terça-feira, 22 de novembro de 2011

Cearenses notáveis ganham documentários

Valorizando personalidades que ajudam a contar parte da recente história do Ceará, o Museu da Imagem e do Som realiza mostra de documentários e lança série de livros nesta semana


A história de um povo pode ser contada de várias maneiras. Uma das formas mais eficazes, desde tempos remotos, é ouvir os mais velhos narrarem suas experiências. Tal qual o vinho, os longevos fazem do tempo um aliado e, ainda que o olhar esteja cansado e a voz soe arrastada, contam a sabedoria adquirida ao longo do muito que já viveram e deixam uma enorme contribuição histórica para o presente e para as gerações vindouras. Reconhecendo essa importância, o Museu da Imagem e do Som (MIS) realiza a partir de hoje (22) a mostra de documentários do projeto “Memórias Centenárias Cearenses”. Na quinta-feira, o museu lança outro projeto de cunho semelhante, a série de livros “Histórias MIS”.

Nos dois projetos, personalidades cearenses que ajudaram a formar parte da cultura cearense relatam suas vidas em caráter documental. O “Memórias Centenárias Cearenses” reúne depoimentos de 10 cearenses notáveis. A ideia do projeto é criar um acervo audiovisual sobre a memória cultural do Estado, através da gravação em vídeo e registro fotográfico destas personalidades do universo da cultura erudita e popular do Ceará.

Já o “Histórias MIS” é uma série composta por quatro livros, contemplando entrevistas com 23 personagens, entre historiadores, filósofos, coreógrafos, poetas, escritores, pesquisadores, radialistas, jornalistas, cantores, atores e dramaturgos. Como testemunhas de vários acontecimentos importantes, essas pessoas constituem uma rica fonte histórica viva de grande parte do que aconteceu por estas terras nas últimas décadas.

“O “Memórias Centenárias” contempla o pessoal mais velho e o Histórias MIS é com personalidades um pouco mais jovens. As pessoas vão conversando e contando sua própria história”, explica o diretor do MIS, Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez. Segundo ele, a importância maior dos projetos é a oportunidade de conhecermos as diferentes histórias sob o ponto de vista de quem realmente as presenciou, sem intermediações. “O importante é que é o protagonista que está falando”, destaca.

As iniciativas têm caráter contínuo. Todos os anos o MIS realiza diversas pesquisas e entrevistas com profissionais de diferentes campos, para serem posteriormente disponibilizadas para o público em diferentes mídias. Nirez diz que um dos fatores que contribuem para a qualidade do material final é o fato de os entrevistadores serem também pessoas que conhecem o contexto de vida dos entrevistados. Por exemplo, a entrevista com o artista Nilo Firmeza, o Estrigas, foi conduzida pela socióloga e professora Kadma Marques. O poeta e pesquisador Sânzio de Azevedo entrevista o advogado e estudioso da música Sinésio Lustosa.

“Difícil foi encontrar alguém que conhecesse a área do Valdemar Caracas, porque ele fez um monte de coisa. Ajudou a fundar o Ferroviário, foi radialistas, vereador...” diz Nirez, com bom humor, sobre o senhor de 104 anos, que teve mais de dez profissões e é um dos símbolos do Ferroviário Atlético Clube. Nirez frisa que, além das entrevistas, outro aspecto importante é o material que essas pessoas reúnem, sobretudo muitas fotografias antigas, que contribuem para o enriquecimento do acervo que conta a história do Ceará através de imagens. (Marcos Robério, Especial para O POVO)

SERVIÇO

Lançamento do projeto Histórias MIS
O quê: série de quatro livros biográficos sobre personalidades cearenses
Quando: quinta-feira (24), às 10h
Onde: Museu da Imagem e do Som (Av. Barão de Studart, 410 – Meireles)
Outras info.: 3101 1202
Os livros poderão ser adquiridos gratuitamente no local

Programação

Exibição de documentários do projeto Memórias Centenárias Cearenses (início sempre às 18h30min, no auditório do MIS)

Hoje (22/11)
Adísia Sá
Antônio Alexandrino

24/11
Hugo Bianchi
José Cláudio de Oliveira

29/11
Vicente Hoslan
Nilo Firmeza

1/12
Orlys Vasconcelos
Sinésio Cabral

6/12
Valdelice Girão
Valdemar Caracas

Fonte: O Povo

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