amigos nos ligam para vir aqui só ouvir discos na vitrola. Por ela ser portátil, nós também a levamos para os encontros nas casas deles".

Os dois gostam tanto do som produzido pelo vinil, que se recusam a comprar os lançamentos e só compram discos antigos. "Os novos são caros e não têm o mesmo charme", define Lina. Para eles, além do som, o design das capas, as fotografias, e até os nomes escritos nos encartes fazem parte da graça do objeto. "É divertido observar, por exemplo, as modas da época que hoje voltaram", comenta Lina. "Essa preocupação com a arte do encarte já foi se perdendo um pouco com o CD, já era bem menor", acrescenta Julio.

Apesar de gostarem de "música de velho" (como já definiu a mãe de Lina), vinis e móveis antigos, o casal não sente que nasceu na época errada. "Gosto de não pertencer a nenhuma época, prefiro a liberdade de vivenciar de outras formas os outros tempos", reflete Lina.

De outros tempos
Mas não é bem assim que pensa a estudante Marina Araújo, de 20 anos. A escritora tem como objeto-xodó uma máquina de escrever de 1965, que permanece em pleno funcionamento. "Sinto que nasci na época errada. Eu seria uma maravilhosa jovem dos anos 70", comenta.

Marina Araújo já escreveu um livro de 100 páginas na máquina de escrever
Fã da escritora Clarice Lispector, Marina se inspira não só na literatura dela, mas nas fotos de Clarice sempre com sua máquina de escrever. O gosto pelas letras, herdado do avô, fazia com que Marina gastasse folhas e folhas de papel com seus textos escritos a mão. Com a atual máquina que "ganhou" do avô de uma amiga, Marina exercita o hábito de escrever.

"Escrevo contos e já escrevi um livro de 100 páginas nessa máquina. Mas hoje em dia uso menos pois a fita é difícil de encontrar", comenta a estudante, que hoje prefere usar a máquina para escrever cartas a amigos próximos e distantes, outro costume perdido após o e-mail e o SMS.

Se é inusitado imaginar uma jovem de 20 anos escrevendo em uma máquina de 1965, saiba que é possível você encontrá-la pelas praças da cidade buscando inspiração para seus contos enquanto digita na máquina. "Já andei de ônibus com ela debaixo do braço para ir escrever perto do mar. As pessoas mais velhas admiravam muito, enquanto alguns mais jovens tiravam foto", relembra.

Apesar de sentir que poderia ter nascido em outra década, Marina não consegue se imaginar sem a tecnologia. A diferença é que ela acredita que não é preciso excluir antigos objetos e costumes para substituir por outro. "Continuo gostando, por exemplo, de ler livros antigos. A minha relação com a máquina é a de pensar melhor no que vou escrever", reflete.

Colecionador
Pois se Filipe, Lina, Julio e Marina conservam apenas poucos objetos antigos como favoritos, o designer Daniel Gularte, 34 anos, tem uma coleção deles. Aficionado por jogos eletrônicos, Daniel mantêm cerca de 115 aparelhos de jogos eletrônicos (videogames, aparelhos portáteis e minigames), mais jogos, cartuchos, controles e outros acessórios que somam mais de 1000 itens. "É preciso um quarto inteiro para organizar a coleção, com prateleiras bem divididas, para manter a qualidade e durabilidade dos produtos".

DANIEL GULARTE foi além e hoje conserva mais de 1000 itens relacionados a jogos eletrônicos
FOTO: WALESKA SANTIAGO
Daniel ainda joga com todos os videogames, tanto como diversão, quanto para manter a durabilidade dos aparelhos. "A sensação é não somente de nostalgia, mas de experimentação, pois com estes objetos eletrônicos podemos estudar um pouco a usabilidade e o design", observa.

Como bom colecionador, o designer tem um pouco de, digamos, zelo por seus aparelhos. Por isso, mal deixa alguém encostar neles. "Eu não costumo abrir minha coleção para que as pessoas joguem. Afinal são itens valiosos e que precisam de resguardo. Eu possuo uma coleção alternativa, onde tenho uma Atari, um Nintendinho, um Mega Drive e um Super Nintendo onde faço raramente alguns encontros com amigos".

Pois, seja para reunir amigos, para guardar e contemplar ou para dividir como companheiro, os objetos e hábitos de nossos pais e avós guardam um charme que faz com que mereçam ser resgatados e mantidos ainda por um bom tempo.

Gabriela Dourado
Especial para o Zoeira

Fonte: Diário do Nordeste

Seu Lunga aponta mentiras sobre si

Joaquim Rodrigues dos Santos, o "Seu Lunga", diz que cordelista que usou seu nome é mentiroso

Seu Lunga aponta mentiras atribuídas a si por cordelista que foi processado
FOTO: ANTÔNIO VICELMO
Crato "Eu não desejo nenhuma indenização. Quero somente que ele deixe de escrever mentiras em meu nome". Esta foi a resposta do comerciante Joaquim Rodrigues dos Santos, conhecido como "Seu Lunga", ao ser perguntado sobre a decisão da Justiça cearense que proibiu o cordelista Abrahão Batista de usar a autoria "Seu Lunga" em suas histórias.

Abrahão publicou o cordel com o título "As histórias de Seu Lunga, o homem mais zangado do mundo", que narra frases e respostas atribuídas ao comerciante, que possui uma oficina-sucata na Rua da Conceição, no Centro de Juazeiro, onde ele vende eletrodomésticos, ferragens e objetos usados. Até paletós e camisas usadas estão à venda no local.

"Aquilo não é um cordel, é uma coleção de mais de dez mentiras", disse Seu Lunga, esclarecendo que a maioria das piadas atribuídas a ele é mentira. "Eu sou um comerciante sério, que trabalha com um só preço. Aqui não tem este negócio de desconto. Eu vendo pelo preço justo", desabafa. No processo, o comerciante se queixa que teve a dignidade ferida.

O cordelista, segundo afirma, inventou fatos, repassando a sua falsa imagem de grosseirão, mal educado, de tolerância zero.

Ao ser perguntado por um transeunte se ele se sentiria mais feliz com a reabilitação do Padre Cícero ou com a proibição de não usar seu nome em cordéis. Seu Lunga fecha a cara e ataca: "Taí uma pergunta idiota. Como é que você pode comparar uma coisa séria com uma banalidade. É contra este tipo de pergunta que eu perco a paciência", explica.

O professor e cordelista Abrahão Batista afirmou que existem inúmeros cordéis sobre as histórias de Seu Lunga que se tornou uma figura pública em razão do anedotário que se conta sobre ele. O objetivo do cordel foi repercutir os casos engraçados que acontecem nas cidades do interior, onde o homem simples, sincero, não concorda com "perguntas bestas".

O professor e pesquisador Renato Casimiro apresentou uma relação com 75 títulos de cordéis de 39 autores, que já escreveram sobre as histórias de Seu Lunga que já foi objeto de reportagens, entrevistas e também documentários.

Seu Lunga não concorda com o arsenal de anedotas sobre si. Reclama do assédio da imprensa, justificando que não há motivo para dar entrevista. Afinal, diz ele, categórico, "eu sou um homem normal, não sou cientista, nem sábio".

Antônio Vicelmo
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

Juaforró deve atrair público de 160 mil pessoas

Os cantores Elba Ramalho e Alceu Valença integram a programação de shows no grande arraial do Juaforró


Juazeiro do Norte. A 11ª edição do Juaforró começa no sábado, no Parque de Eventos Padre Cícero, neste Município. A festa deste ano entra no clima do centenário da cidade e de abertura das festividades juninas no Estado. Estão sendo ultimados os preparativos finais, no local de realização da festa, que terá dois palcos montados na área do parque e o palhoção reservado ao forró pé-de-serra. As grandes atrações passarão a se apresentar no palco principal. A expectativa diária de público é de 20 mil pessoas e 160 mil nos oito dias de programação. A festa será aberta dia 21 com show da cantora Elba Ramalho. No domingo, a apresentação será do cantor Alceu Valença.

Todas as noites, a partir das 19 horas, a festa começa com as apresentação de teatro ao ar livre, na cidade cenográfica montada no espaço. Grupos de tradição popular também estarão fazendo um show à parte, com as bandas cabaçais e outros grupos folclóricos. Na manhã de ontem, estavam sendo montadas as barracas e parques de diversão no local da festa.

A cidade cenográfica está sendo finalizada. Casas de taipa construídas num recanto do parque servirão de espaço propício para os atores desenvolverem seus personagens, que lembra o início da cidade, com as primeiras ruas. Uma igreja, bodega, cabaré, casa de rezador, dentre outros espaços fazem parte do cenário. Ontem, os atores da Companhia de Teatro Livremente, de Juazeiro, e técnicos da Secretaria de Cultura faziam as adequações dos cenários.

No parque de eventos Padre Cícero, os preparativos finais são feitos para abertura da festa no sábado
FOTOS: ELIZÂNGELA SANTOS
Em todas as versões, o Juaforró foi realizado no mês de junho e era acompanhado com o Festival Municipal de Quadrilhas Juninas. Este ano, o secretário de Cultura, Fábio Carneirinho, decidiu antecipar a festa. Ele justifica que o período se torna mais em conta para as contratações dos artistas, que em junho são mais concorridos, além de tornar Juazeiro a primeira cidade a abrir as comemorações na região.

Outro fator, segundo ele, está associado ao centenário da cidade. O Juaforró faz alusão à comemoração dos 100 anos de Juazeiro e também à primazia de começar o São João. Mas ele afirma que, por conta da grande programação que se estenderá até o mês de julho, com o centenário, a cidade promete grandes shows com atrações nacionais até lá. "Será um período muito intenso de festas e se tornaria praticamente inviável poder desenvolver esses festejos ao mesmo tempo", disse.

Ele não quis antecipar os nomes das grandes atrações previstas para a comemoração dos 100 anos. Até o início deste ano falava-se na presença do cantor Roberto Carlos, mas a ideia é trazer uma grande atração nacional. Dentro das festividades, será dedicado ao público várias atrações religiosas. Alguns grupos já foram confirmados.

Mas relacionado ao Juaforró, mesmo com a polêmica da mudança da data, haverá um incentivo à realização das festividades juninas na cidade. Fábio Carneirinho afirma que as quadrilhas de Juazeiro terão um espaço destinado para as suas apresentações. Antes ocioso, segundo ele, o Parque das Timbaúbas, na área do anfiteatro, poderá se tornar o centro das apresentações. Para o secretário, essa será uma forma de prestigiar com mais exclusividade as quadrilhas, já que, no espaço do Parque de Eventos, as atenções são para shows musicais. Além dos grandes nomes da música brasileira, como Geraldo Azevedo, Amelinha, Nando Cordel, Santana, Flávio Leandro, Waldonys e Luiz Fidelis, grandes bandas de forró farão shows todos os dias, alternando as apresentações nos dois palcos. Todas as apresentações serão gratuitas.

Elizângela Santos
Repórter

Projeto Lamparina de Histórias

Projeto Lamparina de Histórias em Itarema-18.05.2011
O "Lamparina de História" nasceu a partir de uma experiência da autora. Em uma ida ao sertão, Júlia Barros conta que viu várias lamparinas indo na mesma direção, durante uma noite. Aquela imagem ficou na sua mente martelando e fazendo-a lembrar das noites de debulha, de lua cheia, em que famílias inteiras compartilhavam do momento com muitas histórias, principalmente, as de assombração. Após manter contato com um grupo de idosos, despertou para a necessidade que estes têm em contar o que viveram, partilharam ou inventaram. A partir daí, criou o projeto. "Nasceu justamente da necessidade de conhecer os contadores de histórias tradicionais em cidades cearenses", conta.

Fortaleza. Os contadores de histórias sempre estiveram presentes nas culturas e na história da humanidade. São aquelas pessoas que repassam, por meio da narrativa oral, conhecimentos, mitos, cultura, valores e a própria história do seu povo. A pessoa idosa é, na maioria das vezes, a grande narradora das histórias de seu lugar e tem papel importante na perpetuação desta cultura.

Em volta do fogo, após a colheita, nas noites de lua cheia ou mesmo na beirada da cama, essas pessoas têm contribuído com a construção do imaginário e da memória de sua cultura. Aqui no Ceará, a partir de hoje, diversos contadores tradicionais estarão reunidos no evento cultural Lamparina de Histórias, para compartilhar seus causos.

O Lamparina de Histórias reúne narradores tradicionais e amantes da velha arte de contar histórias para a celebração da palavra através dos causos, lendas, adivinhas, crendices e canções pertencentes à cultura popular. A sua primeira parada acontece hoje no Sertão dos Inhamuns, no Município de Saboeiro. A Praça do Fórum será palco deste evento, a partir das 17h30. Será realizado, ainda, em sete cidades cearenses: Aquiraz, Assaré, Canindé, Caucaia, Fortaleza, Itarema e São Gonçalo do Amarante.

O horário foi pensando estrategicamente. A chegada da noite é festejada com muitas histórias, dessas de trancoso, que arrepiam a alma, num medo tão bom, que tem sempre muita gente, só pra ouvir mais uma vez, aquela história que corre de boca em boca, compondo a literatura oral do nosso povo.

"Além das histórias, os saboeirenses se divertirão, também, com as apresentações do pastoril, dança de São Gonçalo, repentistas, cordelistas, sanfoneiro e o grupo Era uma vez, de Fortaleza", diz a organizadora e também contadora de histórias, Júlia Barros, que já está na cidade de Saboeiro visitando alguns moradores narradores.

Noite no sertão

A organizadora conta que o evento "nasceu justamente da necessidade de conhecer os contadores de história tradicionais das cidades cearenses. Quem são os contadores, o que fazem, onde estão". Segundo ela, sua infância foi sempre recheada de histórias, mesmo sendo criada na cidade grande. No entanto, tinha a curiosidade de saber como era no sertão. "Sempre ouvi muita história, mas eu não conhecia o interior a fundo. Uma vez fui a Saboeiro e vi um céu diferente, no sítio. Vi umas pessoas andando, a noite, com lamparinas, indo na mesma direção. Era noite de lua cheia e aquilo me encantou. Não conhecia o sertão. Eu guardei aquela imagem na minha cabeça", conta sobre a sua primeira experiência sertaneja.

Um outro momento marcante para Júlia Barros e que influenciou na criação do projeto Lamparinas de Histórias foi o contato com os idosos. "Fui para oficina no Centro de idosos. Eles começaram a contar histórias e não pararam mais", disse. A partir daí, a pesquisadora pensou em elaborar um projeto para identificar esses contadores em outras cidades cearenses.

O projeto piloto do Lamparina contou com três edições na Região Metropolitana de Fortaleza. "Em parceria com a Casa do Conto, realizamos três edições, nos bairros Dias Macedo e João XXIII, em Fortaleza, e no Boqueirão dos Cunhas, Caucaia. Aconteceu de uma forma muito amadora. Era só o desejo de conhecer e reconhecer os contadores do lugar", disse. Nessa primeira experiência, "descobrimos contadores fantásticos, como o Seu Manoel Silvestre. Ele é contador nato. Recebe você na casa dele, como se fosse amiga a muito tempo".

Mas, para o projeto ficar completo, "faltava um visual bonito, a mobilização no rádio", explica Júlia. Hoje, o projeto conta com patrocínio da Endesa Fortaleza, Ministério da Cultura e Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, através de edital. Com o financiamento, o Lamparina de Histórias vai chegar a mais Municípios e mais pessoas, mapeando "àquelas que não vivem tradicionalmente da arte, mas que guardam a história oral do lugar, do seu povo e que deve ser reconhecido".

Agenda

Na próxima sexta-feira, o projeto visita a terra do poeta Patativa. No mesmo horário, contadores e artistas se reunirão na Fundação Memorial Patativa do Assaré. Em cena, o Mestre Chico Paes, com sua sanfona pé-de-bode, o sobrinho do grande poeta popular Patativa do Assaré, Geraldo Gonçalves, compondo o grupo de contadores de histórias, entre outros. Além da parte festiva, todas as cidades receberão um Baú de Leitura, composto por cerca de 300 livros, entre cordéis e livros.

O projeto vai passar por Aquiraz, Canindé, Caucaia, Itarema, São Gonçalo do Amarante e Fortaleza.
 MAIS INFORMAÇÕES

Júlia Barros - Organizadora do Lamparina de Histórias
(85) 8894.2141 3252.3343

historiasdajulia@hotmail.com

EMANUELLE LOBO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste-publicado 01.12.2010

Confira outra matéria já publicado no Blog Totó Rios-20.02.2011: aqui 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

UVA promove o III Fórum Brasileiro do Semiárido

A Universidade Vale do Acaraú (UVA) realiza, entre os dias 18 e 21 de maio, o III Fórum Brasileiro do Semiárido, no município de Sobral, Região Norte do Ceará. Do evento, participarão representantes de instituições de pesquisa de todo o País com o objetivo de ampliar o debate e envolver mais agentes na construção de alternativas para o desenvolvimento sustentável do semiárido brasileiro. O evento é promovido pela Pró-reitoria de Extensão da Uva, instituição vinculada a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece).

O tema do Fórum é “Educação contextualizada: natureza, técnicas, cidadania e diversidade cultural”. Esta é a primeira edição nacional do evento, que vem para ampliar o debate e envolver mais agentes na construção de alternativas para o desenvolvimento sustentável do semiárido brasileiro.
O III Fórum Brasileiro do Semiárido traz na bagagem as experiências e conhecimentos acumulados durante as realizações do I e II Fórum do Semiárido, em 2008 e em 2009, e terá em sua programação mesas-redondas, grupos de trabalhos e apresentações individuais nos seguintes eixos temáticos: “Paradigmas de abordagens do semiárido”, “Educação contextualizada para o semiárido”, “Convivência sustentável com semiárido” e “Cenários e vivências: uma incursão no semiárido”.
Mais informações podem ser obtidas no site www.uvanet.br/forum_semiarido/.

Assessoria de Imprensa da UVA
Fábio de Melo ( comunicacao@uvanet.br / 88 3677.4271)

Mauro Mota e o Cearense Ronaldo Correia de Brito são homenageados na Bienal do Livro

Poeta que completaria 100 anos no último março - e escritor cearense vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura em 2009 são destaque na 8ª edição do evento, que acontece entre os dias 23 de setembro e 02 de outubro, no Centro de Convenções


O poeta recifense Mauro Mota e o escritor cearense Ronaldo Correia de Brito serão os grandes homenageados da 8ª edição da Bienal do Livro de Pernambuco, que acontece entre os dias 23 de setembro e 02 de outubro no Centro de Convenções, em Olinda.

Além de poeta, Mauro Mota - que completaria 100 anos no último mês de março - foi advogado, professor, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras. Já Ronaldo Correia é considerado um dos mais importantes autores de ficção contemporânea no Brasil. Ele é o autor de “Galiléia”, consagrado romance que lhe valeu o Prêmio São Paulo de Literatura, um dos mais disputados do País. Ele também escreveu o espetáculo “O Baile do Menino Deus”, um dos mais encenados autos de Natal do teatro pernambucano.

No dia de abertura, Ronaldo Correia de Brito será o entrevistado do Paiol Literário, projeto do Jornal Rascunho, de Curitiba. O Paiol Literário, realizado pela primeira vez no estado, é uma das atrações especiais do evento deste ano. A Bienal do Livro de Pernambuco é considerada a terceira maior do País, tendo recebido mais de 600 mil pessoas em sua última edição.

Fonte: pe360graus.com

"De Frente para o Norte", de Raimundo Aragão

Raimundo Nonato Aragão entrou para o Banco do Brasil em 1971, na agência de Itaituba (PA). Foi auxiliar de escrita e chegou a cargo de gerência. Pelo banco, trabalhou em diversas cidades do estado do Ceará, como Bela Cruz, onde se aposentou em 2001.

Natural de Sobral (CE) e pós-graduado em Ciências Contábeis, Aragão lecionou por dois anos na Universidade Estadual do Vale de Acaraú (CE), de 2002 a 2004. Por se considerar novo e bastante ativo, não tinha a intenção de ficar sem atividades profissionais. Desde 2005, exerce o cargo de secretário adjunto de Cultura e Turismo de Sobral.

Aragão sempre gostou de artes e escrita. Assinou por anos uma coluna de crônicas no jornal Correio da Semana, de sua cidade natal. Só parou de produzir os textos porque precisou se dedicar à produção do livro “De frente para o Norte”, com lançamento no dia 11 de maio de 2011, na Casa de Cultura da Prefeitura de Sobral.

Vitória
Até receber o livro impresso o aposentado passou por uma prova de fogo. O livro é fruto da vitória do Prêmio Literário Autores Cearenses, que objetiva garantir a democratização do acesso aos recursos do Tesouro do Estado para estimular a valorização dos autores e editores radicados no Ceará, além de promover a circulação do livro e preservar o patrimônio literário. Aragão foi um dos oito vencedores na categoria “Crônicas e memórias”.

“De frente para o Norte” é a compilação de artigos já escritos somados a crônicas inéditas do autor. Ao todo são 47 crônicas que abordam temas como a seca do nordeste, questões políticas, Amazônia e, ainda, situações do cotidiano da região de Sobral.

Qual o maior desafio em produzir um livro?
Eu tive a facilidade de ter o incentivo do estado. O primeiro desafio, então, foi participar do concurso. Depois, foi achar o “ponto certo”. Cada vez que eu achava que tinha finalizado a obra, enxergava algo a melhorar. Até ficar satisfeito demorou bastante. Isso foi o mais desafiador: saber o momento certo de parar de mexer no conteúdo.

Você viveu a seca? Como a questão entrou na obra?
Eu vivi a seca de 58. Era criança e o sentimento de todos era de muita aflição, pois a grande seca anterior, de 1932, foi terrível. Havia o medo dos chamados “currais do governo” erguidos para que a população rural não invadisse as cidades em busca de água e comida. Em 1958, Juscelino Kubitschek criou frentes de trabalho que salvaram milhares de vidas e a situação não se repetiu. Mas, o livro é feito de coisas alegres, a seca é apenas uma crônica.

Fonte: Previ

Professor Marcelo Gurgel lança mais um Livro


“Embates & Combates: por boas e intrigantes causas” é o mais novo livro que o professor Marcelo Gurgel Carlos da Silva, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), lança na próxima quinta-feira, 19, no Centro Cultural Oboé, às 19h30.  O autor e seu livro serão apresentados pelo professor José Maria de Barros Pinho. A obra é de responsabilidade da Editora da UECE (EdUECE).

O conteúdo deste livro tem o poder de resgatar a indignação da cidadania na sociedade de fortaleza. O autor privilegia pontualmente o universo social, econômico, político e cultural de Fortaleza, em sintonia perfeita com a realidade institucional do país A renda desse lançamento será revertida para as ações sociais da “Casa Vida”, mantida pela Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará.

O médico, economista e escritor, Marcelo Gurgel é professor titular da UECE, onde coordena o Mestrado Acadêmico em Saúde Pública, e docente da Escola Cearense de Oncologia, do Instituto do Câncer do Ceará (ICC). Também é membro titular da Academia Cearense de Medicina e sócio da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores do Ceará.  Este é o 60º livro que o médico Marcelo Gurgel lança.

Como autor de uma série de livros sobre Saúde Pública e Medicina, nos últimos anos tem incursionado no mundo das letras. Para José Maria de Barros Pinho, da Academia Cearense de Letras, a obra de Marcelo Gurgel foi escrita no apogeu do amadurecimento intelectual e nos limites da consciência da liberdade do cidadão. Ergueu-se do chão do simples para o patamar mais proeminente do aprimoramento do Estado Democrático de Direito.

Fonte: UECE

Humor no pé da serra

Durante os três próximos dias, o município de Maranguape será palco para um dos principais festivais de humor do Estado. A terceira edição do evento, promoção da TV Diário, reunirá grandes nomes nacionais, que vão se apresentar ao lado de artistas em início de carreira, além de atrações musicais

Adamastor Pitaco, Skolástica, Dion Queirós e Mixirico
Maranguape podia não ter telefone, não ter automóvel - devido ao único carro ter deixado a cidade depois do prefeito decretar mão única, como brinca Chico Anysio em uma de suas piadas -, mas ainda assim teria uma grande riqueza: ser a terra natal do humorista! Distante 28 quilômetros de Fortaleza, foi lá onde, há 80 anos, nasceu Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o nosso mestre do humor, e é lá onde, de amanhã até sábado, comediantes consagrados e iniciantes se apresentam no III Festival Nacional de Humor de Maranguape.

Apesar de recente, o Festival já recebeu humoristas de destaque como João Cláudio Moreno (PI), Saulo Laranjeira (MG), Falcão (CE), Raimundinha (CE), o filho de Chico Anysio, André Lucas (RJ) e o próprio Chico, que marcou presença em 2010.

Esse ano, estão entre as atrações o também filho de Chico Anysio, Nizo Neto (o Seu Ptolomeu, da "Escolinha do Professor Raimundo"), os cearenses Adamastor Pitaco e Skolástica, o filho de Tiririca, Tirulipa, e o ganhador da mostra competitiva do Festival ano passado, Dion Queiroz.

Desde sua primeira edição, o Festival presta homenagem ao mestre Chico, que, por sua vez, presenteia Maranguape apoiando a iniciativa e liberando o direito do uso de sua imagem sem ônus aos organizadores - ele dá inclusive nome ao troféu da Mostra Competitiva. Quem avalia o impacto da iniciativa é Adriano Teixeira, presidente da Fundação Viva Maranguape de Turismo, Esporte e Cultura, que organiza o Festival.

"A nossa ideia é trazer as pessoas para Maranguape, para que conheçam a cidade, seus atrativos turísticos. Mostrar Maranguape para o Brasil, aproveitar isso (ser terra natal de Chico Anysio), na questão cultural e turística", explica.

O Festival de Humor de Maranguape é uma promoção da TV Diário. E, durante a programação do evento, a TV genuinamente cearense exibirá trechos dos seus dois principais programas de humor, o "Garras da Patrulha" e "Vila do Riso". Para Adriano, já é possível sentir os efeitos positivos da iniciativa. O aumento do número de artesãos que trabalham com peças de humor, para ele, é um claro reflexo de que o turismo de Maranguape começa a vinculá-la a esta imagem.

Apesar de receber bastante gente de Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba e cidades próximas, o principal público do Festival ainda é a população local. A programação é toda gratuita e, para facilitar o acesso dos maranguapenses que moram distante do Centro, neste ano, será disponibilizado transporte dos distritos aos locais do evento.

Mostra Competitiva
Doze humoristas iniciantes participam da disputa do troféu Chico Anysio e das premiações de primeiro, segundo e terceiro lugares com R$5 mil, R$3 mil e R$2 mil, respectivamente. Eles se apresentam nos três dias, a partir das 20h, na Praça Capistrano de Abreu (homenagem da cidade a outro filho ilustre, o historiador João Capistrano Honório de Abreu).

Vencer o concurso, significa mais do que a premiação direta. Dar um primeiro passo para se firmar na profissão é o maior objetivo dos candidatos. Quem garante é o comediante de Itarema (distante 220 quilômetros de Fortaleza) Dion Queiroz, que foi 3º lugar na Mostra, em 2009, e, no ano passado, levou o prêmio máximo.

"Quando cheguei em Fortaleza, eu vi um homem sendo agredido, perguntei: tão batendo no rapaz porque? Pegaram o elemento cheirando farinha, responderam. Eu disse, eu vou me embora. Se souberem que eu faço é comer, eles me matam", brinca, exemplificando os percalços enfrentados para conseguir ser comediante.

"Antes, eu tive uns 10 empregos. Fui cobrador de Topic, taxista pirata, vendi calcinha no Beco da Poeira...", completa. Com o 3º lugar na mostra, ele foi contratado para se apresentar no Teatro do Humor Cearense e, após vencer o ano passado, já foi convidado para programas televisivos em rede nacional e passou a circular apresentando seu show.

Programação
A partir de amanhã, durante todo o dia, tem humor em algum lugar de Maranguape. Pela manhã e tarde, tem teatro de bonecos e apresentação de humor em escolas e praças; exibição de filmes humorísticos no Teatro Pedro Gomes de Matos; Humor de Feira com o personagem Mixirico, em apresentações na rodoviária e no Mercado Municipal; oficinas infantis (tiras de quadrinhos, caricaturas e confecção de adereços de humor).

A programação principal tem início a partir das 17 horas, levando o público das ruas do Centro da Cidade à Praça Capistrano de Abreu, seguida de apresentação do mágico Sidney Pires, às 19h30. Às 20h, começa a Mostra Competitiva de Humoristas e, para encerrar a noite, show dos comediantes Dion Queiroz (vencedor da 2ª Mostra de Humor), Nizo Neto e da banda musical Marajazz (CE).

Programação

Local:
Praça Capistrano de Abreu (Maranguape/CE)

Amanhã
20 h - Mostra Comp. de Humoristas
21h30 - Apresentações de Dion Queiroz (vencedor da 2ª mostra competitiva) /Nizo Neto
Apresentação Musical: Marajazz

Sexta-feira (20)
20 h - Mostra Comp. de Humoristas
21h30 - Apresentação de Adamastor Pitaco (CE)/ Skolástica (CE)
Apresentação musical: Marcos Lessa

Sábado (21)
20h - Final da Mostra Competitiva de Humoristas
21h30 - Apresentação de João Cláudio Moreno (PI)/Tirulipa (CE)
Apresentação Musical: Beto Barbosa

FÁBIO MARQUES
ESPECIAL PARA O CADERNO 3

MAIS IFORMAÇÕES
III Festival de Humor de Maranguape

Dias 19, 20 e 21 de maio, das 9 às 22 horas.
Contato: (85) 3262.7230

Fonte: Diário do Nordeste