quinta-feira, 31 de março de 2011

O ceará e seus encantos

Quando falamos em Ceará temos que colocar em voga, literatura, musicalidade, artes plásticas, artesanato, turismo, belezas naturais e o tradicional humor cearense, conhecido em todo o Brasil. Ceará terra da luz cantada em provas e versos, a loira e desposada do sol, a terra de Iracema, a terra alencarina. O estado do Ceará é rico em diversos aspectos: no petróleo, na culinária, na agricultura, na piscicultura, nas belezas naturais, nas praias, lagoas, serras, na música, nas rendas, no humor, romarias religiosas e outros apetrechos culturais. Uma hospitalidade fora de série faz do povo cearense um dos mais divertidos da nação brasileira. Mesmo com a chegada do progresso e da modernidade o Ceará ainda tem praias afrodisíacas e nativas, bem como um rico folclore, um vasto sertão pronto para irrigação.

O boom do estado é o grande número de resortes e usinas eólicas localizadas em locais onde o vento é constante. O Ceará tem história começando pela miscigenação de colonizadores europeus, indígenas catequizados e aculturados, depois da grande resistência à colonização de mulatos e negros que viviam tanto como povos livres e escravos. O desempenho independente do Ceará começou com a sua separação do estado de Pernambuco no ano de 1789, e sua história foi destacada por movimentos e lutas armadas. Reluz a história que um navegador espanhol de nome Vicente Yáñez Pinzón atracou na enseada do Mucuripe, antes mesmo de Cabral e existe muita veracidade no assunto, visto que muitos historiadores já conhecem de co e salteado essa façanha. Primo do navegador Diego de Lepe, integrou a primeira Armada de Cristovão Colombo que descobriu a América em 1492, tendo comandado a caravela Niña, tripulada por vinte e quatro homens, que armou os seus gastos.

A sua embarcação foi incumbida de socorrer a nau Santa Maria, que encalhou em 25 de dezembro de 1492, na costa da ilha de São Domingos. De retorno a Espanha, em 1495, obteve licença dos soberanos para empreender novas expedições ao novo continente. Quatro anos depois, partiu com uma esquadra de quatro caravelas tendo sido considerado o primeiro navegador europeu a cruzar a linha do Equador na região das Américas, tendo descoberto várias ilhas naquela região. Nessa expedição, alcançou à costa do Brasil, tendo avistado um grande promontório, que chamou de Santa Maria da Consolação (sobre o qual atualmente os autores se dividem, considerando-o ou o cabo de Santo Agostinho litoral sul de Pernambuco) ou a ponta do Mucuripe, (na cidade de Fortaleza), do qual tomou posse para a Espanha em 26 de janeiro de 1500. Na ocasião, registrou-se um violento combate com os potiguares. Infletindo para o Norte, Pinzón atingiu em fevereiro a foz do rio Amazonas, a qual denominou de "mar Dulce", de onde prosseguiu para as Guianas e daí para o mar do Caribe.

Na costa do Brasil, Pinzón teria capturado trinta e seis indígenas. Pinzon pisou o solo cearense, antes mesmo de Cabral chegar a Porto Seguro, na Bahia. Não é verdade que o Brasil foi descoberto a 22 de abril de 1500, no Monte Pascoal, região do Trancoso na Bahia: o fato concreto é que o Navegador espanhol do Navio Nina, Vicente Pinzon, da Frota de Cristóvão Colombo, esteve aqui no Mucuripe muito antes de Cabral partir de Portugal, comandando uma flotilha composta por quatro caravelas. A descoberta não entrou nos registros oficiais em consequência das determinações do célebre Tratado de Tordesilhas que demarcava estas Terras como pertencentes a Coroa Portuguesa. E a Espanha não tinha interesses de entregar de bandeja um prato cheio desses como a descoberta de terra abaixo da linha do equador. Para eles era pecado mesmo, e capital!

O descobridor Vicente Pinzon chegou a batizar a Terra Nova com o nome de Santa Maria de La Consolación, a 2 de Fevereiro de 1500, correspondendo aqui ao dia de Nossa Senhora das Candeias; era praxe batizar as terras descobertas com o nome do santo do dia. Pouco depois, uma outra expedição espanhola, comandada por Diogo Lepe deixou nas Terras cearenses, no mesmo local onde esteve o comandante da Nau Nina, marco de sua passagem, de presente, uma grande cruz de madeira.

Portanto dois meses antes do Português Pedro Álvares Cabral descortinar o Monte Pascoal, a Ponta Grossa do Mucuripe, atual Castelo Encantado, já estava nos mapas náuticos da coroa espanhola. Os livros de história do Brasil são unânimes em informar que as terras atualmente pertencentes ao Ceará foram doadas, em 1535, a Antônio Cardoso de Barros, mas este não se interessou em colonizá-las e nem sequer chegou a visitar a capitania. Ironicamente, quando Barros decide vir à Capitania do Siará (como era conhecida à região correspondente aos seguintes lotes: Capitania do Rio Grande, Capitania do Ceará e a Capitania do Maranhão), em expedição organizada, o navio naufraga na costa de Alagoas (1556), culminando com sua morte. A primeira tentativa séria de colonização ocorre com Pero Coelho de Sousa, que lidera a primeira bandeira feita em 1603, demonstrando por isso certo interesse em colonizar o Ceará.

A história do Ceará é longa e cheia de nuances denotando, por conseguinte a bravura do povo em ter seu estado independente de outros estados brasileiros. As nuanças histórias aqui enumeradas também fazem parte do encanto cearense. O que se lamenta é que o forró de pé de serra, um estilo de música regionalíssima tenha sido desvirtuado pelo forró eletrônico, como se segue: "O forró eletrônico se populariza na década de 1990, e o Ceará começa a despontar, seguindo a tendência do litoral nordestino, como um grande polo de turismo no Brasil.". Ao longo dos anos 1990, com ações como o Programa de Saúde da Família (PSF), o Estado também realiza grandes avanços na redução da mortalidade infantil. A migração em direção a Fortaleza segue forte, tendo em vista o persistente atraso do interior em comparação com o forte crescimento da capital.

As noitadas em Fortaleza têm sido mais alegres e divertidas com a implantação de casas de shows na orla marítima compreendendo o perímetro Barra do Ceará até a praia do Futuro. No site cearácultural.com.br/ retiramos a seguinte informação:"O sertão do Ceará é vasto e rico pelo povo que ali habita". Sua religiosidade e sua penúria pelo castigo das muitas secas que, de tão causticantes, foram palco de muitos livros e filmes. Uma das obras mais importantes sobre a seca no sertão cearense é "O Quinze" da escritora cearense Raquel de Queiros. Na música encontramos "A Triste Partida" do poeta cearense Patativa do Assaré grande sucesso com Luiz Gonzaga. Nas épocas de seca é comum o êxodo rural (veja a figura ao lado). Famílias inteiras mudam-se para as cidades a procura de trabalho, pois no sertão quando da estiagem na época de inverno nada se tira: a plantação é perdida e o gado e outros animais morrem pela falta da água. Uma das grandes secas ocorridas no ceará destaca-se a de 1915 (que gerou o livro citado acima) quando muita gente morreu de fome e desnutrição. Grande foi o sofrimento do sertanejo naquele ano.

A região sertaneja, que representa 57% do território cearense, corresponde à área em que as médias pluviométricas situam-se entre 500 e 700 mm. O período seco tem duração de até 8 meses e a temperatura máxima registrada situa-se entre 32 e 33º C, caindo para 23ºC durante a noite. Por causa da baixa umidade (inferior a 70%), a sensação de calor é maior do que no litoral. Assim como no litoral existe a figura do "Jangadeiro", no sertão existe a figura típica do "Vaqueiro". Vestido com a sua roupa de couro para se proteger do mato quando da corrida atrás do boi pelas caatingas, ele é o patrimônio vivo dos sertões cearenses.

A religiosidade do Vaqueiro é explícita quando das festividades de Padre Cícero Romão Batista (Padim Ciço) que ocorrem todos os anos na cidade de Juazeiro do Norte. Padre Cícero foi a grande figura, tanto religiosa quanto política, de Juazeiro do Norte. Os Vaqueiros costumam fazer uma procissão da zona rural até a igreja onde está enterrado Padre Cícero. Como turismo, o sertão cearense é rico em trilhas e zonas de ecoturismos. O Ceará apesar de se localizar numa região árida seu povo é muito hospitaleiro, além das belezas naturais com praias, serras, lagoas, rios e açudes, o Ceará se destaca na música, na literatura, no humor, nas rendas com as famosas mulheres rendeiras, as emboladas, as bandas cabaçais, os cordéis, as trovas, poesias e figuras tipicamente cearenses domo o "seu Lunga", Patativa do Assaré, Padre Cícero, cego Aderaldo e muitos outros. São apenas alguns detalhes conotados aqui que fazem vislumbrar o nosso Ceará como a terra dos mil e um encantos. Pense nisso!


Antônio Paiva Rodrigues

Jornalista, Radialista,Gestor de Empresas(Administração), Bacharel em Segurança Pública, Acadêmico de Letras, Membro da ACI(Associação Cearense de Imprensa)e da Associação De Ouvintes de Rádio(AOUVIR/CE) espírita por convicção, gosto de escrever crônicas, poesias, contos, faço resenha de livros, comento, faço novelas de rádio e agora pretendo compor letras de música, gosto de leituras e escrevo uma média de três matérias diárias e já tenho mais de 1.000 publicadas.Lancei recentemente o livro;80 Anos da ACI(Associação Cearenses de Imprensa) e Detalhes sobre a História do Rádio no Ceará, Brasil e no Mundo.

Fonte: Artigonal

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