segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dr.Odeon Silva-Médico


Dr. Francisco Odeon Silva
Nasceu na cidade de Marco – Ceará, em 25 de maio de 1919, filho de Raimundo Odilon Silva e de Dª Maria Elpídia Neves Silva.

Seu pai Raimundo Odilon Silva era comerciante de peles e cera de carnaúba, era dono de enorme carnaubal no terreno que hoje é o Castelão, na cidade de Fortaleza, não era rico, mas tinha posses.

Quando Francisco Odeon Silva resolveu fazer faculdade de medicina foi para o Recife. Partiu de Hidroavião, da Barra do Ceará, por volta de 1941, foi lá que conheceu a jovem Nilza Mattos, com quem se casou no Rio de janeiro no ano de 1945, onde ali concluiu seus estudos na Faculdade Gama Filho. A primeira filha de nome Nadya, nasceu dois anos depois. Quando seu pai Odilon adoeceu, ele voltou para cuidar do mesmo, em Fortaleza. A doença se estendeu, ficando Dr. Odeon em Fortaleza com a família, onde ali clinicou por três anos.

Trabalhou na Santa Casa de Misericórdia e depois que seu pai faleceu, veio para assumir na época, o Posto de Acaraú.

A inauguração da Maternidade de Acaraú deu-se com o primeiro parto ali efetuado pelo Dr. Francisco Odeon Silva em 12 de janeiro de 1953, que conforme destacou o Jornal “o Acaraú” de 01/02/1953, “o fez forçado por circunstâncias especiais”. E sobre sua inauguração oficial, ocorrida a 22 de junho de 1953, por ocasião da posse da Diretoria da SAPAMI, com a benção do Pe. Sabino de Lima. O referido médico na época: “a maternidade agora passará a funcionar normalmente, pois possui os elementos necessários ao seu serviço”.

Não tinha descanso, atendia nas cidades de Cruz, Bela Cruz, Marco, etc. Na época os recursos eram poucos, às vezes tinha que improvisar ou contar com a providência Divina para salvar seus pacientes, o qual dizia nunca ter perdido nenhum nem tão pouco parturiente, nem ninguém que tivesse operado ou passado pelas mãos dele. Só quando o caso era grave e não havia recursos mandava para Fortaleza. Tinha muita gente com posses que preferiam se tratar com ele. Tinha um diagnóstico quase que infalível. Dificilmente errava um diagnóstico ou a previsão da data de nascimento de um bebê, esta era sua especialidade, Ginecologia e Obstetrícia, MAS acabou virando clínico geral, por ter que atender a todos quase que sozinho.

Com a sua esposa foram quem trouxeram o carnaval de rua para o Acaraú. Saiam os homens vestidos de mulher e as mulheres vestidas de homem, todos mascarados, como forma de enfrentarem o preconceito da sociedade local na qual mulher não podia sair as ruas para se divertir.

Também foi um grande desportista, fez parte da “Aliança Desportiva Acarauense”, fundada em 01/05/1951 e da “Liga Desportiva Acarauense ”, fundada a 21/08/1956. Juntamente com Dr. Ciríaco Damasceno, Pomposo Gomes, Amadeu Gomes, Ivo Gomes, Vicente Giffoni e outros, iniciou o Voleibol em Acaraú.

Tinha um pouco de Jornalista, ouvia-se duas vezes por semana, pela Amplificadora Local, a “Tesoura Desportiva”, crônica dele, muito apreciada na cidade.

E também gostava de lidar com o Hipismo, havendo registro da construção de duas pistas de corridas, sendo uma inaugurada a 20.02.1955, pelo Dr. Odeon Silva, com os parelheiros Corisco, de João Giffoni da Silveira e passarinho, de Vicente Giffoni, e a outra inaugurada em 25/12/1955.

Voltou para a cidade de Fortaleza, onde ali começou a trabalhar na rede Ferroviária e também na Santa Casa. Sua esposa viajou para o Rio de Janeiro, onde moravam seus pais, levando os filhos Nadya, Nayra, Neide e Nilton, onde ali permaneceram.

Retornou para a cidade de Acaraú no ano de 1975, trazendo consigo uma nova companheira a Sra. Elenilda Rodrigues Alexandrino, filha de Acaraú, tendo dessa união nascido os filhos Natatcha Alexandrino Silva e Diego Alexandrino Silva.
Aqui passou a prestar serviços na Colônia de Pescadores Z-2 , e também atendia no consultório em sua residência, aonde vinham pessoas de diversas localidades para se consultar.
- Também prestou um grande serviço na cidade de Cruz, onde ali recebeu o titulo de cidadão Cruzense, sendo também seu nome usado para homenageá-lo no prédio da Secretaria de Saúde daquele Município.
- Aqui em nossa cidade ele foi homenageado com uma rua no bairro da Bailarina.

Foi um bom médico e um homem bom de coração. Quando atendia os mais carentes em sua residência, não cobrava pelas consultas. Às vezes dava até o que recebia. Ganhava uma meia dúzia de galinhas e que mais a frente ficava. Era muito brincalhão, gostava de contar e ouvir histórias, deitado em sua rede, em sua “vidinha simples”. Sabia conversar com o rico e com o pobre. Foi um grande homem. Competente no que fazia. Deixou para os filhos o valor da humildade e da honestidade. A bondade no coração e o desprendimento. É por isso que hoje ele merece nossa homenagem, pelo grande serviço que prestou a nossa Comunidade, principalmente a população mais carente.

Faleceu na cidade de Fortaleza, no dia 21 de julho de 1997 e foi sepultado no Cemitério São João Batista, daquela cidade.

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