quinta-feira, 10 de março de 2011

Escritor tem obra premiada

FOTO: SILVANIA CLAUDINO
Rogerlando Gomes Cavalcante, natural da região do Sertão dos Inhamuns, lança nova obra de poesias

Independência. Um dos compositores do hino deste Município, Rogerlando Gomes Cavalcante, é conhecido na região e em outras paragens não somente como compositor. Ele faz charge, cordel, desenhos, pinturas e ensaios, entre outras modalidades artísticas. Não é de admirar o lançamento de mais um livro, partindo de alguém com tanta criatividade e dinamicidade. A sua obra de estreia foi "Chão Inaugural", em 2009. Agora, por meio de edital da Secretaria da Cultura (Secult) de 2010, publica o livro "A Máquina do Mundo", obra vencedora do I Prêmio Literário Autor Cearense (Prêmio Caetano Ximenes Aragão), categoria poesia. O lançamento ocorreu no último dia 26, na Escola Jerônimo Alves de Araújo, neste Município, localizado na região do Sertão dos Inhamuns.

Rogerlando é chamado e conhecido como "Pequeno". Nascido em Independência, assinala, com jocosidade e humor negro, que, embora sobrevivente de agruras (e agouros), sua vinda ao mundo foi um prenúncio que se deu sob o signo de dois bons augúrios: o nome do lugar onde nasceu e, também, o ano de seu nascimento.

Se o lugar de nascimento do poeta traz o sentido de livre no próprio nome, Independência, o primeiro bom augúrio o liga, segundo ele, ao significado do que ele tanto preza, embora pouco tenha: o de liberdade.

Segundo
E, o segundo prenúncio, o ano de seu nascimento, 1972, o vincula, por uma magia secreta do destino, a uma ocorrência literária histórica: a publicação, em 1572, de "Os Lusíadas", o épico do português Luís Vaz de Camões. "O que não significa comparação, paralelismo, equivalência ou o que o valha - entre mim e aquele que representa o mar, a nave e o farol das letras em língua portuguesa", ressalva o poeta independenciano.

A sua primeira obra, "Chão Inaugural", trata da casualidade dos acontecimentos, como o autor mesmo diz, "dos que me fizeram perder a marcha, os que levam o Brasil a ser o império, apenas futuro, nunca presente e a vida a ser tão inacreditável", e foi possível graças ao I Edital de Incentivo às Artes Para Pessoas com Deficiência, que propiciou a sua estreia literária.

De início rejeitou a iniciativa, depois aderiu. "É de minha natureza sentir um travo amargo quando sei de qualquer iniciativa voltada estritamente para ´pessoas com deficiência´. E foi o caso quando soube do I Edital de Incentivo às Artes para Pessoas com Deficiência. Se não rejeitei de imediato, me senti incomodado. Depois, contudo, pensei que o que iriam julgar não era minha deficiência - coisa para a Medicina! Avaliariam minha obra - e sua eficiência literária", relata o autor, na crônica "Incredulidade".

Em "A Máquina do Mundo", o autor trata do tempo que determina o fim de tudo: sentimentos, filosofias, poesia fazem parte desta máquina que finda e ao mesmo tempo recomeça. Sensibilidade de poeta.

Irregular
"Minha Máquina do Mundo é de um mundo irregular, mais que máquina, engrenagens da máquina: a infinitude do tempo determinando a finitude de tudo. Minha máquina não é do entendimento, é do desaparecimento. É então, da suscetibilidade e sucessão, se não altera, a tudo o tempo muda. E muda avançando... Minha máquina é minha luta, por dar voz, dando vazão ao que resiste em silenciar - o ser", define Rogerlando, ao apresentar a obra.

A "Máquina do Mundo" é dividida em "Engedrar", "Navegações", "Fabulações", "Mosca Drosophila", "Cá Indo no Abismo", "Sextilha" e "Sendo".

MAIS INFORMAÇÕES

Rogerlando Gomes- Av. 7 de setembro, 721, Independência
Telefone: (88) 9969.2729 ou no blog: http://www.rogerlando.com

Silvania Claudino
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste

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