quarta-feira, 6 de abril de 2011

Valorização da Literatura Cearense: uma questão de identidade.

Durante as aulas de Tópicos de literatura cearense surgiram vários questionamentos sobre a valorização dessa literatura nas escolas. Entre os questionamentos estavam: o que pode ser feito, na prática, para o fortalecimento do ensino e da aprendizagem da literatura cearense? Como despertar o entusiasmo pelo conhecimento e valorização de nossos escritores? Como descobrir os escritores de nossas comunidades?
 
Por mais impressionante que pareça a maioria dos cearenses não conhece a maioria dos escritores conterrâneos, isso se deve à desvalorização dos nossos autores, através da nossa formação escolar e falta de divulgação das obras, o que é ainda muito pequena.
 
A inclusão da disciplina de literatura cearense no currículo escolar é o principal instrumento para o fortalecimento da sua aprendizagem. Desta forma, os alunos conhecem os movimentos literários, os seus representantes, concomitante às suas obras.
 
O estudo da literatura nas escolas está focado nas literaturas portuguesa e brasileira, e os escritores cearenses mais mencionados são José de Alencar e Rachel de Queiroz. Mas, o estudo sobre os escritores cearenses ainda é muito pequeno.
 
Os movimentos literários cearenses, sequer são citados nas escolas. Como os alunos podem ter curiosidade sobre algo que não conhecem? A solução está na recuperação da história literária cearense, dos seus escritores, a maioria desconhecida pelos estudantes.
 
Devemos valorizá-los incluindo suas obras na sala de aula, debatendo sobre a sua escrita, ideologia, o momento histórico–social em que foram escritas. Após esse resgate inicial, outro ponto a ser observado é a identificação dos alunos com as obras utilizadas em sala de aula. A aprendizagem fica mais fácil quando reconhecemos os locais onde a história desenrola-se como ruas, praças, bairros. Ou personagens conhecidos do município, como padres, políticos etc.
 
Escritores do próprio município, ou da região são mais apropriados para que haja empatia maior dos alunos com a literatura cearense. Dessa maneira, a literatura funciona não apenas como mais uma disciplina do currículo, mas, como difusora e fortalecedora da cultura local.
 
Para que esta mudança aconteça é preciso unir os escritores existentes no município e região e utilizar suas obras nas aulas. A escola faria o resgate de obras já publicadas, e incentivaria os alunos a também produzirem textos. Essas ações contribuirão para que a literatura cearense tenha mais leitores e divulgadores e seja valorizada pelos próprios cearenses.
 
Rita de Cássia Santos e Silva-aluna do Curso de Letras da UVA.

Fonte: Correio da Semana

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