sábado, 23 de abril de 2011

Chico Anysio volta a trabalhar após 3 meses internado

Ao final da gravação, o humorista foi aplaudido por todos os presentes

Foto: Dilvulgação  
O humorista Chico Anysio voltou a trabalhar na quarta-feira, 20, após passar mais de três meses internado, segundo informações do portal Gente Babado.

O ator esteve nos estúdio da Rede Globo para gravar o humorístico "Zorra Total". Ao final da gravação, foi aplaudido por todos os presentes.

Em cenas para o programa, Chico reviveu os momentos de sua clássica personagem Salomé. No quadro, conversou, por telefone, com a Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em um bate-papo de mulher para mulher.

A atração com o humorista vai ao ar neste sábado, 23.
 

Fonte: O Povo

Escritores lançam obras em Crateús

Crateús A sociedade crateuense se reuniu no Teatro Rosa Moraes para prestigiar dois escritores locais, membros da Academia de Letras de Crateús (ALC). Ganhadores do Prêmio Eduardo Campos de Dramaturgia, da Secretaria da Cultura do Estado (Secult), Elias de França e Lourival Veras lançaram "Histórias de Roça - ciranda, cirandinha venham monstros cirandar" e "Açucena não é flor que se cheire", respectivamente. O teatro foi palco de apresentações das obras e a sede da ALC recebeu os convidados para o momento dos autógrafos.

Elias de França e Lourival Veras no lançamento dos livros em Crateús, no Teatro Rosa Moraes
FOTO: SILVANIA CLAUDINO
Elias de França é natural da localidade de Arvoredo, Distrito de Santo Antonio, onde residiu até os 18 anos. Inventa suas criações desde menino, tecendo letras, melodias, histórias, causos e versos. "Desde quando era um inquieto curumim matuto".

Lourival Mourão Veras é dramaturgo, poeta e contista. Nascido e radicado em Crateús, tem larga folha de serviços prestados ao movimento cultural na cidade. Produziu diversos espetáculos cênicos ainda na década de 1970. Na década de 1990, passou a dirigir o Departamento de Cultura do Município, por 10 anos. Em seus tempos de gestão pública, deu-se por inteiro ao esforço de construir o "milagre" da ação cultural.

Fonte: Diário do Nordeste

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Circo: um olhar poético", de Waleska Frota


A grande tenda sempre chama atenção, não importa se colorida inteirinha ou aquela mais modesta sempre presente na periferia das grandes cidades ou no interior, os chamados "pé-de-areia". Mas não importa, o circo tem sua magia, seu encantamento. E o palhaço o que é? Pois é este universo que a escritora Waleska Frota tem como tema de seu primeiro livro, Circo - Um olhar poético.

A obra, composta de poemas sobre a arte circense, homenagea os eternos palhaços Chaplin, Os Trapalhões e Carequinha e também faz crítica social a arte que segundo a autora, merece mais atenção por parte da mídia.

"É muito bom para ser trabalhado nas escolas de ensino fundamental por incentivar a criação de poemas", afirma a autora.

Cearense da cidade de Ipueiras, Waleska Frota é pedagoga e especialista na área educacional. 

Instituto do Livro e Leitura

Há um grupo de pessoas que luta, de verdade, para a difusão do livro e da leitura nesta terra de poucos leitores. Esse grupo criou, há algum tempo, o Fórum do Livro e da Leitura do Estado do Ceará. Reuniões foram realizadas, idéias trocadas, esboços de projetos feitos, assembléias, e, depois de mais ou menos dois anos, vicejará um Instituto.

O Instituto do Livro e da Leitura do Estado do Ceará reunirá as principais entidades culturais e os integrantes dos sindicatos da indústria gráfica e do comércio do livro e pedem as bênçãos de José de Alencar, Farias Brito, Raquel de Queiroz, Martins Filho, Gerardo Melo Mourão, Alcides Pinto, Augusto Pontes e de tantos outros escritores que nos precederam na ida ao Parnaso.

Falo especificamente de Pedro Henrique Saraiva Leão, José Augusto Bezerra, Gizela Nunes da Costa, Auto Filho, Mileide Flores, José Augusto Bezerra, Karine David, Luiza Amorim, Francílio Dourado, Sérgio Braga, João Soares Neto, Raymundo Netto, Assis Almeida e outros.

O Instituto chega para somar força com a Secretaria da Cultura do Ceará, Secretária de Cultura de Fortaleza  e as entidades representativas da literatura, do livro, da indústria editorial e entidades culturais, notadamente: Academia Cearense de Letras, Academia Fortalezense de Letras, Instituto do Ceará, Associação dos Bibliotecários do Ceará, Anuário Literário do Ceará, Associação Brasileira de Bibliófilos, Anuário da Literatura do Estado do Ceará, Câmara Cearense do Livro, Benficarte, Sindicato do Comercio Varejista do Livro do Estado do Ceará e Sindicato da Indústria Editorial do Estado do Ceará.

Agora, neste abril de 2011, essas entidades acertaram com a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, por seu presidente, Dep. Roberto Cláudio, realizar, no dia  03 de maio próximo, uma terça-feira, às 15:30h, uma audiência pública na Comissão de Cultura e Esportes daquela Casa,dirigida pelo dep. Ferreira Aragão. Como o próprio nome o diz, será uma audiência em que todas as pessoas e entidades interessadas no livro e na leitura poderão comparecer.

Estão, desde já, convidados os dirigentes, professores e alunos das principais universidades: Federal do Ceará, Estadual do Ceará, Unifor e Uva. As faculdades privadas também estão convocadas, assim como todos os colégios públicos e privados, as entidades e grupos literários, órgãos da imprensa, editores das revistas e, logicamente, todos os escritores, independente de fazerem parte ou não de academias. E você, caro leitor, já fica convidado e poderá levar os seus amigos. Repito, tudo será público. Todos serão bem-vindos.

João Soares Neto
15/04/2011

Fonte: O Estado

Portal da história do ceará

Este site foi desenvolvido para suprir os estudantes e pesquisadores de fonte de informação sobre a História do Ceará. Não tem fins lucrativos ou quaisquer outros que não a divulgação de informações importantes para cientistas sociais, pesquisadores e estudantes.Instituições e arquivistas colaboraram com a cessão de materiais para a sua disponibilização a todos. Através do resgate de fatos, fotos, documentos e biografias dos homens que compuseram a História do Ceará, o internauta será capaz de melhor avaliar o conceito cearensidade.Temos à  sua disposição vários conteúdos, como descritos abaixo:  

Livros Raros - É uma coleção de livros raros do começo do século passado que tratam do Ceará sob aspecto fotográfico.  

Fortaleza Antiga - É um trabalho desenvolvido pelo Arquivista Nirez (Miguel Ângelo de Azevedo) que permitiu a divulgacao de fatos e comentários seus publicados na obra - Fortaleza Ontem e Hoje.  

Fatos Históricos - É um trabalho de coletânea de dados históricos oriundo de várias obras, tendo como principais fontes: Cronologia Ilustrada de FORTALEZA Roteiro para um turismo histórico e culturalRevistas do Instituto do Ceará - que contempla um total de mais de 30.000 fatos da História do Ceará (sempre crescente), onde há a possibildiade de se pesquisar por data ou por verbete um determinado fato da história. , Autor: Nirez, e artigos da  

Cearenses Ilustres - É uma coletânea de várias obras que contemplam biografias de cearenses, permitindo o acesso por Nome (de família ou de Guerra), bem como sobrenomes de famílias. Há catalogadas, cerca de 2.500 biografias de cearenses. 

Instituto do Ceará - É o site do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico, instituição secular cearense, guardião da História e dos Homens de História. Neste menu você encontrará centenas de livros e artigos publicados pelos seus sócios fundadores e membros atuais, num total de 3200 artigos, 60.000 páginas de história. 

Academia Cearense de Letras - É o site OFICIAL da ACL, outra instituição secular cearense, primeira Academia de Letras no Brasil. 

Neste site você encontrará a história da ACL, dos seus patronos e fundadores, bem como os acadêmicos atuais. 

Manuscritos Históricos - Nesta alça o consulente encontra dezenas de milhares de MANUSCRITOS do Ceará Colonial e Provincial (Séculos XVII a XIX) representativos das Câmaras Municipais de vários municípios cearenses. Sinta-se à vontade para comentar, criticar ou elogiar. E você também pode participar deste site mandando matérias (livros, fotos, artigos) de sua autoria, sobre logradouros (praças, bairros, Igrejas, prédios ou curiosidades) de Fortaleza e de outas cidades do Ceará.

Bom proveito - este site foi feito de coraçao para você.Gildácio Sá - webmaster

Demolição de casa gera polêmica

Várzea Alegre. O crescimento das cidades do interior, a abertura e ampliação de lojas, muitas vezes, resultam na destruição de antigas casas, localizadas no centro comercial. Em nome do progresso, perde-se a memória e parte da história. Foi o que aconteceu, recentemente, nesta cidade, na região Sul do Ceará.

A antiga Casa Amarela, que ficava em uma esquina em frente à Igreja Matriz de São Raimundo Nonato, foi adquirida dos herdeiros e o novo proprietário não perdeu tempo. Providenciou, recentemente, a demolição do imóvel.

Protesto
O fato gerou protesto de alguns moradores e de filhos da cidade e colocou na ordem do dia o debate sobre a necessidade de preservação do patrimônio material, histórico e cultural. A funcionária pública federal, Rosélia de Carvalho Costa, foi uma das pessoas que protestou.

"O que aconteceu foi terrível, triste, um ato de destruição de parte da nossa história e das nossas lembranças. Demoliram um imóvel histórico para construir um centro comercial".

Rosélia vinha batalhando para preservar a Casa do Papai Dirceu, de quem ela é bisneta. Parece que estava prevendo o fato e dias antes, em 4 de abril passado, apresentou à Coordenadoria do Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura do Estado uma "notícia de risco de demolição do referido imóvel" e solicitou providências em regime de urgência para que o fato fosse comunicado à Procuradoria Geral do Estado e ao Ministério Público. Quatro dias depois, ocorreu a demolição. A ideia era manter o casarão preservado, funcionando como sede do legislativo e centro cultural.

Para o secretário de Cultura, Hélio Batista, "é lamentável o que acontece há alguns anos e vejo que o passado está sendo demolido. A Secretaria sozinha não pode fazer nada, pois não há legislação para proteger esses imóveis". Ele defende que os vereadores aprovem uma lei de proteção e tombamento.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Jovens cordelistas

Inspiração e técnica são elementos essenciais para um bom cordel criar. Entre métricas e versos, uma bela história vamos contar. Dois jovens cordelistas viajam nesse mundo de poesia para a sua própria rima cantar

Os assuntos são os mais variados. Fatos da política, sertão, cotidiano ou romances podem virar tema de cordel. Pesquisadores apontam que a origem desta literatura, que ficou tão popular no Nordeste, seja alemã. No Brasil, os primeiros folhetos apareceram em 1893.

A popularização do cordel foi possível, apesar dos altos índices de analfabetismo, porque os poetas entoavam seus versos nas praças. As rimas melodiosas podem despertar os mais diversos sentimentos dos leitores. Reflexão, emoção, alegria, tristeza e até sonhos são revelados a cada novo verso. É neste sentido que trabalha a estudante de Pedagogia Julie Ane Oliveira, 18 anos. Filha de cordelista (Rouxinol do Rinaré), ela sempre esteve envolvida com cordéis. "Diria que desde que ´me entendo por gente´. No meu lar, a leitura sempre foi presente, assim como o arroz e o feijão (risos)", diz ela, que teve o primeiro contato com a literatura de cordel através da leitura dos trabalhos do pai, bem como também de clássicos de autoria de Leandro Gomes de Barros.

Entre eles, "O cavalo que defecava dinheiro", "O cachorro dos mortos" e "A peleja de riachão com o diabo". "Como toda criança me encantei pela sonoridade das rimas, pelas histórias de príncipes, princesas, causos engraçados. Me via como personagem das histórias lidas. Algumas até tentava decorar. Até que um dia, descobri que podia criar minhas próprias histórias também", comenta Julie.

A estudante destaca que a leitura de autores contemporâneos, como Arievaldo Viana, Marco Haurélio e Klevisson Viana, também fez parte de sua formação enquanto escritora.

Atualmente, o encanto de Julie vai além das histórias e pelas rimas. "Meu maior fascínio é pela capacidade versátil que o cordel assume na sociedade atual, não apenas como instrumento de entretenimento, mas como uma eficiente ferramenta na educação, sendo utilizado em sala de aula como recurso paradidático", comenta ela, que fará o trabalho de conclusão da faculdade sobre essa temática.

Primeiros passos
Aos 10 anos, Julie já começava a criar seus primeiros versos. Um ano depois, ela já teve a oportunidade de publicar o primeiro texto em cordel: "A esperteza de João, o rapaz pobre que casou com uma princesa", publicado pela Tupynanquim Editora (2003). Hoje, a cordelista tem quatro publicações e pretende aumentar este número em breve.

   Julié já publicou quatro cordéis e se prepara para lançar um novo trabalho  
FOTO: KID JÚNIOR
"Tenho alguns trabalhos engavetados, mas nesse momento estou com um trabalho novo sendo ilustrado por Rafael Limaverde. O livro será direcionado para educação infantil, especialmente aos anos iniciais. A obra é intitulada ´Brincando com a matemática´ e será publicada pela Conhecimento Editora. O lançamento está previsto para maio na Livraria Cultura de Fortaleza", adianta ela, que desde quando começou a escrever, sentiu maior interesse pela literatura infantil.


"Minhas abordagens no geral são adaptações de contos clássicos, aventuras, romances de bravura (com príncipes e princesas). Só tenho um tema de drama. Chama-se ´Uma tragédia em família ou o pai que matou o filho´, que inclusive não foi tão bem aceito pelo público quanto o primeiro. Imagino que pelo impacto da temática talvez", destaca ela, que vê no cordel a possibilidade de dar uma cara nova para esses contos clássicos. "Mas procuro não me limitar, já fiz trabalhos por encomenda e trabalhei com variados temas. A minha real preferência são histórias que encantem o imaginário das crianças, assim como encantaram o meu", diz.

Inspiração nos clássicos
Este é o mesmo caminho seguido pelo estudante Josué Lima, 13 anos. Há dois anos, ele fez uma oficina de cordel e já começou a escrever os primeiros versos. Depois de fazer um trabalho escolar sobre drogas, o jovem cordelista aproveitou o tema e lançou seu primeiro trabalho: "Os malefícios das drogas na visão de uma criança". Na sequência, lançou "O príncipe sortudo e a sapinha encantada" e "O Mandarim e a borboleta", em parceria com o pai Evaristo Geraldo.

  Josué cria cordéis baseados em contos clássicos da literatura infantil  
FOTO: GEORGIA SANTIAGO
Tímido, Josué gosta mesmo é de se expressar através dos textos. Segundo ele, seu processo criativo é natural e espontâneo. "Leio muito e depois vou criando as histórias aos poucos. Às vezes consulto o dicionário também", comenta o adolescente que está no oitavo ano e que ainda não pensou sobre qual carreira vai seguir. Uma coisa certa é que ele pretende mesmo continuar escrevendo.


Julie conta que também não tem uma rotina definida de criação. "A inspiração é que comanda. Algumas vezes no caso de encomendas, ou convite para participar de uma coleção, sento e rabisco meus primeiros versos. Mas, no geral, não tem hora nem lugar. O importante é ter sempre papel e caneta à mão", declara.

Desafios
Publicar os cordéis ainda é uma dificuldade encontrada pelos cordelistas. Atualmente, eles contam com algumas editoras especializadas, mas o público nem sempre valoriza a produção.

Além disso, a questão técnica (métrica, por exemplo) ainda é um desafio diário para Josué, que se aperfeiçoa por meio da leitura de outros cordéis. Já para Julie, não há problema nenhum. Meu hábito de leitura e escrita vem desde a infância. No entanto, algumas pessoas têm o dom, porém precisam aperfeiçoar a técnica. Pois, o cordel assim como o soneto, a crônica, o conto, tem suas peculiaridades na estrutura. Por isso, hoje trabalhamos muito com oficinas de cordel, visando dar um suporte a essas pessoas", diz a cordelista.

Você pode criar o seu cordel na internet
Para entrar no clima da novela das seis "Cordel Encantado", o site TV Verdes Mares lançou um hotsite especial (http://hotsite.verdesmares.com.br/cordelencantado/) em homenagem à trama escrita por Thelma Guedes e Duca Rachid, dirigida de núcleo de Ricardo Waddington. Segundo Ívila Bessa, editora de conteúdos digitais do Sistema Verdes Mares, a iniciativa pretende promover a interação com os telespectadores por meio da internet.

Para participar, basta entrar no hotsite, enviar uma imagem e acrescentar os nomes do casal e gerar o cordel. A foto ganha uma moldura de xilogravura e a página pode ser compartilhada no Facebook e Twitter, além gerar um PDF e enviar por email.

A novela
A literatura popular de cordel é a grande fonte de inspiração da novela das seis. A trama combina lendas heroicas do sertão nordestino com o encantamento da realeza europeia no romance do casal central formado por Açucena (Bianca Bin), cabocla criada por lavradores que é a princesa de um reino europeu; e Jesuíno (Cauã Reymond), filho legítimo do cangaceiro mais famoso da região.


SINOPSE
Produção local
Uma lenda diz que aparece durante as noites uma bela moça despida que ao amanhecer transformava-se em pedra.

Conta a história de um jovem humilde, chamado João, que resolve entrar numa competição em um certo reinado.

Um Mandarim chinês que não gosta de crianças tenta obrigar uma borboleta a se vingar dos pequenos.

Rei busca um substituto e decide fazer provas com os seus filhos. Um deles conta com uma ajudante especial.

Izakeline Ribeiro 
Repórter

Secult lança III Edital Mecenas do Ceará e o XIII Edital Ceará Junino 2011

Cerca de 10,5 milhões de reais são destinados à projetos de apoio a cultura no Estado do Ceará 

A Secretaria da Cultura do Ceará lançou nesta sexta-feira, 15, mais dois novos editais de apoio a cultura cearense, o III Edital Mecenas do Ceará, no valor de  9 milhões 576 mil reais; e o  XIII Edital Ceará Junino 2011, no valor de 900 mil.  As inscrições de projetos para os editais podem ser feitas até o dia 13 de maio.

O III Edital Mecenas destina-se à apoiar programas, ações e projetos artístico-culturais apresentados por pessoas físicas ou jurídicas e que tenham por objetivo o fortalecimento do setor cultural cearense e a promoção do desenvolvimento social e econômico do Estado. Este Edital vai beneficiar projetos culturais para o período de maio a dezembro de 2011.

O XIII Edital Ceará Junino - 2011 regulamenta o processo de inscrição e seleção de projetos relacionados às tradições regionais cearenses e voltados para os festejos juninos, nas categoria “Festival de Quadrilhas Juninas” e “Apoio aos Grupos Juninos”.

Todos os programas, ações, ou projetos apresentados no presente processo de seleção do Edital Mecenas deverão desenvolver em seu processo de execução a produção de produtos e serviços que englobem as áreas de artes visuais e fotografias, teatro, dança, música entre outros.

Jorn. Sonara Capaverde
Mtb 6553/RS
Coordenação de Comunicação da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará

Confira os editais:
III Edital Mecenas do Ceará
XIII Edital Ceará Junino 2011

Fonte: Secult-Ce

Por uma cultura descentralizada

Petição pública encabeçada por Wilton Matos requisita que a empresa Chesf construa um Centro Cultural no Passaré

Roberto César e a banda Eletrocactus, originada no bairro José Walter: "Ainda temos muita produção boa nessa região, mas falta um espaço cultural para dar visibilidade a elas"
Membro da Associação dos Funcionários da Chesf, o compositor Wilton Matos iniciou nesta semana um abaixo-assinado com o objetivo de requisitar a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco a construção de um Centro Cultural nas imediações da empresa, localizada no bairro Passaré.

Matos e outros funcionários se reuniram para fazer essa exigência, dada a política da Chesf de apoiar espetáculos de teatro, dança e música, mas sobretudo em Pernambuco, onde se situa a sede da companhia. O objetivo é que haja uma melhor distribuição desses recursos voltados à cultura e que, no Ceará, isso se reverta na construção desse novo polo.

   O cantor e compositor Wilton Matos, integrante do Bora! Ceará Autoral Criativo, é o autor do abaixo-assinado   

Copa do mundo
Segundo Matos, ainda que a empresa não possua outros centros culturais pelo País, a petição é importante já que o bairro e o entorno não possuem espaços de cultura. "Por conta do Castelão, o Passaré será bastante visado em 2014. Precisamos de um lugar que fomente a cultura dos bairros próximos", defende Matos. O poeta e compositor Alan Mendonça, que apoia a iniciativa, relaciona a importância da construção também à descentralização de equipamentos culturais em Fortaleza: "Aqui ou você tem o Dragão do Mar, na praia de Iracema, ou os espaços no Centro da cidade... Mas Parangaba, Siqueira, esse território mais ao sul, só tem o Centro Cultural Bom Jardim".

Efervescência
Ainda de acordo com os apoiadores, essa inexistência dos aparelhos culturais não pode ser justificada por falta de demandas. Para Roberto César, vocalista da banda Eletrocactus, nascida no José Walter, o bairro possui grande efervescência cultural e precisa de um espaço de escoamento dessa produção. "Quando comecei a enveredar por esse mundo da música, minhas referências, as bandas nas quais me espelhava, eram todas daqui, do José Walter. Eram muitos grupos e isso em 1995. Agora ainda temos muita produção boa nessa região, mas não um lugar para dar visibilidade a elas", afirma Roberto.

Wilton Matos reforça o argumento do cantor citando nomes importantes para a cultura cearense surgidos daquela região. "Esse entorno é um celeiro de grandes personalidades da nossa cultura: o poeta José Furtado, o violonista Tarcísio Sardinha, a escola de artes do José Walter, da Ceiça Martins; fora as muitas bandas formadas nesse bairro. Aqui por perto há muitos desses nomes".

O abaixo-assinado pretende estender a mobilização para que não fique apenas entre os funcionários da empresa. "Queremos que a sociedade participe, que queira também ocupar esse espaço", convida Matos.

A petição pública já foi apoiada por mais de 430 pessoas. Ela é virtual e pode ser assinada no seguinte site: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=chesf.

MAYARA DE ARAÚJOREPÓRTER

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Artur Bruno e Airton de Farias lançam livro "Fortaleza: uma breve história"



O deputado federal Artur Bruno (PT) e o historiador Airton de Farias vão lançar, no dia 28 de abril (quinta-feira), às 19h, no plenário da Assembleia Legislativa, o livro “Fortaleza: uma breve história”

O livro traz a história de nossa cidade desde as primeiras tentativas de colonização portuguesa até os dias atuais, passando pelas principais transformações econômicas e sociais da cidade e pela elevação da cidade à condição de vila, em 13 de abril de 1726, data que marca o aniversário de Fortaleza.

O livro foi editado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp), órgão vinculado à Assembleia Legislativa, e a abertura foi escrita pelo professor Pinheiro, que além de deputado estadual é historiador. De acordo com Artur Bruno, a obra é um presente à cidade nesses seus 285 anos de história e uma forma de os fortalezenses conhecerem melhor a história de sua terra natal.

Fonte: PT Ceará

terça-feira, 19 de abril de 2011

Troca de autorias de textos na internet – ignorância ou desonestidade intelectual?

Dois males têm afetado muitos dos internautas que ‘gostam’ de divulgar textos em blogs e sites de relacionamento: o desconhecimento da literatura em função da falta de leitura, e a desonestidade intelectual, muitas vezes decorrente de atitudes inconsequentes ou mesmo de ignorância. 

Por uma razão ou outra, o mundo virtual tem se tornado uma ferramenta de disseminação de falsas autorias e adulteração de textos literários, tanto no conteúdo quanto na forma. São essas práticas nada lícitas o assunto do artigo de hoje.

Leia texto na íntegra: aqui

por Aila Sampaio

Escritora vai ao "Beco da Poeira" lançar livro-reportagem ilustrado

A jornalista Mayara de Araújo relançará seu livro "Histórias de Beco" no próximo dia 28, a partir das 15 horas, no tradicional "Beco da Poeira", celeiro de suas inspirações para essa obra. A cerimônia ocorrerá no local onde muitos dos personagems do livro estarão em plena atividade.

Mayara escreveu o livro em forma de crônica e responde pelas ilustrações e diagramação (Divulgação)
O livro foi resultado de dissertação de término de curso de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará. Mayara escreveu o livro em forma de crõnica e responde pelas ilustrações e diagramação.

A secretária regional do Centro, Luiza Perdigão, foi convidada para o lançamento da obra.

Histórias antes da transferência

O livro-reportagem ilustrado reproduz em contos, crônicas, matérias e desenhos a memória do Beco da Poeira antes da transferência. O livro foi lançado no dia 8 de abril, no Museu de Artes da UFC.

O projeto venceu o Prêmio Expocom Regional e Nacional da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), sendo considerada a melhor produção acadêmica de livro-reportagem do País em 2010.

Foi ainda contemplado com o edital Prêmio Literário de Autores Cearenses, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, por meio do qual está sendo publicado.

Fonte: O Povo

Jovens tardes de domingo no Ceará

Admiradores das criações de Roberto Carlos se reúnem sistematicamente em Fortaleza, no Recanto do Rei, homenagem ao artista, feita pelo fã Odival Limeira Lima

Odival lima no estúdio do Recanto do Rei, espaço criado em 1994, onde se reúne nos fins de semana com amigos e admiradores para escutar as composições de Roberto Carlos
FOTOS: GEÓRGIA SANTIAGO

O cantor, compositor e músico capixaba Roberto Carlos, um dos artistas mais populares de todos os tempos na música brasileira também possui um séquito de admiradores em Fortaleza. Parte deles se encontra regularmente no tradicional "Recanto do Rei", inaugurado em 19 de abril de 1994, capitaneado pelo colecionador Odival Limeira Lima.

Nascido em Juazeiro do Norte, ele começou sua coleção há décadas e hoje, segundo estimativas dos frequentadores e conhecedores da obra de Roberto Carlos, possui o maior acervo do artista, composto por fotos, posters, cartazes, discos de cera, viniis, CDs e DVDs.

Roberto Carlos em estátua de bronze, criada pelo escultor sobralense João Bosco do Vale ao lado da placa que celebra com palavras de carinho por Odival Lima, sua admiração pelas músicas do Rei

Recanto do Rei
Além desses ítens, é possível ter acesso no Recanto do Rei à réplicas de um calhambeque e um triciclo, utilizados por Roberto Carlos em suas fotos de divulgação de discos promocionais e também, numa proporção menor, uma construção que imita originalmente a casa que o artista nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo. Também existe no espaço, uma estátua de bronze em tamanho natural, idealizada pelo conceituado escultor sobralense João Bosco do Vale, , o autor do busto do empresário Edson Queiroz, da Praça da Imprensa.

No domingo passado, a reportagem do Caderno 3 esteve num convescote no Recanto do Rei, que começou meio-dia e se alongou até 20h. Inicialmente foi exibida numa grande televisão de alta definição, a apresentação do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija Flor do carnaval carioca de 2011, cujo enredo homenageava Roberto Carlos. Entre privilegiados, crianças, adolescentes e adultos, todos atentos ao desfile, principalmente quando o Rei aparecia na tela. Depois, foi exibida também uma série de vídeo-clipes, em que Roberto Carlos se apresentava em duetos com outras grandes vozes e artistas da música popular brasileira, além de trechos de programas especiais produzidos com o Rei, nos finais de ano pela Rede Globo. A mostra só foi interrompida quando Odival Lima recebeu a visita de uma equipe de TV para uma entrevista sobre os 70 anos do autor de "Como é grande o meu amor por você".

Futebol
Aproveitando a saída de Odival, que comandava as exibições dos clips por controle remoto, como ia começar o jogo do time Fortaleza contra o Quixadá, alguém sugeriu parar as apresentações televisivas do Rei, para assistir o embate futebolístico, enquanto em outro ambiente também tocava música de Roberto Carlos.No retorno, Odival que torce pelo Leão do Pici, assistiu pacientemente a partida que, no final, teve a vitória do seu clube por 3 X 2.

Durante o desenrolar do jogo, chegou no Recanto do Rei, Carlos Augusto Braga, que em seu cartão se anuncia "Cover Show Roberto Carlos". Devidamente equipado com seu equipamento de som compacto e com direito a microfone com pedestal, assim que terminou a transmissão do jogo, foi iniciada a sua apresentação.

Munido de playback instrumental de sucessos do Rei começou sua exibição cantando clássicos como "Não vou ficar", "O Portão", "Amada amante", "Como vai você", "Custe o que custar" e "As curvas da estrada de Santos", entre outras. Como os presentes faziam coro, sempre que terminava alguma música, Carlos Augusto Braga estimulava a plateia para cantar no microfone, pois, segundo ele, estava rouco por conta de já ter feito antes, no dia, dois shows de aniversários.

Alguns mais afoitos combinaram as músicas com o artista e soltaram suas vozes, sendo também acompanhados pelos outros. O cover do Rei aproveitou a oportunidade, bebeu água natural e instigou o repórter para que cantasse também uma música do repertório de Roberto Carlos. Convite feito, convite aceito e atacamos de "Negro gato".

NELSON AUGUSTO
REPÓRTER 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Livro e leitura em promoção!

No Dia Nacional do Livro Infantil, o Pas- seio Público é sede do lançamento da II Feira do Livro Infantil de Fortaleza, no qual se apresenta uma prévia do que será o evento em setembro

A primeira edição da Feira do Livro Infantil de Fortaleza mobilizou, de acordo com seus organizadores, cerca de 45 mil pessoas.
As ações vão além da tradicional venda de títulos, abrindo espaço para atividades lúdicas com crianças de escolas públicas

Em setembro do ano passado, uma parceria entre a editora Casa da Prosa e a Prefeitura de Fortaleza viabilizou a criação de mais uma feira de livros no Estado: a Feira do Livro Infantil de Fortaleza. Composta de debates, contações de história, shows e comercialização de livros, a programação durou quarto dias e mobilizou cerca de 45 mil pessoas.

Hoje, ao se comemorar o Dia Nacional do Livro Infantil, os organizadores promovem o lançamento da segunda edição da Feira do Livro Infantil, das oito da manhã até as três da tarde, no Passeio Público. A programação de hoje é uma prévia do que serão os quatro dias do evento, que acontece oficialmente apenas em setembro.

Contação de histórias foi uma das atividades que fizeram parte da programação da edição 2010 da feira e que voltam a acontecer este ano
Agenda

Cedo da manhã, às 8h30, o Grupo Era Uma Vez abre a programação com contação de histórias. O dia segue com oficinas de Criação Literária, ministrada pelo escritor Almir Mota (coordenador geral do evento), e de Desenho, com o ilustrador Ramon Cavalcante. Às 10h30 acontece o Leituras no Passeio, atividade em que os escritores cearenses se revezam em leituras de seus livros para o público.

Logo depois, às 11h da manhã, acontece, de fato, o lançamento da II Feira do Livro Infantil, ocasião em que serão apresentadas as editoras selecionadas para ocupar os estandes. A agenda matinal é repetida durante a tarde, para que todos tenham acesso às atrações.

Novidades

"O mercado livreiro no Ceará precisa de uma ajudinha e as feiras são excelentes oportunidades de se escoar a produção a preços acessíveis", teoriza o coordenador do projeto, Almir Mota. Segundo ele, como a feira é apoiada por meio de leis de incentivo, definiu-se que os estandes não serão vendidos, mas ofertados a editoras que aceitarem os termos de contrapartida da feira: comercializar livros com 30% de desconto. "Dessa forma, não vai ser nada difícil para os visitantes encontrarem livros a R$ 10 e com excelente qualidade", salienta o coordenador da feira .

Este ano, a grande novidade é a distribuição de quatro mil vale-livros, nos valores de R$10 e R$15 reais. "Com esse vale, a criança vai poder ir à feira e resgatar o livro que queira e que esteja nessa margem de preço", explica Almir Mota. Além dos cupons, será ainda ofertado a crianças matriculadas em escolas públicas municipais o transporte até o local do evento. Capital e municípios da Região Metropolitana serão contemplados com esses benefícios.

Um dos destaques da primeira edição da feira foi a quantidade de convidados: escritores, contadores de histórias e músicos. Nesta segunda edição, a proposta de uma programação multicultural continua e alguns nomes estão sendo confirmados. Entre eles, o escritor, dramaturgo e autor de novelas Walcyr Carrasco e o também escritor Vitor Ramil, cantor e compositor gaúcho. Para o time dos contadores de histórias estão escalados Gidu Saldanha, Rosana Mont´Alverne e o grupo Canto do Rio.

Balanço

"A feira é como um produto que você lança no mercado. Ela tem que ter credibilidade e dar condições de compensar as despesas do editor, que sai do seu estado para comercializar seu produto em outro. Recebemos o retorno de um editor da Hugo Homem, da Bahia, que disse ter voltado para casa sem nenhum livro. Ele já não se lembrava da última vez que tinha ido a uma feira e voltado assim, de caixas vazias. Para nós é uma satisfação", revela o coordenador.

De acordo com os números disponibilizados pela organização do evento, cerca de 15 mil pessoas compareceram aos shows durante os quatro dias, seis mil crianças visitaram a feira levadas por suas escolas e cerca de 1.500 pessoas, entre estudantes e educadores participaram de oficinas. Quanto ao volume de vendas, estima-se que em torno de cinco mil livros tenham sido comercializados.

LITERATURA NA PRAÇA

Manhã
 8h30 - Contação de histórias com o Grupo Era Uma vez

9h30 - Oficina de Criação literária com o escritor Almir Mota

9h30 - Oficina de Desenho com o ilustrador Ramon Cavalcante

10h30 - Leituras no Passeio

11h - Lançamento Feira do Livro Infantil de Fortaleza - com divulgação das editoras selecionadas.

12h às 14h - Almoço Poético - leituras e apresentação de contação de histórias

Tarde
14h - contação de histórias com o Grupo Era Uma vez.

14h30 - Oficina de Criação literária com o escritor Almir Mota

15h30 - Oficina de Desenho com o ilustrador Ramon Cavalcante

EDITORAS SELECIONADAS

Os estandes da II Feira do Livro Infantil de Fortaleza serão ocupados pelas seguintes empresas:

Aletria - MG

Armazém da Cultura - CE

Autêntica editora - MG

Barsa Planeta - CE

Base editorial LTDA - PR

Biruta - SP

Caixa de Brinquedos - CE

Casa da Prosa - CE

Conhecimento editora - CE

Cuca Fresca - SC

Dedo de Moça - CE

Edições UFC - CE

Feira do livro - CE

Fundação Demócrito Rocha - CE

Ideia Editora - PB

Imeph - CE

Jr Max Brasil - CE

LMiranda Publicações - CE

Moderna - CE

Nova Alexandria - SP

Pallas editora - RJ

Paulinas - CE

Paulus - SP

Peter Rohl - CE

Premius Editora - CE

R&F editora - GO

Smile - CE

Uni Duni Editora de livros LTDA - MG

Tupynanquim - CE

Vieira & Lent Casa Editorial - RJ

MAIS INFORMAÇÕES
 Lançamento da II Feira do Livro Infantil de Fortaleza. Hoje, das 8h30 às 15h30, no Passeio Público. Grátis. Contatos: (85) 3252.3343

MAYARA DE ARAÚJO
 REPÓRTER

História das charqueadas

Uma das principais rotas do charque no Ceará está registrada em imagens feitas por pesquisadores no interior

FILMAGENS Do documentário na Fazenda Castanhão, em Nova Jaguaribara. Equipe vivenciou enredo
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Fortaleza "Rapaz, bote um cavalo aqui agora que eu corro atrás de boi. Ontem mesmo sonhei que selava um cavalo pra ir atrás de um". Os quase 100 anos e as sequelas de uma vida de agruras não arrefeceram em Zé das Araras o gosto pela vida de correr atrás de boi. O vaqueiro de Nova Jaguaribara perdeu parte de um dedo e o movimento de outro, mas ainda sonha com caatingas e reses ariscas. Este e outros depoimentos fazem parte do documentário "Charqueadas", que será lançado no próximo dia 3 de maio, no Centro Cultural Oboé, em Fortaleza.

O início das filmagens foi tema de matéria exclusiva do Caderno Regional, no dia 16 de janeiro. Agora a equipe está finalizando a edição do material, que retrata uma das principais rotas do charque do Ceará, seguindo o curso dos rios Salgado e Jaguaribe. O diretor do documentário, Roberto Bomfim, optou por vivenciar "na pele" o cotidiano dos vaqueiros, fazendo partes da travessia a cavalo. "Em alguns momentos, por conta das condições das estradas e passagens molhadas, nós que íamos a cavalo conseguíamos chegar primeiro que os carros", recorda o diretor.

Declínio
A ideia original era que o documentário também tivesse cenas em Pelotas (RS). Foi para lá que o charqueador português José Pinto Martins, inicialmente instalado em Aracati, se mudou para fugir da grande seca de 1777. Pinto Martins levou a técnica da salga da carne para aquela região. As variações climáticas e a concorrência com o produto do Sul provocaram o declínio da primeira atividade econômica cearense.

"Se conseguirmos verba para lançar o documentário na Europa, vamos nos deslocar para Pelotas e fazer uma segunda versão do documentário. Acho muito importante incluir Pelotas, não apenas para mostrar como foi o declínio da charqueada no Ceará, mas também mostrar as similitudes entre o gaúcho e o nosso vaqueiro. Pessoas muito ligadas à terra, bairristas, valentes, enfrentando condições extremas", afirma Roberto Bomfim.

Aos depoimentos de historiadores e memorialistas, que fazem um balanço do impacto da pecuária extensiva e das oficinas de charque para a ocupação do interior cearense, somam-se as recordações e vivências de vaqueiros, ribeirinhos, comerciantes e fazendeiros no caminho entre Icó e Aracati. Pessoas que testemunham um mundo em plena transformação com a tecnologia e as "modas" da juventude. Roberto Bomfim diz que muitos lamentam o fato de os filhos e netos não seguirem a atividade, que aos poucos está se perdendo.

A equipe ainda está procurando apoios para fazer o lançamento do documentário nas cidades por onde a expedição passou, como forma de agradecer toda a disponibilidade que encontraram pelo caminho. "O que mais me marcou foi a pureza e a simplicidade desse povo. Depois de fazer esse documentário, eu me sinto mais cearense do que nunca. São pessoas que abrem as portas das suas casas, nos ajudaram em tudo que fosse possível. Nunca vou me esquecer do tambaqui de cinco quilos que o seu Luís, fazendeiro que vive a 25km de Icó, mandou fazer cozido no leite. Gostaria que todo cearense se dispusesse a fazer uma aventura", finaliza.

Hipótese
A charqueada foi o primeira atividade econômica de relevo no Ceará. Não existe um consenso sobre quem teria trazido a técnica da charqueada ou se ela foi desenvolvida na própria capitania. O pesquisador Geraldo Nobre, no livro "As Oficinas das Carnes do Ceará" (1977), levanta a hipótese de a charqueada ter sido trazida pelos descendentes do holandês Joris Garstman, que comandava o forte dos Reis Magos (RN).

Eles teriam ocupado a ribeira do Jaguaribe e de lá espalhado a técnica. O fato é que as oficinas aqui encontraram um ambiente propício. O vento constante, a baixa umidade do ar e o acesso a fontes salinas permitiam a boa secagem do produto.

Os portos eram privilegiados pela proximidade dos pontos consumidores. Com o declínio da carne do Ceará por conta das secas e da concorrência com o charque do Sul, deu-se início ao ciclo do algodão.

MAIS INFORMAÇÕES
Lançamento do documentário "Charqueadas", Dia 3 de maio, às 19h30, Centro Cultural Oboé (Rua Maria Tomásia, 531, Aldeota - Fortaleza)

Karoline Viana
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste 

Do Blog: Em Acaraú a partir da metade do Século XVIII  existia a atividade das Charqueadas (fabrico de carne seca, prensada moderadamente salgada e desidratada ao sol e ao vento por tempo determinado à sua conservação.

Fonte: As Charqueadas-Valdelice Carneiro Girão

São Luiz é comprado por R$ 2,2 milhões

Após vários meses de negociações, o Governo do Estado e a família Severiano Ribeiro chegaram a um acordo sobre a venda do Cine São Luiz, no Centro de Fortaleza

Ainda não foi definido o destino do cinema, mas sabe-se que será dedicado a iniciativas voltadas para a cultura: dois projetos arquitetônicos estão sendo analisados
Fogos! Alegria! Salve! Os cearenses já podem comemorar! Não existe mais perigo do Cine São Luiz se transformar em templo religioso, shopping center ou simplesmente ser demolido, como aconteceu com todos os outros belos cinemas que adornavam o Centro da cidade de Fortaleza.

Por R$ 2,2 milhões, o prédio do Cine São Luiz foi vendido, pelo Grupo Severiano Ribeiro, ao Governo do Estado do Ceará, após longos oito meses de negociações. "Acabamos de adquirir o cinema, o negócio está fechado, martelo batido", garantiu o deputado estadual Professor Pinheiro, que foi nomeado para o cargo de secretário da Cultura e, em seguida, afastado, para assumir a vaga de deputado estadual para a qual foi eleito nas eleições de outubro de 2010.

"Na quarta-feira passada, dia 13, uma das pautas com o governador Cid Gomes foi a liberação do MAP (Monitoramento das Ações Prioritárias) da compra do São Luiz, para que possamos efetuar o pagamento. Isso deve acontecer até o final dessa semana", completou Pinheiro.

Desde quando as negociações para compra e venda do Cine São Luiz começaram, em agosto de 2010, ocasião em que estiveram em Fortaleza, reunidos com o então secretário da Cultura, Auto Filho, dois legítimos representantes do clã Severiano Ribeiro, Beatriz Severiano Ribeiro e Luiz Henrique Severiano Ribeiro Baez, o Diário do Nordeste vem acompanhando o desenrolar dessa história que, graças, teve final feliz.

Em nossa mais recente visita ao São Luiz, em fevereiro de 2011, adentramos as dependências do prédio histórico, fundado em 1958, tombado desde 1991, e que, durante todo esse período de indefinição, esteve fechado. Naquele momento, em que reportamos os danos causados pelas chuvas, originados pela simples falta de manutenção na calha, ficou clara a urgência no desfecho da negociação.

De acordo com a secretária de Cultura interina, Maninha Morais, toda a negociação foi feita através da Casa Civil. "O cinema foi comprado, o dinheiro está na conta, mas todo esse processo aconteceu através do gabinete do governador, a secretaria da Cultura é responsável somente para intermediar o pagamento".

Agora sim!
"Ninguém se conformava com aquele letreiro da fachada, tão característico e tradicional, sem as letras vermelhas anunciando o filme do dia. Agora, com essa compra, vamos ver se o destino desse cinema muda de rumo. Aqui na Praça está todo mundo feliz e esperançoso com o que vai acontecer", diz seu Francisco das Chagas, 77 anos, e quase isso de Praça do Ferreira.

Maninha Morais adiantou que as obras de restauro serão iniciadas imediatamente após o pagamento. "Está tudo certo, o contrato está na Procuradoria do Estado e, de lá, virá para a Secretaria da Cultura para empenhar e pagar, a questão, agora, é só burocrática. Aquele prédio está no coração da cidade, teremos a secretaria funcionando lá, o projeto da Secitece também e agora vamos analisar as duas propostas que foram elaboradas para o São Luiz, uma de Fausto Nilo e outra de Pepe (arquitetos). São trabalhos maravilhosos e será feito imediatamente. Já foi autorizado", garante Maninha.

De acordo com o Professor Pinheiro, a mudança da Secult para o prédio no qual está localizado o Cine São Luiz deve acontecer já no próximo mês - atualmente funciona no Cambeba. "Estamos terminando o restauro e, nesse momento, construindo dois elevadores e uma escada de incêndio externa ao prédio. Mas falta pouco", acrescentou o deputado.

Família
O superintendente de Patrimônio do Grupo Severiano Ribeiro, Luiz Henrique Baez, disse que, desde o início das negociações, não foram colocadas quaisquer barreiras para a realização da venda. Ele ressaltou, ainda, que o cinema está sendo entregue totalmente preservado - "a duras penas".

Luiz Henrique revelou que espera apenas ser acionado pelo Governo do Estado para que venha até Fortaleza e assine a documentação que oficializa a transação. "Estamos muito felizes com a venda porque temos a certeza de que o local, que tem um valor emotivo inestimável para nós, terá um destino ligado a projetos culturais. Nem precisamos fazer nenhuma exigência neste sentido", declarou.

Segundo o superintendente, o Grupo Severiano Ribeiro disponibilizou um engenheiro próprio, especializado na recuperação de cinemas pelo Brasil, para atuar na restauração do Cine São Luiz, caso seja da vontade da Secult. "Sem nenhum custo", garantiu ele.

O Grupo também já repassou para o Estado um filme feito na inauguração do cinema, com tomadas aéreas da Capital e uma fala do fundador da empresa, Luiz Severiano Ribeiro, na qual fala da gratidão aos cearenses e que se sentirá recompensando, se o povo fizer do local a sua "segunda casa". Bem, agora, sem o risco de fechar as portas, fica mais fácil sentir-se em casa no velho e bom Cine São Luiz.

NATERCIA ROCHA /FILIPE PALÁCIO
REPÓRTER E REDATOR

Tempo em imagens

Abre amanhã a exposição "Fortaleza: Memórias do Tempo", com fotografias de época que mostram a vida na capital cearense

Fotografias, objetos antigos e até carros que marcaram época. Esse é o apanhado que traz a exposição "Fortaleza: Memórias do Tempo", cuja abertura acontece amanhã, às 20 horas, no Espaço Cultural Porto Freire. O projeto é uma realização do Instituto Cultural Chico Albuquerque e acontece no mês de aniversário dos 285 anos da capital cearense.

Ao todo, são 95 painéis fotográficos, que reconstituem diversos aspectos da vida e dos costumes da cidade entre as décadas de 20 e 70. A mostra inclui ainda painéis com jornais e objetos originais de época. Exclusivamente na abertura do evento, o público também poderá conferir elegantes automóveis antigos de colecionadores do Museu do Automóvel.

"Memórias do Tempo" tem curadoria do colecionador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, e cenografia de Lídia Sarmiento. Todas as peças são do acervo do próprio Nirez (muitas recebidas da empresa Aba Film). "São imagens que tratam de diversas vertentes da vida social de Fortaleza nessas décadas, como arquitetura, personalidades e curiosidades. Além dos objetos, como ferro de engomar, microfone de rádio, telefone e placas de ruas antigas", detalha o presidente do Instituto Cultural Chico Albuquerque, Ricardo Albuquerque.

Para além das mudanças físicas e estruturais pelas quais o município passou em sua história, a exposição dá atenção especial às práticas e ao uso que as gerações faziam dos espaços urbanos, com a intenção de evocar, no espectador, sua relação com o ambiente apresentado nas imagens e a reprodução atual de hábitos do passado. Nessa perspectiva, as fotos e objetos foram divididos em áreas temáticas permitindo um passeio pelas velhas memórias, vida urbana, habitantes, trabalho, lazer, cultura e esporte.

PROGRAMAÇÃO

28/04, às 19h30
Fortaleza, casos e curiosidades .
Palestrante: Nirez

18/05 , às 19h30
Comunicação e a importância do rádio no Ceará. Palestrante: Erotilde Honório

21/06, às 19h30
A culinária cearense. Palestrante: Peregrina Campelo

21/07, às 19h30
Costumes, hábitos e comportamento do povo cearense. Palestrante: Zenilo Almada


"A mostra é um manifesto em defesa de outras representações da cidade, contestando as intenções das fotografias tradicionais e revelando outras cidades que existem dentro de nossa cidade tradicional", explica Nirez.

A abertura do evento será ao som dos sambas, toadas, modinhas, choros e lundus que integram a memória poético-musical brasileira. Executado pelo grupo Vozes da Cera, o repertório baseia-se em pesquisas realizadas na coleção de discos de 78 rpm do Arquivo Nirez, que datam de 1902 a 1946, um dos períodos de maior efervescência na produção musical, e de fundamental relevância para a história da música brasileira.

Em cartaz até 30 de dezembro, "Memórias do Tempo" propõe ainda uma agenda de atividades paralelas à mostra fotográfica, com palestras, debates e visitas guiadas de grupos de estudantes.  "Um dos eventos planejados, por exemplo, é sobre jangadas e jangadeiros. haverá outro sobre a história do cinema no Ceará", antecipa Albuquerque.

MAIS INFORMAÇÕESExposição "Fortaleza - Memórias do Tempo". De amanhã até 30 de dezembro, no Espaço Cultural Porto Freire (R. Joãzito Arruda, s/nº, Cidade dos Funcionários). Entrada gratuita. Contato: (85) 3459.0061

ADRIANA MARTINS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste 


Passeio Público Foto: Nirez
Rua Major Facundo Foto: Nirez

Cine Majestic Foto: Nirez

Projeto 'Mostra Piauí Dança' acontece em maio no Ceará

Doze companhias de dança de Teresina realizam a Mostra Piauí Dança no Ceará nos dias 27, 28 e 29 de maio, em Fortaleza. O coletivo é uma plataforma para exibir a dança para outros públicos, interagindo com outros estados.

A proposta das companhias piauienses é realizar uma série de ações contínuas e organizadas pelo centro da capital cearense, incluindo o Teatro José de Alencar, Centro de Convenções, Espaço BNB de Cultura e Dragão do Mar, oferecendo à população a oportunidade de conhecer a produção feita no Piauí.

Segundo Valdemar Santos, da Organização Ponto de Equilíbrio, a Mostra Piauí Dança Ceará tem como objetivo valorizar e divulgar a dança piauiense juntando no mesmo projeto companhias consolidadas do estado.

A programação do evento está praticamente definida e começa no dia 27, às 10h, com visita aos espaços culturais, realização de oficinas e vivências entre artistas de Teresina e Fortaleza e apresentação do Dança Eficiente, Cia Equilíbrio de Dança, Cyntia Layana, Aforá, Só Homens. Cia de Dança, Art Dança e Musical Palmares.

No segundo dia, espaço para bate-papo com artistas, confraternização e apresentação do Grupo Afoxá Dança Afro, no Teatro das Marias, e no dia 29, visita aos pontos turísticos de Fortaleza.

Fonte: 180 Graus

domingo, 17 de abril de 2011

Índios reafirmam cultura com ritual

A Festa do Marco Vivo representa a reafirmação das identidades culturais, na aldeia dos índios Jenipapo-Kanindé

Cacique erê, em revezamento com outros índios, iniciou a caminhada pelo mangue e Morro do Urubu, à margem da lagoa e se emocionou
FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR
Aquiraz A "mãe natureza" põe o seu filho no colo. Ele se estrebucha todo e faz traquinagem, mas mãe não dá leite e carinho em filho traquino. Não é obedecer, é respeitar. O resto vem. Em cima de morros e dunas, ao redor da Lagoa Encantada, a vida é celebrada com conquistas e um certificado de luta, e tudo tem vida na aldeia dos índios Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz. Um ritual realizado todos os anos, a Festa do Marco Vivo representa a reafirmação das identidades culturais. Uma festa ecológica e sustentável em agradecimento ao pão de cada dia. Em gritos de paz, filhos da mãe natureza e do pai tupã comemoram a decisão judicial definitiva que dá posse da terra aos "índios da Encantada". A um só tempo surge a mais nova liderança do povoado: a jovem cacique Erê.

Embaixo das mangueiras do tio Adorico, sob o teto de folhas, índio Bão e Cacique Pequena comemoram mais um ano de ritual. Estão ali como exemplos vivos da história de luta pelos direitos dos índios. A comunidade comemora e se pinta. A 50km da Capital, na direção do mar, vão chegando outros "irmãos de luta" das etnias Tremembé, Tapeba e Pitaguary. Cada um tem sua história de identificação, demarcação e a sonhada delimitação das terras para que daí sejam homologadas em definitivo para os índios.

O sonho chegou para os moradores daquela aldeia. Há dois meses viram publicado no Diário Oficial da União a declaração de "posse permanente do grupo indígena Jenipapo-Kanindé a terra indígena Lagoa Encantada". Era esse um grande objetivo da luta travada há mais de duas décadas. "E neste ano se inicia uma nova etapa, um novo momento", afirma Juliana Alves, a cacique Erê. Ela assume o posto da mãe, Maria de Lourdes da Conceição Alves, a Cacique Pequena, primeira mulher a assumir essa função numa etnia indígena brasileira. A Festa do Marco Vivo deste ano ganhou novas cores.

O ritual do Marco Vivo, realizado neste ano em 8 e 9 de abril, reúne todo ano os povos indígenas em orações, danças, encontro com seus ancestrais e o pai Tupã, ou simplesmente, Deus. E "que Deus lhe dê muita saúde, vá com a proteção do pai Tupã, abençoe os seus caminhos", desejou Pequena à nova filha Cacique. Erê ouvia as palavras com um tronco de yburana no ombro. Em revezamento com outros índios, iniciou a caminhada pelo mangue e pelo Morro do Urubu, à margem da Lagoa Encantada. Após 40 minutos de trilha, seguida por dezenas de pessoas, Cacique Erê sela mais um ano de Marco Vivo: o tronco de yburana é plantado no chão, para "pegar raiz", e dali uma nova árvore, mais uma para contar a história, assim como outras 13 árvores, que são fincadas desde 1997, primeiro ano do Marco Vivo. Em cantos e rezas, os índios dançam o toré ao redor da yburana, ou imburana, de nome científico Amburana cearensis. Pode atingir até 15 metros de altura, e suas folhas têm indicação farmacológica. Fazem ótimo "peitoral", mel lambedor no combate à tosse, bronquite e resfriado. A semente serve para perfumar roupas e produzir sabonetes.

Agradecimento
Coberto em folhas e com laço de fita, o tronco do Marco Vivo é apoiado pela mão da Cacique Erê em oração. Ela não pede, só agradece. No silêncio de todos que acompanham o ritual, sua voz só é interrompida pelo próprio embargo, da emoção de estar ali, homenageando a própria mãe, que por quase duas décadas liderou a etnia e fez aquele mesmo caminho.

"Ficam os ensinamentos da nossa grande líder: não temos que fazer as vontades dos homens da terra, e sim do nosso pai Tupã", diz Erê, para iniciar de mãos dadas a "oração que o pai Tupã nos ensinou: Pai nosso que estás no céu...".

O cacicado, geralmente só transmitido quando o cacique morre, é singular nesta etnia. Viva e lúcida, dona Pequena promete continuar lutando por seu povo. E onde eles forem, vão as ladainhas da cacique Pequena: "Eu moro numa floresta só vejo os pássaros "voar"/Eu moro numa lagoa só vejo os peixes "nadar"/Moro perto de uma duna, que ela emenda na lagoa/Moro perto de um lago, que ele sangra para o mar/ É que eu vivo na mata enterrada na areia e de pé no chão...".

CELEBRAÇÃO À NATUREZA
Etnia desenvolve turismo comunitário e ecológico
Aquiraz A Festa do Marco Vivo é também uma celebração à natureza. O senso de preservação dos índios Jenipapo-Kanindé é tanto que até mesmo um tronco de árvore que arrancam para o ritual é, por isso mesmo, replantado em outro lugar, para multiplicar a vida. Além de viverem da pesca, da agricultura e da pecuária, os índios desenvolvem o turismo comunitário e ecológico pela Lagoa Encantada. Além do refrescante banho de lagoa, são muitas as áreas boas para trilha e acampamento no Morro do Urubu. No meio do caminho, lindas paisagens de uma natureza que quer se manter distante da ação invasiva do homem.

A homologação das terras da "Encantada" pelo Ministério da Justiça dá espaço para os índios intensificarem o trabalho ecológico no lugar. Está acontecendo o processo de desintrusão. Trocando em miúdos, a empresa Ypióca e alguns posseiros que cercaram área dentro da demarcação indígena terão que sair dali. Então, até mesmo o espaço de trilha ecológica e de cultivo agrícola será ampliado pelos Jenipapo-Kanindé. Eles plantam milho, feijão e batata em regime de sequeiro. Mas o solo é tão úmido e fértil que o fim da estação chuvosa é o melhor período para plantar.

A vegetação que rodeia a Lagoa Encantada é rica em árvores frutíferas. Os adeptos do ecoturismo que vão para lá não perdem a oportunidade de subir nas árvores para colher pitomba do pé. Descascam e comem ali mesmo.

O turismo nessa região litorânea de Aquiraz faz parte da Rede Cearense de Turismo Comunitário (Tucum), que reúne regiões dos povos do mar do Ceará que promovem o turismo sem exploração econômica nem abuso ao meio ambiente.

MAIS INFORMAÇÕES
Visitas à Lagoa Encantada
Município de Aquiraz
Contatos: (85) 9193.34 94 / (85) 9171.61 11 / (85) 9204.65 90

Melquíades júnior
Colaborador

Fonte: Diário do Nordeste

Exposição inédita de Barrica

Esculturas e pinturas do artista estão expostas em "Pinturas de Barrica em tela e cerâmica", em Juazeiro do Norte

Obras do artista plástico juazeirense Barrica estarão expostas até o dia 20 de abril, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Juazeiro, em homenagem aos 100 anos da cidade
FOTO: ELIZÂNGELA SANTOS
Juazeiro do Norte Uma exposição inédita para o Cariri de um dos maiores artistas plásticos da região, Clidenor Capibaribe, o Barrica, está exposta no Centro Cultural Banco do Nordeste-Cariri. O acervo pertencente ao Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc -UFC), foi cedido para a exposição até o dia 20 de abril, dentro da programação do centenário da cidade.

São esculturas e pinturas do artista, na exposição intitulada "Pinturas de Barrica em tela e cerâmica". Gratuita ao público, a visitação acontece de terça-feira a sábado, das 13h às 21h. No período de 15h às 21h, os visitantes podem contar com o auxílio de um monitor.

Uma série de eventos marcam o centenário de Juazeiro do Norte, que se realiza em julho. A exposição de Barrica abre um calendário de eventos a serem realizados por meio da parceria com o Centro Cultural. Há também a proposta da Comissão do Centenário para editar e reeditar livros importantes sobre a história de Juazeiro do Norte, o que deverá se concretizar até o fim do ano.

Até julho, serão 20 edições lançadas, e mais uma pela UFC. Exposições de fotografias e artes plásticas também estão no cronograma. Serão investidos, por meio de projetos, cerca de R$ 600 mil em exposições e lançamentos.

Para a mestre em Artes Visuais, professora e curadora da exposição, Adriana Botelho, a mostra oferecerá ao público uma excelente oportunidade para conhecer um pouco mais de um dos principais artistas do movimento modernista, discutindo as afinidades de sua arte, bem como a sua influência na arte cearense. Clidenor Capibaribe, o Barrica, nasceu em Juazeiro do Norte, em 1913, e faleceu em Fortaleza, em 1993. Segundo a doutora em Sociologia da Arte, Kadma Marques, a história das artes plásticas no Ceará passa de maneira inevitável pela presença de Barrica. A essa trajetória está marcada por meio da Fundação do Centro Cultural de Belas Artes (CCBA - 1941/1944) e da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP - 1944/1958).

"Além das associações que congregaram os artistas do pincel em torno de ideais, como aquele que manteve a realização do salão cearense mais tradicional - o Salão de Abril - sob a responsabilidade da SCAP, no período de 1946 a 1958", lembra Kadma.

Discorrendo sobre a arte de Barrica, o diretor do Mauc, Pedro Eymar, afirma que a década de 1950 apresenta um Barrica personalizado e comercialmente aceito. "Desenha com cores e as paisagens florescem de sua alma profunda para uma interface plástica tensa, onde matéria e gesto disputam com a figuração o primeiro plano da fruição estética", explica.

Pedro Eymar relembra que, em 1961, Barrica esteve presente na exposição de abertura do Museu de Arte da UFC. Na ocasião, esteve ao lado de Chico da Silva, Sérvulo Esmeraldo e Raimundo Cela. O artista expôs sua vibrante interpretação dos subúrbios e abstratas composições em irreverentes cerâmicas. No mesmo período, Barrica instalou junto ao Mauc uma oficina de cerâmica, provida de forno, do qual procedem muitas das cerâmicas da presente mostra.

O gerente do Centro Cultural, Lênin Falcão, espera um bom público. Uma das intenções era fazer um trabalho com professores de escolas públicas, com a promoção de um encontro de educadores e palestras para os docentes. A proposta é abrir possibilidades de trabalhar a exposição e o artistas dentro de sala de aula. Será distribuído material didático e em seguida a realização de visitas. O centro irá disponibilizar ônibus para os alunos das escolas de Juazeiro.

Novos artistas
Há uma ideia do Centro Cultural de trazer artistas de fora, para que o público local possa conhecer, e abrir para a participação de artistas de Juazeiro do Norte e do Cariri. "Há profissionais com um longo período de trabalho ou no caso do Barrica, que já faleceu. Essa exposição do Barrica vem sendo estudada desde o ano passado Pedimos a curadoria para participar do edital e a proposta foi aprovada. É importante o resgate deste artistas, que são desconhecidos da maioria das pessoas", ressalta.

Ele destaca que o Centro Cultural Banco do Nordeste tem trabalhado de forma especial o centenário da cidade e os cinco anos do Centro Cultural. Em maio, haverá exposição de vários artistas de Juazeiro, na comemoração dos cinco anos, e, em julho, dentro do centenário, exposição de uma artista pernambucana, Ana Veloso, que traz no seu trabalho a religiosidade e Padre Cícero.

MAIS INFORMAÇÕES Centro Cultural Banco do Nordeste- Região do Cariri
Telefone: (88) 3512.2855 / 8802.0362
lenin@bnb.gov.br

Elizângela santos
Repórter

Apoio ao artesanato indígena

Índios de vários Municípios do Estado do Ceará levam suas peças artesanais para a loja da Ceart em Fortaleza

Diversas peças da cultura indígena estão expostas na Ceart
FOTOS: THIAGO GASPAR
Fortaleza A natureza é celebrada pelos índios com artesanato. As singularidades culturais são cultivadas em "bio-jóias" de cada novo colar de sementes, cocá, ou mesmo nas tintas vegetais que transformam desenhos no corpo. O artesanato popular indígena pode ser encontrado muito antes das aldeias de cada etnia. Em parceria com a Central do Artesanato (Ceart), a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) apoia a produção artesanal étnica, que pode ser conferida em Fortaleza na Loja de Artes Indígenas Toré Torém.

Pelo menos seis etnias indígenas estão levando suas peças artesanais para a loja em Fortaleza, proporcionando a apreciação dos não-índios e gerando trabalho e renda para os povos indígenas: Tapeba (Município de Caucaia), Pitaguary (Municípios de Itarema e Acaraú), Jenipapo-Kanindé (Aquiraz), Kanindé (Aratuba) e Tabajara (Poranga). Têm de colares de sementes a arco e flecha para decoração. Peças de barro são utensílios domésticos, e camisas ilustradas revelam as caras e cores dos índios do Ceará.

A arte Tapeba é uma das mais procuradas. Os índios Ivonilde e Flávio Tapeba tentam atender à demanda. Além da compra direta na loja tem cliente que encomenda os produtos. Fazem sucesso as ´quartinhas´, potes de barro de médio porte para água potável, e os arco e flecha para decoração de parede.

Os Pitaguary produzem colares de sementes e bolsas de palha; os Tremembé de Almofala, em Itarema mandam colares, potes e camisas com a "rosa do torém" - índios em ciranda, símbolo daquela etnia.

A Loja de Artes Indígenas Toré Torém é mantida pelo Instituto de Responsabilidade Social, da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), com apoio da Central de Artesanato do Governo do Estado.

As peças produzidas pelas etnias são diversificadas e encantadoras, de colares a artigos de decoração
Preços
É aberta de segunda a sábado convergendo as peças artísticas e artesanais das etnias, evitando a exploração econômica por atravessadores. O preço das peças é dado pelos próprios índios, que recebem o "valor justo". Apenas uma pequena porcentagem fica para auxílio de manutenção do lugar, que funciona diariamente de 9 às 18 horas e de 10 às 15horas aos sábados.

Os preços variam de R$ 4,90 (um colar de sementes) a R$ 32,90 (um ponte de cerâmica). Em cada produto uma etiqueta com o nome da etnia e do artesão que fez.

A loja é o grande braço da Fiec no Programa de Difusão da Cultura Indígena. Realidade material, criatividade, espiritualidade e imaginário coletivo são repassados para além das aldeias, atingem os não-índios como uma forma de reafirmação da identidade indígena no Estado do Ceará.

"A cultura indígena, cortada no tronco pela colonização, possuía raízes e, com o tempo, os sinais de sua existência voltaram a brotar.

O que foi jogado na clandestinidade continua existindo, embora sem o reconhecimento da cultura oficial. As culturas de tradição indígena vão, de pouco em pouco, reaparecendo, mostrando suas marcas nas cerâmicas, nos trançados, na tecelagem e até nas pinturas realizadas em tela", diz o pesquisador Roberto Galvão em seu livro "Arte Tremembé", sobre a resistência do povo indígena do Litoral Oeste do Estado.

Difusão
O Programa de Difusão da Cultura Indígena, da Fiec, tem três eixos principais: No de Cadeias Produtivas faz Estruturação de novos grupos de produção de artesanato indígena e fortalecimento dos grupos já existentes, proporcionando a comercialização desses produtos por meio da Loja de Artes Indígenas localizada na Ceart, administrada pelo Instituto Fiec em parceria com a Secretaria de Empreendedorismo do Governo; Em Ações Socioeducativas, disseminar a cultura e o valores de uma educação para a sustentabilidade, estimulando a participação comunitária em torno das atividades realizadas nos Centros de Artes das aldeias Indígenas.

No eixo de Memória e Patrimônio Cultural atua em projetos voltados para disseminar e difundir a cultura indígena, com ações respaldadas no resgate histórico das tradições e a sua importância para a constituição da cultura indígena cearense, tendo como destaque o Projeto Exposição Arte Indígena e o Acervo Indígena, composto por mais de 600 peças de diferentes tipologias de artesanato.

FIQUE POR DENTRO
As várias etnias

A igreja de Nossa Senhora da Assunção de Almofala dos Tremembé é referência na luta pelas terras do antigo aldeamento indígena. A "igreja dos índios" foi soterrada pelas dunas em 1892 e assim ficou por 50 anos, causando dispersão dos Índios Tremembé para as localidades de Córrego do João Pereira e Camondongo (Itarema), Queimadas (Acaraú), e São José e Buriti (Itapipoca).

Em 1996, o índio Kanindé José Maria Pereira dos Santos, o "cacique Sotero", incentivou a abertura para visitação pública ao "Museu dos Kanindé", que traz em seu acervo artesanato, com destaque para os trabalhos de madeira, instrumentos de caça e dança até então mantidos sob sigilo.

Os índios Tapeba têm uma recheada agenda cultural, com participação das outras etnias. Em julho acontecem os jogos indígenas estaduais, com todos os povos; em agosto ocorre a feira cultural do povo tapeba, os jogos indígenas tapeba e o ritual de purificação das crianças.

Em setembro ocorre a festa da carnaúba e inicia a fabricação do mocororó. Em 3 de outubro comemora-se o dia do índio tapeba. Dezembro é o mês da colheita da mandioca e das celebrações da "farinhada". Em mais uma iniciativa de afirmação étnica, os índios Potyguara, de 20 comunidades nos Municípios de Crateús, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente e Tamboril retomaram a pesquisa e o ensino do Tupi, a língua ancestral.

MAIS INFORMAÇÕES
Loja de Artes IndígenasPeças de artesanato, Município de Fortaleza
Telefone: (85) 3224.7291

PATRIMÔNIO IMATERIAL
Manifestações artísticas e culturais
O valor imaterial difundido nas danças, brincadeiras, cânticos e orações revelam a resistência de um povo
Aquiraz O artesanato se soma às outras manifestações artísticas e culturais dos índios. O valor imaterial difundido nas danças, brincadeiras, cânticos e orações revelam a resistência do povo, sua história de vida. Em pelo menos 13 principais etnias espalhadas pelo interior, os índios dialogam arte e cultura com o senso de preservação ambiental. Aos poucos, são reconhecidos pelos não-índios, que passam a perceber os povos indígenas fora dos estereótipos de seres desnudos e pintados. Primitivo é esse pensamento.

É fato que 30 anos atrás era bem mais difícil compreender a existência de índios no Ceará. Sempre existiram donos naturais das terras bem antes da colonização, mas, com a chegada dos europeus, a aculturação foi tanta que até mesmo entender-se índio era um desafio para grupos que hoje se definem de etnias indígenas. Sim, o Ceará é terra de índios. Eles estão espalhados pelo interior, desde a Região Metropolitana de Fortaleza. Entretanto, não espere povos vivendo em ocas, isolados, essa segmentação há muito deu lugar à integração. De acordo com o antropólogo Sérgio Brissac, modo de vestir ou de falar não é definidor da identidade indígena.

Estereótipos
"Sou índio" é uma afirmação que transcende os estereótipos. A comunidade Tapeba, em Caucaia, é um típico povoado de interior. O atraso ou a modernidade lá chegou na mesma velocidade com que povoados de não-índios. A diferença está na identificação com a ancestralidade. E nas últimas décadas, reconhecendo seus direitos indígenas, dezenas de grupos reacendem a chama de suas singularidades, suas expressões culturais mais tradicionais, sagradas. Os mais jovens entram na roda da luta desde pequenos - existem cerca de 40 escolas indígenas em 16 Municípios do Estado.

O artesanato é uma forma de chegar a outros lugares e dizerem "sim, nós existimos".

O reconhecimento, a demarcação e a homologação de terras indígenas cearenses é, para os índios, pretexto bom para o convite aos não-índios conferirem o que eles têm de melhor: a cultura. Quem vê, toca e sente, só chega a uma conclusão: "é, eles existem".

Fonte: Diário do Nordeste