sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Capitão Diogo Lopes de Araújo Costa


O Capitão Diogo Lopes de Araújo Costa nasceu a 08 de março de 1761, na fazenda Lagoa Grande, próximo a atual cidade de Bela Cruz; filho do Capitão-mor português José de Araújo Costa e de Dona Brites de Vasconcelos, uma das Sete Irmãs. Muito cedo teve interesse pelo estudo e freqüentou, com seus irmãos, as aulas de um dedicado mestre-escola, contratado por seu pai. Aos 17 anos de idade passa a residir e estudar em Fortaleza. Aos 28 anos, de volta a sua terra, passou a viver maritalmente com a senhorita Antônia Maria do Rosário, mesmo sem as bênçãos do matrimônio. Em seguida, adquiriu uma fazenda e instalou-se na localidade de Lagoa do Mato; ali construiu casa de morada, uma pequena fábrica de beneficiamento da mandioca, cacimba, curral para gado etc. Essas instalações foram montadas um pouco ao poente do “Alto da Lagoa do Mato”, à margem norte da mesma lagoa, distante cinco quilômetros do então povoado de Santa Cruz, anteriormente “Alto da Genoveva”.

Unindo-se a Maria do Rosário, dedicou-se aos trabalhos da agricultura e da pecuária, sem descurar dos estudos da medicina que era a sua vocação. A terra era fertilíssima. A leste corria o legendário Rio Acaraú, cujos terrenos marginais se prestam admiravelmente ao cultivo do feijão, batata doce e frutas diversas. As terras da mata eram aproveitadas para o cultivo da mandioca, milho, feijão e outros produtos da nossa lavoura, enquanto o rebanho aumentava, graças à abundante pastagem ali existente.

No ano de 1817, necessitando de mais terras, para o desenvolvimento da lavoura e da criação, requereu ao Governador da Capitania do Ceará, como data de sesmaria, umas sobras de terra, medindo três léguas de comprimento, e tendo por sede a fazenda Lagoa do Mato. Mencionado trato de terra limitava-se ao Norte, com terras da Timbaúba; ao Sul, com a mesma Lagoa do Mato; ao Nascente, com terras de São Francisco da Cruz; ao poente, com terras das Ilhargas do Castelhano. O requerimento em referência, após as tramitações legais, foi deferido, em data de 18 de junho do mesmo ano, pelo então Governador Cel. Manoel Inácio de Sampaio. Como documentação transcrevemos aqui o teor da petição e o Despacho do Governador da Capitania.

Como líder comunitário, Capitão Diogo Lopes sempre exerceu uma notável liderança política na população do Baixo Acaraú. E, como conseqüência, seu nome foi solicitado para ingressar em uma das agremiações partidárias em atividade, na época. O certo é que, no ano de 1789, não obstante Lagoa do Mato distar mais de cem quilômetros da então Vila de Sobral, chegou a ser eleito Vereador à Câmara Municipal daquele Município. E, como naquele tempo, a Vila de Sobral era uma espécie de Capital do Vale do Acaraú, ele como representante do povo, conseguiu numerosos benefícios para a comunidade.

Aliás, o gosto pela política, herdou de seu pai, Capitão-mor José de Araújo Costa, o qual, embora Português, natural de Santa Lúcia de Barcelos, teve posição destacada na política da Ribeira do Acaraú. Tanto que foi convidado especial para assistir às solenidades e assinar a Ata de instalação da Vila Distinta e Real de Sobral, a 5 de julho de 1773, quando foi nomeado Tesoureiro para os impostos do Porto de Acaraú, pelo Dr. Joaquim da Costa Carneiro e Sá, então Ouvidor e Corregedor da Comarca do Ceará, sendo também eleito Vereador à Câmara de Sobral em 1775.

Também, alguns de seus filhos, se integraram nos partidos políticos da época, e prestaram bons serviços à comunidade de Santa Cruz. Tanto é que, criado o município de Acaraú, e realizada a eleição para Vereadores ao poder legislativo municipal, quatro deles foram votados para a sua primeira Câmara – Simplício de Araújo Costa, com 1010 votos; Manoel de Araújo Costa, com 1008; João Bento de Araújo Costa, com 769 votos, e João de Araújo Costa, com 769 votos. Desta maneira, Símplício de Araújo Costa e Manoel de Araújo Costa foram eleitos, os outros dois ficaram na suplência, porém, posteriormente ocuparam o cargo, na ausência dos respectivos titulares.

Manoel de Araújo Costa, já no Posto de Capitão da Guarda Nacional, chegou a ser eleito Chefe do Poder Executivo de Acaraú. E Simplício de Araújo Costa, exerceu o mandato de Vereador em mais de uma legislatura, tendo ali marcante atuação.

Fonte: Bela Cruz-Biografia de um município
Vicente Freitas

Família Araújo Costa


Família Araújo Costa

A família Araújo Costa da ribeira do Acaraú provém de três irmãos portugueses Jose de Araujo Costa, Pedro de Araujo Costa, e Manuel de Araujo Sá, naturais do lugarejo rural chamado Estrufe, freguesia de Santa Lucrecia de Louro, distrito e arquidiocese de Braga, província do Minho.
Capela Santa Lucrecia de Louro-Portugal
Na época em que ali nasceram, a freguesia de Louro pertencia ao concelho de Barcelos, mas atualmente pertence ao de Vila Nova de Famalicão, que se tornou sede concelhia a partir de 1835.
Vila Nova Famalicão-Praca D. Maria-II-Portugal
Os três irmãos minhotos emigraram para a ribeira do Acaraú, sendo que Jose estabeleceu-se na Fazenda Lagoa Grande, perto da atual cidade de Bela-Cruz; Pedro de Araujo Costa fixou residência na Fazenda Morrinhos, no atual município cearense de igual nome; e Manoel, na fazenda Boa-Vista, durante o quarto decênio do século XVIII. Deles descende numerosa prole do Vale do Acaraú que, através de sucessivos casamentos endogamicos, constitui a família Araujo Costa e, posteriormente, Araujo ou Costa, com os sobrenomes separados.

Em suas raízes portuguesas, Araújo provém da ascendência paterna e Costa, da ascendência materna dos três irmãos emigrados.

O pai, Pedro de Araujo, e natural do lugar Camposinhos, freguesia de Viatodos, Concelho de Barcelos, e a mãe, Maria da Costa de Sá, e natural do lugar Estrufe, freguesia de Louro, concelho de Vila Nova de Famalicão, conforme comprova-se pelos dados dos registros de casa-mento e batismo que adiante serão transcritos.

Também os avós paternos, Domingos de Araujo e Maria da Costa, são originários da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Viatodos (Barcelos) e os maternos, Domingos da Costa e Ângela de Sá, naturais da freguesia de Santa Lucrecia de Louro (Vila Nova da Famalicão). As duas freguesias são vizinhas, separadas pelo rio Este que desce de Espanha e banha a cidade de Braga. Ali também, as famílias Araujo, Costa e Sá entrelaçaram-se em numerosos matrimônios endogami¬cos, como pude pessoalmente verificar nos registros de assentos paroquiais que manuseei no Arquivo Distrital de Braga.

E importante observar que dentre os primeiros sesmeiros que obtiveram terras no Vale do Baixo Acarau, muitos tiveram sobrenome dessas famílias, cujos nomes completos passo a relacionar em ordem cronológica da doação de sesmarias: Leonardo de Sá (1706), Maria de Sá, mulher de Felix da Cunha Linhares (1707), Paulo Lopes da Costa (1708), Antonio Marques da Costa (1717), Custódio da Costa Araujo (1717), Domingos da Costa Araujo (1721), Francisco Peixoto de Araujo (1721).

Por outro lado, entre os mais remotos possuidores de terra, não sesmeiros, constam os mesmos sobrenomes: Ventura de Araujo Costa, Jose da Costa de Sá e Luis de Sá Costa. De todos os que encontrei com descendência registrada em documentos locais, fiz referencia no 1.° volume da «Cronologia Sobralense», com atenção especial para Jose da Costa e Sá (pag. 156), natural também de Santa Lucrecia de Louro, cuja filha Luisa da Costa casou-se com o Cap. Manuel da Cunha Linhares, de quem trato neste livro no capitulo sobre os Linhares. Era tio dos três irmãos Araujo. Como é sabido que foi ele o primeiro proprietário da Fazenda Morrinhos, infere-se que os três irmãos, seus sobrinhos, vieram para o Brasil a seu convite ou atraídos pelas noticias de suas boas condições econômicas, como atesta o inventário feito em 1746.

Do matrimonio de Pedro de Araujo e Maria da Costa e Sá, cujo texto ficou acima transcrito, nasceram nove filhos, dos quais, com exceção de Pedro e Manuel, encontrei os registros de batismo no supracitado livro da freguesia de Louro:

1º Gonçalo. Nasceu a 9 de dezembro de 1714.

2º Francisco. Nasceu a 20 de agosto de 1716. Faleceu em tenra idade.

3º Maria. Nasceu a 4 de março de 1718. Foram padrinhos de batismo de Domingos de Araujo, de Camposinhos, da freguesia de Viatodos e Antonia Martins, mulher de Antonio Gonçalves, da Nine Grande, freguesia de Viatodos.

4º Benta. Nasceu a 4 de novembro de 1719. Foram padrinhos Domingos, filho de Domingos de Araujo, de Camposinhos, freguesia de Viatodos, e Benta, filha de Domingos da Costa, de Estrufe.

5º Helena. Nasceu a 15 de abril de 1721. Foram padrinhos Matias de Araujo, filho de Domingos de Araujo, e Maria da Costa, da freguesia de Viatodos.

6º Jose. Nasceu a 30 de junho de 1724 a termo de batismo vai transcrito adiante.

7º Francisco. Nasceu a 10 de fevereiro de 1728.

8º Pedro e Manoel, cujo termos de batismos não foram por mim localizados. Talvez batizados em alguma das muitas freguesias vizinhas.

Todos os assentos de batismo encontram-se registrados no «Livro Misto n.o4, freguesia de Santa Lucrecia de Louro», guardado no Arquivo Distrital de Braga. Informei acima apenas as datas de nascimento e os nomes dos padrinhos, que denotaram parentesco com os afilhados, para fins de pesquisas ulteriores.
Três desses irmãos emigraram ainda solteiros para a Ribeira do Acarau, quando estavam na faixa dos vinte anos, portanto durante o inicio da década de 1740. Por essa época, já se encontrava na região o Cel. Jose da Costa e Sá, de quem os três irmãos eram sobrinhos maternos. Referido coronel, cujos passos procurei seguir em documentos coevos, conseguiu obter três datas de sesmarias: Uma nos riachos Taboca e Inhuçu,Serra da Ibiapaba, medindo 3x1 léguas, a 23 de dezembro de 1723; outra, no riacho das Almas, afluente do Aracatimirim, medindo 6 léguas, a 29 de setembro de 1733 a terceira, no rio Aracatimirim acima, medindo 3x1 léguas, a 11 de dezembro de 1733 Nos requerimentos que fez, o Coronel diz-se morador na Ribeira do Acaraú, embora peça sesmarias no Aracatimirim e na Ibiapaba.

Sei mais que foi casado em Pernambuco com Josefa Maria de Jesus e faleceu em viagem a Pernambuco, como consta de seu inventario, feito a 25 de setembro de 1746 no Sitio Boa Vista, ribeira do Acarau, onde residia a viúva. O casal teve a filha Luzia da Costa, que se casou com o Cap. Manoel da Cunha 'Linhares, e ainda Josefa e Ana. O Cel. Jose da Costa de Sá, e natural de Santa Lucrecia do Louro. Seu genro Manuel da Cunha Linhares e natural de Linhares, filho de Pedro Jose da Cunha e Maria da Cunha Araujo Dele falamos mais adiante.

Na descrição dos bens de raiz, do Cap. José da Costa e Sá constam uma légua de terra na Fazenda Boa Vista, cujo vaqueiro era Manuel Rodrigues; uma légua de terra no Morrinhos, cujo curador e criador era João da Silva Dutra e vaqueiro, Pedro de Araújo Costa, seu sobrinho; uma légua de terra no Morro Grande, cujo criador era Antônio Diniz Penha.

Destas informações infere-se que os três irmãos, seus sobrinhos, vieram de Portugal com a intenção de partilhar dessas terras do tio abastado. 0 capitão Jose de Araújo Costa foi inventariante no inventário do tio.

Capitão José de Araújo Costa

Dos três irmãos que imigraram para a ribeira do Acaraú, foi o que deixou maior descendência e maior cabedal de bens de fortuna. É o tronco mais prolífero da familia Araújo.

Nasceu, a 30 de junho de 1724, em Estrufe, lugarejo rural da freguesia de Louro, então do concelho de Barcelos e hoje do de Vila Nova de Famalicão. Foi batizado, com nove dias de nascido, conforme atesta o documento que passou a transcrever:

«Joseph, filho de Pedro de Araújo e de sua mulher Maria de Sá, de Estrufe desta freguesia, nasceu em os trinta de junho de mil setecentos e vinte e quatro e foi solenemente por mim batizado em ausência do Reverendo Abade em as nove de julho do dito ano. Foram padrinhos Manoel Gomes, de Vila Nova de Famalicão, e Angella de Campos, mulher de Dionísio Costa, de Estrufe desta freguesia o Pe. Antônio da Silva». (Livro Misto, nº 4, FI. 74).

José passou a infância e os anos da adolescência no convívio doméstico da aldeia de Estrufe, no fértil Vale do Louro, banhado pelo rio Este, que muitas vezes tinha que atravessar para visitar os avós residentes na outra margem.
Ali aprendeu a trabalhar no cultivo da terra e os rudimentos do ensino de então, que consistia em «ler, escrever, contar e a doutrina cristã".
As cartas, endereçada aos familiares que o tio José da Costa de Sá, enviava do Brasil com as boas noticias de prosperidade econômica, eram comentadas em casa, pelo que ele e seus irmãos sentiam-se incentivados, pela imaginação, a seguir os mesmos caminhos.

Após atingir a maioridade, os três irmãos resolveram juntar algum dinheiro e no porto vizinho de Vila do Conde embarcaram em um dos patachos que freqüentemente dali zarparam rumo a Pernambuco, em longa viagem.

Do porto do Recife ao Acaraú, e vice-versa, não faltavam sumacas especialmente nessa época de início do efervescente comércio das charqueadas. Foi em um destes paquetes, que eles chegaram às praias acarauenses. O restante da viagem, daí até a Fazenda Boa Vista do tio Cel. José da Costa de Sá, foi rematada a cavalo.

Pouco tempo depois, com o falecimento do tio em 1745, cada um dos sobrinhos procurou viver por conta própria. José de Araújo Costa obteve a fazenda Lagoa Grande, comprada ao casal Sebastião de Sá e Oliveira e sua mulher Maria Teresa de Jesus, medindo 1x1 légua, às margens do rio Acaraú até confrontar, ao poente, com terras da capela de Santa Cruz.

Igreja de Bela Cruz-Ce

Homem trabalhador, em pouco tempo conseguiu razoável fortuna, tratando logo de contrair matrimônio. Escolheu por noiva a jovem Brites de Vasconcelos, nascida em 1724 em Igaraçu, Pernambuco, filha do Capitão Manoel Vaz Carrasco de Sá, seus vizinhos.

A cerimônia religiosa foi realizada, a 31 de julho de 1747, na própria Lagoa Grande, conforme verifica-se do assento que se encontra no livro do Curato do Acaraú, guardado no Arquivo da Diocese de Sobral.

Deste matrimônio houve onze filhos, a saber:

1-Alferes Anselmo de Araújo Costa, c.c Francisca dos Santos Xavier, natural do Recife, filha de Manoel Gomes Diniz e Josefa Maria dos Santos, a 30 de maio de 1769. Faleceu a 13 de setembro de 1795. Esta Josefa Maria dos Santos, sogra de Anselmo, é irmã inteira de Pe. Antônio Pereira Porto e irmã, por parte de mãe, do Pe. Francisco Vaz Leite, que foi vigário de São Gonçalo da Serra dos Cocos e faleceu em Sobral a 4 de setembro de 1775 Josefa Maria, tendo viuvado de Manoel Gomes Diniz, casou-se com o alferes Geraldo Gonçalves Moreira.

2-Maria Madalena de Sá. c.c Inácio Bezerra de Menezes, filho de Gonçalo João Coimbra e Cosma de Melo Moura, a 17 de abril de 1774. Inácio faleceu a 21 de janeiro de 1781.

3-Francisca de Araújo Costa, c.c Capitão-mor Inácio Gomes Parente, portugês natural de São Martinho de Mouros, Lamego, filho de Manoel Gomes e Catarina Lopes, a 24 de novembro de 1777. Francisca faleceu a 8 de abril de 1826. O viúvo Inácio casou-se, segunda vez, com Maria Joaquina das Silva, a 19 de agosto de 1830 e faleceu a 13 de abril de 1838, com 96 anos de idade.

4- Ana Maria de Jesus, c.c o alferes João de Sousa Uchoa, filho de Luis de Sousa Xerez e Ana Teresa de Albuquerque, de Olinda, a 15 de agosto de 1771. Faleceu a 5 de agosto de 1792. O viúvo João de Sousa casou-se, segunda vez, com Ana Sebastiana de Almeida, filha de Inácio Leite Meireles e Inácia de Almeida.

5-Anastácia de Sá Araújo, c.c o português João Francisco Perfeito, filho de Manoel Francisco Perfeito e Ana Luisa dos Santos, a 3 de fevereiro de 1789. Sem sucessão, João Francisco faleceu a 12 de setembro de 1806, com 36 anos.

6-Antônia Maria da Purificação, c.c Paulo Joaquim de Medeiros, filho de Domingos Álvares de Magalhães e Clara da Silva Medeiros, a 14 de fevereiro de 1778. Paulo Joaquim faleceu a 31 de julho de 1794. Deixou cinco filhos menores.

7-Maria da Encarnação, nascida a 30 de janeiro de 1760, c.c Bernardo Pereira de Carvalho, filho de Tomás da Silva Porto e Nicácia Alves Pereira, a 14 de novembro de 1777.

8- Cap. Diogo Lopes de Araújo Costa, nascido a 8 de março de 1761. Viveu maritalmente com três mulheres sucessivas: Antônia Maria do Rosário Maria Rodrigues de Sousa e Maria Egipicíaca da Fonseca. Com esta última parece que realizou matrimônio de consciência pois ela consta do inventário como herdeira meeira. O Capitão Diogo Lopes faleceu a 18 de setembro de 1838.


9- Rita Teresa de Jesus, nascida a 21 de janeiro de 1764, c.c José Álvares Linhares, filho de Antônio Álvares Linhares e Inês Madeira de Vasconcelos, a 8 de julho de 1781. Residiam no Mumbaba, Massapê. José Álvares faleceu a 16 de outubro de 1800 e Rita, a 19 de junho de 1828.

10-Maria Quitéria de Araújo, nascida em 1765, c.c Narcisio Lopes de Aguiar, filho de Nicácio Aguiar Silva e Micaela da Silva Medeiros, a 25 de janeiro de 1796. Narcísio faleceu a 18 de fevereiro de 1840.

11-Francisco Xavier Sales Araújo, nascido a 13 de dezembro de 1768, c.c Francisca Alves Feitosa, filha de Luis Vieira de Sousa e Ana Alves Feitosa, na freguesia de S. Gonçalo da Serra dos Cocos. Sobre sua descendência, cfr. “Tratado Genealógico da Familia Feitosa”, de Leonardo Feitosa, Fortaleza, IOCE, 1985, p. 258 e 266.

As oito filhas de José de Araújo Costa casaram com rapazes oriundos das mais ilustres famílias da região, enquanto os três filhos consociaram-se com moças mais modestas e alienígenas.

Especial é o caso do Capitão Diogo Lopes de Araújo Costa, o tronco mais prolífero, que legitimou, em seu inventário, 16 filhos nascidos de três mulheres solteiras: Antônia Maria do Rosário, Maria Rodrigues de Sousa e Maria Egipicíaca da Fonseca. Com esta última, conhecida popularmente pela corruptela se Sicíaca, contraiu matrimônio de consciência após haver cegado, pois no mesmo inventário ela costa como herdeira meeira, o que não seria possível sem a cerimônia oficial, embora sigilosa. Sobre a vida lendária e aventureira desse capitão, pode-se ler o livro “Capitão Diogo Lopes”, de autoria de Nicodemos Araújo, publicado em 1978 pela Imprensa Universitária da UFC.

No livro de assentos batismais da freguesia de Sobral, nº 19, referente aos anos de 1822 a 1825, fl. 53, há registro do batismo de Vicente, “filho de Diogo Lopes Araújo e Maria Egipícíaca da Fonseca” e nascimento em fevereiro de 1822. Em datas anteriores, aparecem registros de batismo de outros filhos de Maria Sicíaca, com o nome do pai e com a expressa consignação de “filho natural”. Como vários destes filhos não constam da relação do inventário, conclui-se que os dezesseis legitimados
 Foram tão somente os que sobreviveram, havendo quase outros tantos que faleceram em tenra idade.

Com o passar dos anos, José de Araújo Costa foi adquirido muitos bens de raiz e boa projeção social, tendo obtido a patente de Capitão do Terço de Auxiliar das Marinhas da Ribeira do Acaraú.

A 5 de julho de 1773, festa da instalação da Vila de Sobral, aí se encontra e assina a ata oficial daquele evento na Barra do Acaraú. A 1º de agosto de 1775, na sessão da Câmara de Sobral, é eleito vereador, mas não compareceu à posse realizada a 1 de janeiro doa no seguinte. Tendo renunciado da função sob a alegativa de enfermidade, em seu lugar foi escolhido Polinardo Caetano César de Ataíde, na eleição de barrete do dia 1º de junho.

Com o nascimento e crescimento dos netos, o capitão foi pouco a pouco dedicando-se mais aos cuidados familiares de avô afetuoso, entregando os misteres de suas muitas ao zelo direto dos filhos.

A morte prematura de seu genro Inácio Bezerra de Menezes, ocorrida á 21 de janeiro de 1781, deixando sua filha mais velha Maria Madalena em estado de viuvez recolhida à casa paterna, abateu-lhe profundo mente,o ânimo.

A 28 de julho de 1790, novo golpe veio a sofrer com o falecimento da jovem e bonita Inácia, de 18 anos, pois nasceu a 15 de julho de 1772, filha de sua filha Ana Maria, mulher de João de Sousa Uchoa, sepultada na capela de Santana.  Ele próprio, entre lágrimas de saudade, acompanhou o cadáver da neta em demorada e dolorosa viagem a cavalo. No ano seguinte, era ele próprio que morria, aos 67 anos de idade. Faleceu na noite de 3 a 4 de agosto de 1791, reconfortado com os sacramentos da Igreja e sem ter tido tempo para escrever testamento. Seu corpo foi sepultado no chão da capela de Santa Cruz, onde está a esperar pela ressurreição. Exatamente um ano depois, a 5 de agosto de 1792, falecia sua filha Ana Maria, mãe da bondosa e bonita Inácia, cujo desaparecimento abalou tanto a saúde do avô e da mãe.

A viúva Brites de Vasconcelos, então com 67 anos, não suportando o ambiente tristonho da fazenda Lagoa Grande, transferiu definitivamente residência para o Sítio São José, de sua propriedade, sobra a serra da Meruoca, onde no ano seguinte assistiu à feitura do inventário do esposo e ali permaneceu até à morte, ocorrida a 10 de fevereiro de 1814, quando atingira os noventa anos de existência heróica e cristãmente vivida. Seu corpo foi inumado no solo da Matriz de Sobral, onde também aguarda a graça da ressurreição.

PEDRO DE ARAÚJO COSTA

Segundo dos três irmãos, Pedro de Araújo Costa fixou residência na fazenda Morrinhos, antiga propriedade de seu tio José da Costa e Sá.
Igreja Morrinhos-Ce

Casou-se, em 1780, com Maria José de Jesus, filha de Quintiliano Dias Leitão e Bibiana Ferreira. Esta é filha de Manoel Ferreira Fonteles, (Adão do Vale do Acaraú, de quem trata um dos capítulos deste livro.

Do matrimônio de Pedro de Araújo Costa e Maria José de Jesus, nasceram os seguintes filhos:

1 - Joaquim de Araújo Costa, c.c. Joana Maria do Nascimento, filha de Antonio Soares Bulcão e Teodora Inácia de Menezes, a 20 de setembro de 1805. O casal passou a residir na fazenda Sabuba. Joaquim é trisavô paterno do autor deste livro e faleceu a 6 de agosto de 1863.

2 - Francisco de Araújo Costa, c.c. Rita Madeira de Vasconcelos, filha de Joaquim Reis Gomes e Antonia Maria do Espírito Santo, a 6 de agosto de 1811.

Tendo viuvado, Rita Madeira casou-se, segunda vez, com Antonio Januário Unhares, filho de Francisco Antonio Unhares e Maria Manuela da Conceição, a 20 de novembro de 1820.

3 - Emerência de Araújo, c.c. o português Domingos Dias Silva, filho de Cosme Gomes e Maria do Rosário, a 31 de janeiro de 1808, na capela de Almofala, na presença do Pe. Francisco Moreira de Sousa.

4 - Francisca de Araújo Costa, c.c. José da Silveira Outra, filho de João da Silveira Outra e sua segunda mulher Maria da Conceição Araújo, a 20 de novembro de 1814, na Matriz de Sobra!.
Terceiro dos três irmãos Araújo Costa, residia na fazenda Boa Vista, onde casou-se, a 6 de maio de 1753, com Ana Maria, filha de Jerônimo Fernandes Jorge e Mariana Barbosa Álvares. Não consta ter deixado descendência na região.

A familia Araújo Costa, de que vimos falando até agora, descende dos irmãos acima descritos e é natural da freguesia portuguesa de Louro, concelho de Vila Nova de Famalicão. Não deve ser confundida com outra familia, a dos Costa Araújos, descendentes do Tenente-coronel Custódio da Costa Araújo, português natural da freguesia de São João de Rei, do concelho de Póvoa de Lanhoso, onde nasceu em 1699. Emigrou para o Brasil e se fixou em Olinda, onde casou-se com Teresa de Jesus Maria.

Este casal teve um filho homônimo, Capitão da Costa Araújo, que migrou de Pernambuco para a ribeira do Acaraú, tendo casado na Matriz Caiçara (Sobral),a 6 de novembro de 1760, com Cosma Damiana do Espírito Santo, filha de Manuel Carneiro Rios e Maria do Livramento.

Deste casal, por sua vez,nasceu um outro Custódio,terceira do nome que para diferençar do pai e do avô homônimos, chamou-se Capitão Custódio de Araujo Costa, com os sobrenomes trocados. Este casou-se com Bárbara Maria da Soledade, filha de Domingos Rodrigues Lima

Maria da Soledade Araujo,e dele tratei-na «Cronologia Sobralense», vol. 2°., pág.41

Há muitos outros descentes dessa família que tomaram nome de custódio, de tal modo que chegou a ser sobrenome, mas também difere dos Custódios de Azevedo, do Aprazível, que são originários da freguesia portuguesa de Barqueiros, concelho de Barcelos.

Fonte: Raizes Portuguesas do Vale do Acaraú-Pe Sadoc de Araújo


Familia Araújo Costa

Descende de José de Araújo Costa, português de Santa Lúcia de Barcelos, e de dona Brites de Vasconcelos – uma das sete irmãs. Esse casal se instalou em Lagoa Grande; contraiu matrimônio a 31 de julho de 1747. E registra “Cronologia sobralense”, do historiador F. Sadoc de Araújo que “quais sete colinas romanas, foram as 7 irmãs o terreno fecundo em que se assentaram os alicerces sangüíneos da civilização nobre e cristã desta pequena porção da gleba cearense”, que é a Ribeira do Acaraú. Pois bem: a família Araújo chegou ao povoado de Santa Cruz, através do Capitão Diogo Lopes de Araújo Costa, o qual, embora morasse no sítio Lagoa do Mato, era um dos próceres da comunidade, onde atuava também como Capitão de ordenanças, cuja carta patente foi passada em Fortaleza, a 18 de junho de 1817, pelo então Presidente da Província do Ceará, dr. Manoel Inácio de Sampaio. Segundo informa Antônio Bezerra, o Capitão Diogo Lopes “teve 35 filhos, dos quais sobreviveram 20, que constituem a família Araújo, uma das mais numerosas do Município". Pág 26 e 27

Fonte: Bela Cruz-Biografia de um município
Vicente Freitas

As sete irmãs

Pode-se afirmar que grande parte das famílias sobralenses descende das Sete Irmãs.
Brites de Vasconcelos que foi trineta do nobre holandês Arnaud de Holanda e de sua mulher Brites Mendes de Gois e Vasconcelos, casou-se com Francisco Vaz Carrasco e deste casamento nasceu Manuel Vaz Carrasco que casou-se em Goiana com Luzia de Sousa, aproximadamente em 1705.

Manuel Vaz Carrasco ficou viúvo e mudou-se para a Ribeira do Acarau, casando-se em segundas núpcias e faleceu em Granja, local onde se acham sepultados ele e a sua segunda esposa.
Manuel Vaz Carrasco é conhecido como o Pai das Sete Irmãs e dele descendem várias famílias em Acaraú,Bela Cruz, Sobral, Santana do Acaraú, Palma, Santa Quitéria, Granja, Ipú,Tamboril e outras cidades. Casou-se Manuel Vaz Carrasco duas vezes, conforme já vimos.

Do seu primeiro matrimônio nasceram : Manuel Vaz da Silva, Maria de Gois de Silva e Sebastiana de Vasconcelos.

Ao falecer a sua primeira esposa, Manuel Vaz Carrasco casou-se com Maria Madalena de Sá e Oliveira, que era viúva e filha de Nicácio de Aguiar de Oliveira, de origem espanhola, e de sua mulher Madalena de Sá.

Deste segundo casamento nasceram: Nicácio de Aguiar de Oliveira (Neto), Maria Madalena de Sá e Oliveira (Filha), Inês Madeira de Vasconcelos, Rosa de Sá e Oliveira, Brites de Vasconcelos (Neta), Sebastiana de Sá e Oliveira e Ana Maria de Vasconcelos. Na realidade seriam oito irmãs, e não sete, de acordo com o que escreveu o genealogista Jarbas Cavalcante de Aragão em seu livro " Os Ximenes de Aragão no Ceará ".
Em sua excelente Obra intitulada CRONOLOGIA SOBRALENSE, vol. 1, pág. 32, Pe. Francisco Sadoc de Araújo escreve: "A família Carrasco é de bom sangue e possui brazão de armas do século XVII, sinal de nobreza e alta linhagem. As bases genéticas de grande parte da população branca da Ribeira do Acaraú, através dos Carrasco, tem ligação direta com a nobreza da Holanda, Portugal e Espanha. Quais sete colinas romanas, foram as Sete Irmãs o terreno fecundo em que se assentaram os alicerces sanguíneos da civilização nobre e cristã desta pequena porção da gleba cearense."
Realmente, se analisarmos melhor a afirmação acima, podemos concluir o quanto Pe. Sadoc foi feliz ao fazê-la.

De Maria Madalena de Sá (3a das Sete Irmãs) descendem os Ferreira da Ponte pois Maria Madalena casou-se com Francisco Ferreira da Ponte, falecido a 1o de novembro de 1758 com 61 anos de idade e que era filho do primeiro matrimônio de Gonçalo Ferreira da Ponte(Cachaço) com Maria de Barros Coutinho.

De Inês Madeira de Vasconcelos (4a das irmãs), descendem os Saboia, os Linhares e os Figueira de Melo (ramo sobralense da família).

De Rosa de Sá e Oliveira (5a das Sete Irmãs) provêm os Xerez, haja vista que Rosa foi casada com o Capitão José de Xerez da Furna Uchoa.

De Brites de Vasconcelos (6a das Sete Irmãs), falecida em 1814 com 90 anos de idade e que foi casada com José de Araújo Costa a 31/07/1747, descendem os Gomes Parente pois sua filha Francisca de Araújo Costa casou-se a 24/11/1777 com o Capitão Inácio Gomes Parente, nascido em Lamego, Portugal, no ano de 1742 e falecido em Sobral a 12/04/1838.

De Ana Maria de Vasconcelos, que casou com Miguel do Prado Leão a 01/11/1753, descende a família Prado de Sobral e Granja.

Como se pode constatar facilmente, a maioria dos sobralenses descende da Sete Irmãs e tiveram, portanto, um ancestral comum.

Existem outras famílias tradicionais de Sobral que, por outro lado, não descendem diretamente das Sete Irmãs, como é o caso dos Paula Pessoa cujo patriarca veio de Portugal e casou-se com uma Pinto de Mesquita, cujas origens estão em Santa Quitéria; os Figueiredo, que descendem do pernambucano José Antônio de Figueiredo e que foi casado com Antonia Geracina, filha do Senador Paula e outras.

Fonte: A Família Ferreira da Ponte
Daniel Caetano Figueiredo

Origem da Família Lopes Araújo (Silveira)

Para documentar a origem genealógica dos LOPES ARAUJO, de Lagoa do Mato, transcrevemos, a seguir, trechos de CRONOLOGIA SOBRALENSE e de OS LINHARES, obras de elevada importância, no gênero, escritas pelos eminentes linhagistas Cônego Francisco Sadoc de Araujo e Mário Linhares, respectivamente:

1673 - Nasce em Ipojuca, Pernambuco, Manoel Vaz Carrasco e Silva, primogênito do casal Francisco Vaz. Carrasco e Inês de Vasconcelos, tronco de inumerável descendência e em toda a Ribeira do Acaraú. Emigrou para o Ceara, fixando residência na Fazenda Lagoa Seca, perto do local onde hoje se encontra a cidade de Bela Cruz.

Manoel Vaz Carrasco e Silva e o pai das célebres Sete Irmãs, de cuja fecundidade maternal provém grande parte da família sobralense, como aliás de toda a Ribeira do Acarau.

Em sua excelente Obra intitulada CRONOLOGIA SOBRALENSE, vol. 1, pág. 32, Pe. Francisco Sadoc de Araújo escreve: "A família Carrasco é de bom sangue e possui brazão de armas do século XVII, sinal de nobreza e alta linhagem. As bases genéticas de grande parte da população branca da Ribeira do Acaraú, através dos Carrascos, tem ligação direta com a nobreza da Holanda, Portugal e Espanha. Quais sete colinas romanas, foram as Sete Irmãs o terreno fecundo em que se assentaram os alicerces sanguíneos da civilização nobre e cristã desta pequena porção da gleba cearense."

Pela importância genealógica das Sete Irmãs, transcrevemos aqui o que delas podemos colher, em longas pesquisas, nos textos originais de registros religiosos do Curato da Ribeira do Acaraú, bem como em outras fontes de segunda mão.
Manoel Vaz Carrasco casou-se duas vezes, nascendo-lhe três filhos do primeiro matrimônio e sete do segundo.

Do primeiro matrimônio de Manoel Vaz Carrasco com Luzia de Sousa, filha de Sebastião de Vasconcelos e Inês de Sousa, nasceram os seguintes filhos:

1. MANOEL VAZ DA SILVA, nascido em 1713, casou-se em primeiras núpcias, com Maria Bezerra Montenegro. Sobre o segundo casamento sabemos apenas que foi com "uma sobrinha do Padre Gonçalo, senhor do Engenho de Mussupy", conforme reporta Vitoriano Borges da Fonseca na "Nobiliarquia Pernambucana".

2. MARIA DE GOES VASCONCELOS C. c. Nicácio Aguiar de Oliveira, filho de Nicácio Aguiar de Oliveira e Madalena de Sá. Nicácio, seu marido, faleceu a 3 de novembro de 1761, com 65 anos, "pobre que vivia de esmola" e foi sepultado na Capela de Santa Cruz, segundo atesta o registro de óbito.

3.SEBASTIANA DE VASCONCELOS C.C. João da Soledade, também chamado João Dias Ximenes de Galegos, filho de Domingos de Santiago Montenegro e Lourença de Aguiar Dias Ximenes". (CRONOLOGIA SOBRALENSE,I V., pags. 32/33)

Do 2º matrimônio de M. Vaz Carrasco com Maria Madalena da á Oliveira nasceram:

- NICÁCIO AGUIAR OLIVEIRA, que se casou, na freguezia de Granja, com D. Micaela da Silva, filha de Tomaz e de sua mulher, D. Nicácia Alves Porto, donde vem a família Porto de Granja.

- D. MARIA MADALENA DE SÁ OLIVEIRA, que se casou no sertão do Acaraú com Francisco Ferreira da Ponte, que foi Coronel do Regimento de Cavalaria desta Ribeira. Era filho de Gonçalo Ferreira da Ponte e de sua mulher, D. Maria de Barros. Dai procedem os Ferreira da Ponte.

- D. INEZ MADEIRA DE VASCONCELOS, que se casou com o Sargento-mor Antônio Alves Linhares, filho do Capitão Dionísio Alves Linhares e de D. Rufina Alves Linhares. Dionísio era natural do Rio Grande do Norte, Cavalheiro da Ordem de Cristo e por todos considerado de muito boa nobreza, o que confirma a sua patente de Capitão-mor, registrada no livro das Miscelâneas da Ouvidoria Geral de Pernambuco, e descendente de uma nobilíssima família portuguesa. Dai os Linhares.

- D. ROSA DE SA E OLIVEIRA, que se casou com seu parente Capitão-mor José de Xerez Furna Uchoa, autor da Genealogia da família Rolanda Cavalcante e da qual descendem multas outras famílias.

- D. BRITES DE VASCONCELOS, que se casou, em 31 de julho de. 1747, com o capitão-mor José de Araújo Costa que residia na Ribeira do Acaraú, natural de Santa Lucrécia de Barcelos, Arcebispado de Praga, em Portugal, filho de Pedro de Araujo e de D. Maria de Sá.

Desse matrimônio nasceram:

1º Anselmo de Araújo Costa, que deixou descendência;

2º Diogo Lopes de Araújo Costa, homem notável pela sua perspicácia médica: dizem as tradições que ele via através das cores branca, encarnada, preta e azul. Dele se contam curas admiráveis; era um verdadeiro discípulo de Hipócrates;

3º Francisco Xavier de Sales, que viveu na vila de S. Gonçalo da serra dos Cocos; dele se originam os Sales os Araújo Costa, de Tamboril;

4º Maria Madalena de Sá;

5º Ana Tereza de Jesus, que se casou com seu parente João de Sousa Uchoa, filho de Luiz de Sousa Uchoa e de Ana Tereza de Albuquerque, dos quais descende 0 Sr. Bispo de Sobral, D. José Tupinambá da Frota;

6º D. Francisca de Araujo Costa, que se casou com o capitão-mor Inácio Gomes Parente, de nacionalidade portuguesa; desse matrimônio procedem as Gomes Parente;

7º Antônia da Purificação Araujo Costa, que se casou com Paulo Joaquim de Medeiros, da freguezia de Granja;

8º D. Rita Tereza de Jesus Araújo, que se casou com o capitão-mor José Alves Linhares;

9º D. Maria Quitéria de Jesus Araújo Costa, que se casou com Otávio Ferreira da Ponte. (Os Linhares, 2ª Edição, 22/23)

Vicente Lopes de Araujo Costa

Vicente Lopes de Araujo Costa nasceu na fazenda Lagoa do Mato, do hoje município de Bela Cruz, no ano da graça de 1819, filho natural de Capitão Diogo Lopes de Araujo Costa e de Maria Cicíaca da Fonseca. Era neto do Capitão-mor português, Jose de Araújo Costa e de d. Brites de Vasconcelos, (uma das Sete Irmãs),

Colhemos as datas de seu nascimento e falecimento nos autos de seu inventário, feito no 1º Cartório de Acarau, em 1905/6.
Após a morte de seu pai, ocorrida em 1838, Vicente Lopes foi morar com seu irmão, Capitão João de Araújo Costa, com quem o ano de 1844.
Aos 25 anos de idade uniu-se, pelas lagos matrimoniais, à sua prima Angélica Francisca da Silveira, nascida em 1821 e falecida em 1906, filha do patriarca Jose da Silveira Dutra, abastado proprietário nesta Ribeira.

Para documentação, transcrevemos, a seguir, o termo de seu casamento, respeitando a ortografia usada naquele tempo: "Aos dois dias do mês de Septembro do anno de mil e oitocentos e quarenta e quatro, na Capella de Santa Cruz, da Freguezia da Barra do Acaraú, pelas cinco horas da tarde, receberão-se em Matrimônio os nubentes Vicente Lopes de Araujo Costa, filho natural de Maria Cicíaca da Fonseca, com Angélica Francisca de Jesus, filha legitima de José da Silveira Dutra e Francisca de Araújo Costa; em minha presença e das Testemunhas João de Araújo Costa e José Lopes de Araújo Costa; no que tudo precedeu das formalidades de costume; logo lhes dei a Benção do R.R.; do que, para constar, fiz este que assigno.
Pro Pároco João Francisco Dias Nogueira"
(L.2. Fl. 23v)

Depois do casamento, Vicente Lopes situou-se no Alto da Lagoa do Mato, em terra herdada de seu pai. Ali construiu casa de morada, aviamento para fabricação de farinha de mandioca e outras benfeitorias. E ali viveu da pecuária, da agricultura e da indústria de cera de carnaúba, o que lhe garantiu boa situação econômica, para sua maior projeção no seio da Comunidade em que vivia.

O Capitão Diogo Lopes dizia que a melhor escola da Vida era o trabalho honesto. E Vicente Lopes soube aproveitar as lições do homem que lhe dera a vida.

De seu casamento nasceram 13 filhos, sendo 7 homens e 6 mulheres. A todos ele mandou ensinar a ler, no então povoado de Santa Cruz, com os Mestres Aureliano Pessoa e Manoel Jorge Vieira, sucessivamente. E quase todos tiveram marcantes posições no setor político-social da Comunidade, e faleceram em idade avançada. Vicente Lopes, porém, que tinha Posto de Alferes, na Guarda Nacional de Acaraú, sempre foi modesto, embora disposto a ajudar a quem dele necessitasse. Era profundamente religioso, de modo que, ao pé de um grande oratório, repleto de imagens de santos, umas em estampas emolduradas e algumas esculpidas em madeira ou cerâmica, todos os anos rezava, pontualmente, as novenas da Virgem de Maio, de São Sebastião, e outras. Ele mesmo lia as orações e cantava os benditos e ladainhas, acompanhado, em coro, pelos seus familiares.

As imagens em vulto ou esculturas, posteriormente foram expostas à veneração dos fiéis, na capela de São João Batista, construída, em 1902, na povoação de Tapera, pelo seu genro, Capitão Sabino Costa, o qual muitos anos depois, as ofereceu ao Pe. Sabino de Lima, então Vigário da Paróquia de Acaraú, para o Museu Diocesano, de Sobral. Quanto ao oratório, ainda existe, na cidade de Bela Cruz, em casa de dona Ritinha Lopes, viúva do Capitão José Lopes da Silveira, filho de Vicente Lopes.

Em 1901 o Alferes Vicente Lopes de Araujo Costa sofreu um derrame que abalou profundamente sua saúde, a qual sempre fora perfeita. Por isto mesmo conseguiu resistir, mas perdeu o uso da fala, isto é, apenas tartamudeava palavras incompreensíveis. No entanto ainda durou quatro anos, vindo a falecer em 1905. Logo um ano depois, isto é, em 1906, também fechou os olhos para sempre sua veneranda esposa, dona Angélica, Francisca da Silveira. Ambos legaram aos seus descendentes o precioso exemplo da união conjugal e do trabalho honesto. Seus corpos foram sepultados no cemitério de Santa Cruz (hoje Bela Cruz). Os bens deixados pelo casal, foram inventariados no 1º Cartório de Acaraú, de 1905 a 1906 - vol. n.o 25.

RELAÇÃO DOS FILHOS DE VICENTE LOPES DE ARAUJO COSTA
E ANGÉLICA FRANCISCA DA SILVEIRA:

F 1 - Maria Filomena de Araújo
F 2 - João Lopes de Araújo
F 3 - Diogo Lopes de Araujo Neto
F 4 - Francisca Romana de Araújo
F 5 - Jose Lopes da Silveira
F 6 - Maria do Carma de Araújo
F 7 - Francisco Xavier de Araújo Costa
F 8 - Manoel Lopes da Silveira
F 9 - Maria da Penha L. Araujo
F 10 - Antonino Lopes de Araujo Costa
F 11 - Beatriz Ibiapina de Araújo
F 12 - Maria José de Araújo
F 13 - Miguel Lopes de Araújo Costa

BEATRIZ IBIAPINA E ARAÚJO

Nasceu na fazenda "Lagoa do mato", a 10 de outubro de 1862 e faleceu a 30 de novembro de 1954. Casou-se a 17 de julho de 1883, na capela de Santa Cruz, com seu primo Sabino Lopes de Araujo Costa, o qual integrava a Guarda Nacional de Acarau, com o posta de Capitão. Foi celebrante da solenidade matrimonial o Padre Antonio Xavier Maria de Castro, que então exercia o múnus paroquial na Freguesia de Acaraú. Sabino Lopes, que já era possuidor de terras no lugar São João de Tapera, ali construiu casa residencial, quartos para comercio e se estabeleceu, com loja de tecidos e miudezas, associado ao seu irmão Carolino Lopes de Araujo Costa, sob razão social de Sabino Lopes & Irmão. Comprando algodão, cera de carnaúba e couros e peles, para a firma Raimundo Oliveira & Irmão, da cidade de Granja, o comércio de Sabino Lopes prosperou rapidamente, sendo sua casa comercial talvez a mais bem sortida do interior do município de Acaraú. Homem abastado e pai de numerosa família, o Capitão Sabino tinha marcante influência dentro de sua comunidade.

Em 1902. com o objetivo de atender os apelos daquele povo e por ser homem de fé, construiu, vizinha a sua residência, uma capelinha, em honra de São João Batista, cuja festa, celebrada anualmente, era extraordinariamente concorrida. A capelinha ali permaneceu até 1966, quando, já um tanto deteriorada, foi demolida e reconstruída no povoado de "Celsolândia", pelo Monsenhor Odécio Loiola Sampaio, Vigário da Paróquia de Bela Cruz. Em data de 23 de maio de 1940 fechou os olhos para sempre o Capitão Sabino Lopes de Araújo Costa, que em vida constituiu o tipo do homem de bem.

Rita Alzira de Araújo ( Ritoca ), Nasceu em 06.10.1906 e faleceu em 1992 proprietária em "Celsolândia" C. c. Francisco Celso Silveira nasceu 28.7.1901 - faleceu 24.2.1950.

Bn 31 - lnácio Arimar Silveira, comerciante e agropecuarista
em Acarau. C.c. Maria Gizela Rios. Prof. Normalista
do Estado

Tn 88 - Lucivan Rios Silveira. (Totó Rios) Formado em Licenciatura do Português é Comerciante C.c Maria de Fátima Freitas Silveira

Tt-Lorena Freitas Silveira

Fonte: Descendência de Meus avós - Nicodemos Araújo

Origem da Família Rios-2

De Portugal chega o CAPITÃO MANOEL FERREIRA FONTELES, Nasceu em 07 de março de 1687, no lugar Fontelo, freguesia de Meixomil, região de Entre Douro e Minho, Portugal.
No idos de 1720 à ribeira do Acaraú e se instala na localidade de Tucunduba, hoje Panacuí, distrito de MARCO. Vereador na Câmara de Aquiraz, ali criou raízes e seus descendentes foram ao longo do tempo povoando as redondezas.

FRANCISCO FERREIRA FONTELES, bisavô de Antônio Rios, instalou sua fazenda de criar e plantar no local onde hoje se ergue a “barragem” sobre o rio Acaraú, em Marco. Porto das canoas é passagem obrigatória pela casa grande junto ao leito do rio. O que motivou o povo a chamá-lo de Chiquinho do Rio. Francisco Ferreira Fonteles resolveu adotar “Rios” como sobrenome de Família.

Observação: a preocupação com o levantamento de suas raízes levou o tabelião Sales Rios a um minucioso trabalho de pesquisas genealógica. Infelizmente não concluído. Na reprodução acima uma variante feita a partir de seu nome. (Note-se na terceira geração desaparece o sobrenome de “Rios”.) (Do impresso genealógico de Dion Rios). Aos 03 de Agosto de 1990.

De acordo com estudos efetuados por um renomado genealogista cearense, Padre Francisco Sadoc de Araújo, o primeiro Fontelles que chegou no Brasil chamava-se Manoel Ferreira Fontelles.
Nasceu em 07 de março de 1687, no lugar Fontelo, freguesia de Meixomil, região de Entre Douro e Minho, Portugal.

Era filho de Domingos Velho da Cruz e Maria Ferreira Pinto, sendo seus avós paternos João Velho e Maria Antônia ( caseiros da Casa de Fontelo desde 1646 ) e maternos Domingos Ferreira e Maria Antônia ( homônima da paterna ).

Seus pais casaram em 07 de Janeiro de 1683, em Meixomil, tendo por testemunhas Antônio Pinto Carneiro, Reitor de Pena Maior, o Pe. Luis Ferreira, Baltazar Barbosa e o Pe. Pedro Velho; conforme assento feito no dia seguinte por Antônio da Silva.
( Liv. Misto No.2, 1652-1707, fl.108 ).

Vale salientar que o Pe. Luis Ferreira era irmão da noiva e o Pe. Pedro Velho era irmão do noivo.

Conforme pesquisa do citado Padre cearense, este casal teve os seguintes filhos:

1-Antônio Ferreira, nascido em 24-11-1683 ( Ib.fl.35v);
2-Maria Velha, nascida em 13-05-1685 ( Ib.fl.37v);
3-Manoel Ferreira Fontelles, nascido em 07-03-1687 ( Ib.;
4-Domingos Ferreira Pinto, nascido em 04-04-1689 ( Ib.fl.44v);
5-Maria Ferreira, nascida em 26-04-1691 ( Ib.fl.41v);
6-João Ferreira, nascido em 16-12-1692 ( Ib.fl.51);
7-Ana Ferreira, nascida em 09-04-1695 ( Ib.fl.57v);
8-Vicência Ferreira, nascida em 07-11-1697 ( Ib.fl.64).

Pois bem, Manoel Ferreira Fontelles e Domingos Ferreira Pinto migraram para o Brasil, onde constituíram numerosa prole.

Gostaria de saber se alguém poderia me informar algo mais acerca destes dados, bem como esclarecer se existe alguma ligação familiar com os Ferreira Pinto Basto ( " Família que descende por legítima varonia de Manuel Ferreira Pinto e de sua mulher Jerónima Alves, moradores em meados do século XVIII na freguesia de São Jorge do Couto de Abadim, no concelho de Cabeceiras de Basto. Foram os pais de Domingos José Ferreira Pinto Basto (1741-1820),importante negociante no Porto ..."; conforme divulgado neste sítio ).

Aliado a isto, existe no Brasil a idéia que Fontelles seria uma corruptela de Fontelo, porém já identifiquei diversos Fontelles na Espanha, mas notadamente na região da Catalunha.

Estou propenso a acreditar que alguns Fontelles tenham migrado para Portugal no período em que estes dois países estavam sendo governados pelo mesmo rei:

O sonho de dominar todo o continente africano conduzirá à tragédia de Alcácer Quibir (1574), onde morre o rei D. Sebastião - sem estar ainda casado - e, com ele, grande parte da nobreza.
Por falta de descendentes directos em Portugal, a sucessão do trono recai nos reis de Espanha e Filipe II concretizará assim o sonho antigo de unificar toda a Península sob um único ceptro.
O domínio espanhol manter-se-á por 60 anos (1580-1640) até ser derrubado por um golpe palaciano que coloca no trono o 8º duque de Bragança, D. João, parente próximo da Casa de Aviz por descender do Mestre de Aviz, o rei D. João I, dando origem a uma nova dinastia - de Bragança.

Fonte: Alexandre Fontelles Pereira

Origem da Família Rios-1

O português Manoel Ferreira Fonteles foi o antigo povoador mais prolífico da ribeira do Acaraú. No ano de 1987 transcorreu o tricentenário de seu nascimento, motivo suficiente para que seu nome seja lembrado pelos milhares de descendentes, entre os quais estou incluído, e a oportunidade para que se aprofundem os estudos sobre as origens históricas da formação das primeiras famílias que se estabeleceram nesta parte do Ceara, que tem atualmente a cidade de Sobral como pólo de desenvolvimento. Sua primeira fixação na região e a enorme descendência de que e origem o caracterizam como o verdadeiro Adão do Vale do Acaraú.

Manoel Ferreira Fonteles nasceu, a 7 de março de 1687, no lugar Fontelo, freguesia de Meixomil, região de Entre Douro e Minho.
http://www.meixomil.pt/

A matriz de Meixomil tem por orago o Divino Salvador. É sede de uma das dezesseis freguesias que compõem o concelho de Paços de Ferreira, de onde distam dois quilômetros: A vila de Paços de Ferreira, sede do concelho de igual nome, dista 30 km da cidade do Porto que é a capital do Distrito.


Casa do Fontelo

A 2 km da Matriz de Meixomil está situada a Casa do Fontelo, hoje pertencente à família Carneiro Leão. O nome provém da existência de pequeno ribeiro, com tal nome, a escorrer da freguesia vizinha de Penamaior.

As terras circundantes são férteis e apropriadas às atividades agropecuárias.

A casa antiga era assim descrita: Uma casa torre de sobrado telhada e, ao cabo de si, uma casa terreira colmaça e uma cortina pegada ao paço velho; mais uma cozinha pequena e palhaça pegada ao palheiro; uma devesa com sua eira no meio, com terra pouca e lavradia. Era confrontante Baltazar Barbosa. Ai nasceu o maior povoador das margens do Acaraú. Hoje, restam da antiga construção, direi que leves vestígios, em face de completa remodelação por que passara em 1901, anote-se um dintel nos baixos da cozinha, com a era de 1713.
A descrição detalhada da arquitetura dessa velha casa rural portuguesa serve para aquilatar a influência na construção das casas de fazenda Vale do Acaraú.

Matriz de Meixomil

Do ponto de vista histórico, a pequena matriz do Divino Salvador de Meixomil é uma preciosidade, por co elementos de valor artístico e conservar muitos laços da construção original. É um templo de pequenas proporções, mais típicas das capelas rurais portuguesas que, as partir dos séculos X e XI, foram sendo construídas, com expressão românica, embora com os acréscimos dos séculos XVII e XVIII nas partes laterais e ao fundo (sacristia).

É sede de paróquia desde o século XIII e pertence à Diocese do Porto. Possui livros de assentos paroquiais a partir de 1578, todos bem conservados no Arquivo Distrital da mesma cidade do Porto.
Nesse Matriz tornou-se cristão o Adão do Vale do Acaraú.

Concelho de Paços de Ferreira

Meixomil é freguesia do concelho de Paços de Ferreira. Comparativamente ao Brasil, freguesia correspondente a distrito e concelho, a município.

A Vila é pequena, mas acolhedora. Está situada entre morros de pouco relevo, dos quais sobressai, ao norte, o monte de Sanfins, coroado pelas ruínas da antiga Citânia, expressiva estação arqueológica pré-histórica de Portugal.

O casamento dos pais

Em documentos paroquiais deste Curato do Acaraú constam que os pais de Manoel Ferreira Fonteles Chamavam-se Domingos Velho da Cruz e Maria Ferreira Pinto. Foi graças a estes dados informativos, que me foi possível encontrar, no Arquivo Distrital do Porto, mais precisas notícias sobre os ascendentes desse nosso ancestral. O primeiro informe preciso foi o termo do casamento de seus pais realizado, a 7 de janeiro de 1683, na matriz de Meixomil.
Para a Ribeira do Vale do Acaraú vieram, especialmente, camponeses do Minho e pescadores das póvoas da hoje chamada Costa de Prata.

A 14 de outubro de 1702, o Capitão-mor Francisco Gil Ribeiro concedeu extensa sesmaria, nas margens do rio Acaraú, preenchendo os vazios não ocupados por Manoel de Góes e seus companheiros que haviam recebido terras a 20 de setembro de 1683. Essa nova sesmaria foi concedida a Maria de Sá, mulher do Capitão Felix da Cunha Linhares, e a Nicolau da Costa Peixoto, medindo duas léguas de comprido e uma légua de largo, sendo meia légua para cada banda do rio Acaraú. Maria de Sá era também cunhada de Nicolau da Costa Peixoto que, por sua vez, era filho de Antonio da Costa Peixoto que foi vereador da primeira câmara municipal de Aquirás.

Parte desta sesmaria foi, posteriormente, vendida a Manoel Ferreira Fonteles, onde se estabeleceu e instalou a fazenda Tucunduba, perto da serra do mesmo nome, em território hoje pertencente ao município de Marco, distrito de Panacui.

Não sabemos em que ano, exatamente, Manoel Ferreira Fonteles emigrou para o Brasil. 0 certo é que não chegou ao Ceara antes de 1715. Anteriormente, esteve em Pernambuco, onde desembarcou em Olinda conheceu um seu patrício, de nome Francisco Ferreira Brandão, com quem mantinha fortes laços de amizade. Este tinha uma filha de menor idade, chamada Maria Pereira. Tendo que viajar para o Ceara, o jovem Manoel combinou com seu amigo que casaria com sua filha, logo esta alcançasse a idade núbil. No tempo oportuno combinariam a data do casamento, quando então, se encontrariam na Vila de Aquirás para realizar a cerimônia do matrimônio religioso. Estando tudo assim acertado, Manoel embarcou para o Ceará em busca de terras e trabalho.

A Fazenda Tucunduba

Por volta de 1725, Manoel Ferreira Fonteles recebeu carta do patrício residente em Pernambuco, na qual comunicava que estava a preparar viagem ao Ceará, em companhia da filha Maria, com o fim de realizar o casamento.

Uma vez casados, Manoel Ferreira Fonteles e Maria Pereira vieram para a ribeira do Acaraú. A fazenda, cujo nome lembra abundancia de tucum ou palmeiras, media meia légua de terra, de comprido, com meia légua de largo, tudo de uma só banda do rio Acaraú, à margem esquerda, e confina ao norte com as fazendas Salgado e, ao sul, com as fazendas Raiz e Várzea Redonda. Conforme levantamento feito pela Câmara Municipal de Sabra em 1788, a Tucunduba possuía os seguintes bens semoventes: 28 cabeças de gado de açougue, 100 vacas parideiras, 10 potros, 30 novilhos, 25 garrotes, 70 cabras e 46 cabritos.

Possuía mais 2 escravos, uma engenhoca, 3 machados, duas enxadas, duas foices e um cavador. Quanto à produção agrícola, dispunha de 5.000 covas de mandioca, 100 mãos de milho de colheita e 25 braças de terra plantadas de algodão, onde colhia 6 arrobas em caroço por safra.
Estes dados demonstram que Manoel Ferreira Fonteles chegou a possuir um bom patrimônio, o que o fez conseguir proeminência social na região, tendo exercitado influência política e chegado ao posto de

Tente do Regimento de Ordenanças. O que havia aprendido na Casa do Fontelo procurou aplicar no Vale do Acaraú, de cujas atividades agropecuárias foi um dos pioneiros nos primórdios de nossa colonização.
O tenente Manoel Ferreira Fonteles teve também projeção no campo religioso, pois muito ajudou na construção da capela de Santana do Acaraú, cuja benção se realizou no dia 9 de agosto de 1739.
Foi Juiz Ordinário da Câmara de Fortaleza, no ano de 1741. A 26 de julho de 1745 foi eleito juiz ordinário da ribeira do Acaraú, com posse a 22 de abril do ano seguinte.
Na Tucunduba, o tenente fundou também uma escola, que foi a primeira a funcionar nos sertões do Vale do Acaraú. Foi Juiz Ordinário da Ribeira do Acaraú, com juramento e posse a 22 de abril de 1746.

A Prole Legítima

Do casamento de Manoel Ferreira Fonteles com Maria Pereira, nasceram seis filhos, a saber:

1. Maria Ferreira Fonteles, nascida em 1729 e casada com o português Capitão Mateus Mendes de Vasconcelos, filho de Mateus Mendes e Ana Carvalho, naturais de Travanca, concelho de Amarante, a 19 de setembro de 1743. Faleceu a 2 de julho de 1795. Seu marido Mateus faleceu a 7 de janeiro de 1793. Tronco das numerosas famílias Mendes e Vasconcelos.

2-Ana Ferreira do Espírito Santo, nascida em maio de 1732, casada com o português ajudante Francisco de Farias Almeida, filho de Francisco de Farias Almeida e Emerência de Jesus Magalhães, a 22 de julho de 1753. Tronco das famílias Santos, Farias e junção com a família Sousa.

Os outros quatro filhos casaram com filhos do capitão Ângelo Dias Leitão e Rosa Maria Ferreira, paraibanos e moradores no Cocó, arrabalde de Fortaleza, a saber:

3-MANOEL FERREIRA FONTELES FILHO, nascido em maio de 1740 c.c. Ana Maria da Conceição, filha do citado Ângelo, a 12 de novembro de 1755. Faleceu a 18 de julho de 1795. Ana Maria faleceu a 19 de fevereiro de 1818. É o tronco mais petrolífero da família.

4-BIBIANA FERREIRA, batizada em dezembro de 1742, c.c. Quintiliano Dias Leitão, filho do mesmo Ângelo, a 20 de agosto de 1756. Quintiliano faleceu a 23 de fevereiro de 1815 e Bibiana, a 9 de agosto de 1805.

5-TOME FERREIRAFONTELES, gêmeo, nascido a 28 de dezembro de 1747, de cujo parto faleceu a mãe. Casou com Maria José de Verçosa filha do mesmo Ângelo e Rosa Maria, a 27 de novembro de 1764. Maria José faleceu a 1º de maio de 1785.

6-FRANCISCO FERREIRA FONTELES (RIOS), gêmeo com o precedente, nasceu e casou nos mesmos dias que o irmão Tomé. 0 1º matrimônio foi com Inácia Ferreira de Verçosa, filha do citado Ângelo. 0 2º, com Ana Quitéria de Jesus, filha de João da Fonseca Álvares e Maria Teresa de Jesus, a 4 de agosto de 1796. Faleceu a 18 de julho de 1815. Tronco da família Rios.
O alferes Ângelo Dias Leitão, sogro desses quatro filhos, foi Juiz Ordinário da Câmara Municipal de Fortaleza em 1742.

São estes os seis filhos do primeiro matrimônio de Manoel Ferreira Fonteles, o Adão do Vale do Acaraú. Tendo falecido sua primeira mulher Maria Pereira, a 28 de dezembro de 1747, do parte dos dois gêmeos, casou, em segundas núpcias, com Rosaura Maria de Mendonça, a 28 maio de 1752, viúva de Bento de Barros, falecido a 7 de janeiro de 1752
Deste segundo matrimônio não houve descendência.

O distante Manoel Ferreira Fonteles passa por ser o fomentador da criação do povoado de Sobral- hoje esplendorosa cidade - a par da Ribeira do Acaraú, no nordeste litoral do Brasil.
Bem sei que a desejo de resgate da memória do Tenente Manoel Ferreira Fonteles, manifestado pelo ilustre jornalista português da gazeta ferreirense, e o mesmo dos seus inumeráveis descendentes brasileiros que habitam esta Ribeira do Acaraú.

Felizmente, por iniciativa lúcida e benemerente do engenheiro. Ângelo Carneiro Leão, atual proprietário da Casa do Fontelo, a memória do ignorado patrício começou a ser retomada. Realmente, no dia 14 de agosto de 1988, com a presença das principais autoridades do concelho de Paços de Ferreira, do cônsul do Brasil no Porto, e de muitos familiares e amigos do Dr. Ângelo Carneiro Leão, foi aposta uma placa marmórea, na entrada principal da Casa do Fontelo, com os seguintes dizeres: Aos sete dias de março do ano da Graça de 1687, nasceu nesta casa Manuel Ferreira Fonteles que, desperto pela gloriosa vocação lusíada, foi pioneiro e povoador da cidade e região brasileiras de Sobral - Ceara. Em sua memória colocou-se esta lápide com a presença do seu ilustre descendente, Reverendo Doutor, Francisco Sadoc de Araújo, atual Reitor da Universidade de Sobral. Fontelo, aos 14 de agosto de 1988.

Como ele muitos outros portugueses fincaram profundas raízes no processo civilizatório da nação brasileira e continuam ainda esquecidos no Brasil, como em Portugal. A justiça da história exige que o exemplo da comunidade de Meixomil seja imitado, para o brilho da verdade e ressarcimento da lesa gratidão.

Asscendência Materna-Lucivan Rios (Totó)

--> Heptavós peternos-João Velho C.c Maria antônia
Heptavós materno-Domingos Ferreira C.c Maria Antônia
Hexavós materno-Domingos Ferreira C.c Maria Antônia
Hexavós paterno-Domingos Velho da Cruz e Maria Ferreira Pinto
Pentavós-Manoel Ferreira Fonteles C.c Maria Pereira
Tetravós-Francisco Ferreira Fonteles (Rios) C.c 1ª Inácia Ferreira de Verçosa e 2ª Ana Quitéria de Jesus
Trisavós-Manoel Ignácio Rios C.c Ana Joaquina Rios
Bisavós-Antônio Ignácio Rios C.c Antônia Rufina Rios
Avós-Ignácio Eduardo Rios e Alzira Pereira dos Santos
Pais-Inácio Arimá Silveira C.c Maria Gisela Rios Silveira
Lucivan Rios Silveira (Totó) C.c Maria de Fátima Freitas Silveira
Filha-Lorena Freitas Silveira

Fonte: Raizes Portuguesas Vale do Acaraú
Pe. Francisco Sadoc de Araújo